terça-feira, 31 de maio de 2011

Mais uma vez...

...a Electra faz das suas!!!Os defensores da nacionalização de empresas argumentam que as empresas estatais não devem ser avaliadas apenas pelos critérios da actuação financeira,visto que se espera que cumpram obrigações sociais não exigidas às empresas do sector privado.Contudo,são os consumidores os que mais sofrem em consequência da ineficácia das mesmas.A eliminação da necessidade de obter lucros e da ameaça da possível falência no caso de insucesso resultou numa ausência de incentivos eficazes para aqueles que gerem a empresa.É difícil fugir a conclusão de que a Electra não está a ser gerida nem «no interesse do público» nem para o benefício dos consumidores,mas sim no interesse dos que trabalham na empresa.

Capitalismo Popular em Cabo Verde

Ao contrário do que Karl Marx previu,a propriedade do capital pode,hoje em dia,pertencer a classe trabalhadora.Com a propagação da sociedade de capitais,o aumento do capital próprio por acções e o crescimento da poupança,é possível ser simultâneamente trabalhador e accionista de uma empresa.Em Cabo Verde,com a bolsa de valores,é agora mais fácil "criarmos" uma classe de capitalistas popular constituída pelo cidadão comum disposto a comprar acções de empresas estatais em "lista" de privatização,como a Electra e os TACV.Como é que podemos fazer isso?Há várias formas,entre as quais as seguintes:o Estado pode dar incentivos ou isenção fiscal temporária,criada especificamente com esse objectivo;criar planos de participação nos lucros ou de opção de acções através dos quais os funcionários podem acumular participações sociais na empresa;criar programas de educação financeira para socializar o "capitalismo" e,por fim,no processo da privatização das empresas,ter a preocupação de reservar "x%" de acções para trabalhadores e pequenos investidores.O capitalismo popular vais não só provar o mérito do capitalismo àqueles que,em teoria,são mais susceptíveis e vai permitir reter no país uma boa parte do capital.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Capitalismo Popular

Segundo o 1º ministro, a Electra e os TACV vão ser profundamente reestruturadas e abertas à capital privado uma vez que, só em conjunto com os privados é que se pode melhorar a capacidade de gestão da empresa. Ora cá temos mais uma oportunidade, quiçá a última, para criarmos um capitalismo popular em Cabo Verde. Podemos conseguir que,para além das empresas privadas e investidores,a cabo-verdiano comum também se torne um investidor,ou melhor,se torne um capitalista.Ou seja, x% de acções colocado no mercado devem ser obrigatoriamente para o cidadão comum que quer ser accionista dessas empresas. Sendo accionista da empresa,e dependendo da quantidade de acções que comprar,esse cidadão pode participar nas assembleias gerais dos accionistas e,desta forma,influenciar a estratégia global da empresa.Como é que podemos fazer isso?

Ministério da Cultura


Qual seria a reacção dos nossos homens da cultura se,em Cabo Verde,alguém defendesse o fim do Ministério da Cultura?

Quem diria

Não é que há culpados pela actual crise e que nos EUA;onde tudo começou,a instituição responsável pela regulação responsabilizou esses mesmos culpados com pesadas multas?Ou seja,contra todas as utopias neoliberal,os mercados precisam de mais regulação não só porque a auto-regulação é uma fantasia mas principalmente porque os agentes que intervêm nos mercados nem sempre são imbuídos de boa fé:falsificação de dados contabilístico,manipulação do mercado e especulação.E ainda há quem clama por menos regulação...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nem na nha casa?

Por cada cidadão comum que clama pela polícia,ou melhor,por mais polícia na rua por causa da onda de delinquência,vandalismo,crime e desrespeito da lei e normas sociais por parte dos jovens auto-denominado "thugs",há outro que defende que o "reforço policial não é a solução".Mas eu,que não sou muito dado à teorias ou conceitos "desculpabilizantes dos culpados" -sem querer entrar na discussão se essas teorias são correctas ou não-dizia,não deixo de dar razão às pessoas que pedem por mais polícias na rua,inclusive,sou daqueles que,perante casos como este noticiado pelo A Semana,reclama por mais polícia e por um policiamento de proximidade.É certo que não é isso que vai resolver o problema desses jovens,nem é esse o objectivo de mandar os policias para a rua.À polícia cabe defender os inofensivos,fazer com que o cidadão cumpridor das regras se sinta mais seguro na rua ou em casa.Garantir a minha liberdade de andar tranquilamente na rua.Os que temos na rua não chegam? Então,substitui-se os policias nos gabinetes por civis e manda-se aqueles para a rua proteger os cidadãos.

Investigação cientifica

Embora seja inequívoca que o investimento em actividades de ciência e tecnologia se encontra associado ao desenvolvimento económico,verificam-se situações paradoxais em que esse investimento não se traduz em crescimento económico.Vários autores defendem que este é o caso da Europa,onde se verifica que,apesar do investimento e da excelência da investigação básica e fundamental,há uma incapacidade para se desenvolverem novos produtos e criar novas empresas de base tecnológica quando comparado com o caso dos EUA.Daí que as actuais orientações europeias em termos de ciência e tecnologia tendam a centrar-se na aplicação dos resultados alcançados.Ou seja,na investigação aplicada.A investigação básica ou fundamental tem a sua importância em termos da criação do conhecimento mas é a investigação aplicada que tem potencialidade para influenciar o crescimento económico.

Ora di perta sintu

Conforme o relatório da política monetária do Banco de Cabo Verde a inflação vai aumentar mais do dobro em relação ao ano 2010 (entre 4.5% e 5.5% para 2.1% em 2010); se acrescentarmos a isso o facto do governo não prever aumento salarial no orçamento de Estado para 2011, facilmente concluímos que os cabo-verdianos têm um ano difícil para enfrentar. Se colocarmos a hipótese do risco de “congelamento” de alguns programas e investimentos públicos por causa das dificuldades de financiamento em virtude da crise mundial,concluímos que o governo vai ter pela frente um ano muito complicado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Agência de Pesquisa e Inovação de Cabo Verde

Não sei se vai ser uma instituição virado apenas para organização e financiamento da investigação cientifica nas universidades ou se também vai ter como missão o incentivo à inovação nas empresas e a transferência do conhecimento das universidades para as empresas (o conhecimento incrementa a competitividade só se entrar no mercado em forma de novos ou melhoria nos produtos).Só esses três objectivos justificariam a criação dessa agência.No que diz respeito a pasta da inovação,começa muito bem o ministro da tutela com essa ideia de criar a Agência de Pesquisa e Inovação de Cabo Verde.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PAICV e Manuel Inocêncio Sousa

Porquê que,apesar dos desmentido de José Maria Neves,a maioria das pessoas continuam convictos de que a votação no CN do partido foi influenciada?  Entre várias razões,consta aquela que toda gente sabe implicitamente: em qualquer organização,mais do que as regras formais,o que dita o seu funcionamento são as relações e regras informais de comportamento.
Qual é o principal handcap do candidato apoiado pelo PAICV? Ao contrário do que se tem propalado nos comentários dos jornais online, não é a personalidade de Manuel Inocêncio Sousa o seu principal problema (nem é a personalidade do JCF ou do AL o principal "trunfo" de cada um). O maior obstáculo de MIS é a imagem: não é uma questão de popularidade nas sondagens,não é uma questão da simpatia e muito menos é uma questão de mais ou menos domínio do Direito ou da Constituição; é simplesmente porque MIS não tem a imagem presidencial colado à sua figura,a maior parte dos eleitores vê MIS como um ministro,talvez até como 1º ministro,em vez de que como Presidente da República.O principal trabalho dele e da equipa dele vai ser construir esse imagem presidencial.A questão é: será que vai haver tempo para isso?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Praia Competitiva

É de louvar a intenção demonstrado pelo 1º ministro e pelo presidente da Câmara Municipal da Praia para chegarem a um acordo de parceria económica e cultural cujo objectivo será "transformar a Praia numa cidade competitiva do ponto de vista ambiental, cultural e económico, fazendo com que disponha de serviços com bom nível de qualidade para que os investidores, visitantes e residentes se sintam confortáveis e possam desfrutar de ofertas únicas na cidade”.É bom essa demonstração pública de que o país,neste caso a cidade da Praia,as vezes está acima da luta partidária.Do que veio ao público,o centro deste acordo vai ser o turismo cultural mas isso é muito pouco para uma cidade como a nossa.A Praia,para ser competitiva,precisa de ser mais do que uma "vila turística";a competitividade da Praia vai depender dessa parceria entre a Câmara e o Governo mas também deverão fazer parte dessa parceria as Universidades sediadas na cidade,as empresas,os investidores,os agentes culturais e a sociedade civil.Muito mais do que uma cidade baseada no turismo cultural,podemos fazer da Praia uma cidade criativa.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cabo Verde precisa de:

Uma mudança radical na estrutura empresarial da economia,com o surgimento de novas industrias,novos mercados e novos produtos suportados por novas infraestruturas.A nossa economia tem um grande défice de empresas inovadoras de grande crescimento.Um sector económico dinâmico e baseado em conhecimento, criatividade e inovação é o coração do crescimento.

E que tal um pedido de desculpa ao INE?

Quando,em 13 de Maio de 2010,o INE apresentou a taxa de desemprego em CV de cerca de 13,1% baseado numa nova metodologia de cálculo,caiu o carmo e a trindade: nos blogues e nos jornais online à data,como o A Semana e o Liberal foi o "Deus nos acuda que aqui há gato"; o líder parlamentar do MPD afirmou que "Tecnicamente, é pouco sério, desonesto, dizer que a taxa de desemprego neste momento é de 13,1%",o INE foi acusada de fazer frete ao governo.
Agora,o Liberal, após consultar um especialista,chegou a conclusão de que,mesmo calculado à luz da nova metodologia,a taxa de desemprego manteve sempre uma trajectória ascendente de 2000 até 2010;ou seja,fizeram o trabalho que o INE não fez na altura da apresentação da nova metodologia. Contudo, muito boa gente e alguns jornais, principalmente o Liberal, deveriam apresentar um pedido de desculpas ao INE: é que,agora, ao que parece, “aceitaram” a nova metodologia e vêm dizer,talvez sem querer, que o INE está ilibado das acusações anteriores porque o senhor 1º ministro é que foi um “malandro” manipulando os dados.Podem não reconhecer explicitamente,mas esse artigo do Liberal é um reconhecimento implícito de que,antes,acusaram levianamente o INE 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Rendição

Hoje em dia,pelo menos em Cabo Verde,há uma nova abordagem para o fenómeno de "fuga de cérebros":em vez de emigração,fuga de quadros ou,em inglês,brain drain,chama-se a tudo isso de "internacionalização de mão-de-obra qualificada".E é a própria ministra da pasta de emprego a defender essa "internacionalização de mão-de-obra qualificada" como forma de diminuir o desemprego entre os jovens.O que é alarmante!Pode se dizer que a ministra está a ser realista,mas também parece uma forma de confissão:"nós não vamos conseguir criar postos de trabalho suficiente para baixar o desemprego entre os jovens,portanto,os jovens recém formados devem internacionalizar-se!"
Não é que a ideia seja errada,mas essa não é,seguramente,a melhor forma de guiar a politica de emprego num país como o nosso.Qualquer ministro de emprego em CV devia ter uma obsessão:a criação de posto de trabalho!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Taxa de Iluminação Pública

A fazer fé nesta noticia do A Semana,vão ser todos os cidadãos a pagar por aquilo que as câmaras municipais se recusam a pagar: a iluminação pública.Todos,inclusive aqueles que vivem em zonas sem iluminação pública.A ser inevitável essa medida,ao governo caberia um mínimo de sensibilidade para efectuar uma discriminação positiva em relação àquelas pessoas e/ou zonas onde o serviço é deficiente ou inexistente.Em Cabo Verde,quer a nível do Estado quer a nível empresarial,não se preocupam nada com a satisfação do consumidor.Qualquer dia as câmaras municipais vão decidir que não devem ser os responsáveis pelos mercados,pelos cemitérios,pelas infraestruturas desportivas,etc.Fica é a curiosidade acerca da forma de cobrar as pessoas que não têm electricidade em casa.E a dúvida final: será que o consumidor residencial vai pagar a mesma taxa que o consumidor empresarial?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Partidos de Importação



Conforme a reportagem do jornal A Nação,os partidos políticos,nomeadamente o PAICV e o MPD,também  têm por incumbência a importação de automóveis (e outros equipamentos) com algumas regalias fiscais (isenção de direitos aduaneiros,emolumento gerais e IVA).E com a possibilidade de "partilhar" ou "disponibilizar" o carro a um dos militantes: o PAICV importou e colocou à disposição de um dos seus militantes esse mercedes na imagem e o MPD, pelo seu lado,importou vários toyotas hieces que,segundo o jornal,estão ser "utilizadas por terceiros com objectivo comercial".Tudo dentro da lei,é claro,e no "quadro de um entendimento entre os partidos".Mas porquê a maioria dos políticos teimam em dar mais importância à legalidade do que à moralidade?É por este tipo de situações que os partidos e os políticos,no geral,têm perdido a credibilidade perante a sociedade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Problema Cultural

O grande problema em Cabo Verde, no que diz respeito ao empreendedorismo e, já gora, à inovação não é tanto o da existência de incentivos ou de barreiras jurídico-administrativa mas sim um problema de ordem cultural: as pessoas não vêm o empreendedorismo como algo “normal”, como uma opção de carreira profissional e, nas empresas, não existe uma cultura de inovação porque os empresários e os gestores têm a contenção de custos e/ou a gestão administrativa da empresa como principal meio para atingir o lucro financeiro.

Crescer

Segundo a estimativa do ministério das finanças o crescimento de economia para 2010 foi de cerca de 6%, crescimento esse baseado essencialmente no investimento público, o que é positivo tendo em conta a crise mundial. Contudo, crescer por crescer, crescimento como um objectivo em si mesmo, é uma visão muito redutora…o que se fica por saber é o impacto desse crescimento: levou ao crescimento do emprego? Permitiu a redução da pobreza?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Manuel Inocência Sousa

Foi a primeira vez que vi e pude ouvir pessoalmente os motivos da candidatura do engenheiro Manuel Inocêncio Sousa e, na forma e no conteúdo, fiquei com a impressão de que ele é um bom candidato e que tem condições para ser um bom  Presidente da República. Contudo, os outros dois candidatos também são bons candidatos e qualquer um deles também têm condições para ser um bom Presidente. Dos 3, o Manuel Inocêncio Sousa é aquele que vai ter a tarefa mais árdua: para além do candidato apoiado pelo MPD, o partido que o apoia vai estar dividido por causa da candidatura de Aristides Lima; apesar do bom trabalho e da visibilidade que obteve nos mandatos como ministro em várias pastas, ele é o menos conhecido e aquele que,ate agora, tem menos aceitação pública, fruto de anos de visibilidade e exposição mediática dos outros dois candidatos (daí os resultados das últimas sondagens). Portanto, a candidatura e a assessoria dele vai ter de carregar na exposição mediática e na exposição de ideias originais. O que vai diferenciar Manuel Inocêncio Sousa de Aristides Lima e de Jorge Carlos Fonseca, não é tanto o carácter ou o perfil mas sim as ideias que possa ter para o desempenho do cargo. Porque são todos competentes e respeitados nas respectivas especialização académica, não é tanto a capacidade de trabalho e os pergaminhos profissionais que os vai diferenciar mas sim o modo que pensam exercer a magistratura presidencial. 

Manuel Inocência na Tertúlia Crioula

Bastante vezes a nossa participação na vida política do país resume-se à recriminação dos deputados e dirigentes partidários por causa do baixo nível do debate e,principalmente,por causa da violência verbal e das mútuas acusações gratuitas. Contudo,no debate com o candidato apoiado pelo PAICV, Manuel Inocêncio Sousa,houve muito menos perguntas sobre as ideias e os ideais do candidato e muitas sobre “casos” da sua passagem pelos 2 governos PAICV. Alguns jovens apoiantes de outras candidaturas, incluindo os que são do PAICV, "opinaram" sobre a corrupção no ministério que o candidato tutelou, sobre a adjudicação directa à empresa supostamente pertencente ao candidato e sobre o filho que é director financeiro do porto da praia. Não se questionou se a empresa é realmente pertencente ao candidato e, mesmo que fosse, se os serviços prestado pela empresa ao Estado foram conseguidos através de concursos ou se a empresa tem mostrado ser competente e nem se mostrou alguma tentativa para saber se o filho do candidato é competente e consegue dar conta do recado no actual cargo. Prefere-se acusações e suspeitas quanto ao carácter da pessoas. Ora, não sei se essas acusações correspondem ou não à verdade e,o que a mim diz respeito, isso não interessa para nada:o que importa realmente é saber como o candidato pensa e pretende desempenhar o cargo de presidente. Nós os jovens não podemos e nem devemos acusar os políticos por causa dessas práticas ou formas de fazer política e, ao mesmo tempo, reproduzir as mesmas práticas, tácticas e discursos quando nos convém.