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domingo, 14 de junho de 2009
BlogJoint:A participação do cidadão na vida pública e o dever de votar
Perante o aumento da abstenção um pouco por toda a parte,será o voto obrigatório uma medida que deverá ser implementada?Se é certo que pode pôr em causa a liberdade individual do cidadão e que a falta de participação pode ser combatida através de outros mecanismos institucionais,como algumas alterações no sistema partidário e no sistema eleitoral,a verdade é que a persistência de altas taxas de abstenção pode pôr em perigo a democracia.Qual será a legitimidade de um partido eleito numa eleição onde a abstenção foi na ordem de,por ex.,60%?Que legitimidade para reclamarem dos politicos terão aqueles que não votam?A democracia nunca pode ser um dado adquirido,ela também precisa ser defendido.No fim,após todas as discussões e debates filosóficas e ideológicas,ficará sempre o facto (alta abstenção) e a questão (o que fazer?).Aumentar as verbas de campanhas de marketing político para "captar mais cliente-eleitor" é,claramente,insuficiente.Embora seja de opinião de que em Cabo Verde esta questão ainda não se coloca (nas últimas eleições autárquicas,a abstenção foi cerca de 20%),a obrigatoriedade do voto é uma solução,discutível,mas eficaz como podemos verificar neste estudo.
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14 comentários:
Edy :
o voto obrigatôrio seria um exercio anti democratico. A democracia estaria em risco de se transformar em ditadura, poderia-se sim ter em conta essa abstênçao
e encontrar um enquadramento pôs-eleitoral, porque as pessoas nâo vâo votar por alguma razâo... e se simplesmente for um desacordo com toda a classe politica e suas propostas. certamente as causas serâo varias mas à consequência é a mesma ,nâo serve pra nada.Os abstencionistas sâo simplesmente ignorados (quando nâo deviam) ...
Hiena
Hiena,
esse é o principal argumentos que é apresentado contra essa medida.Mas repare: é obrigatório pagar impostos mas isso não é anti-democrático.Em democracia,existe direitos e deveres..o que se propõe,é que o voto passe de direito para obrigação...se os eleitores estiverem em "desacordo com toda a classe politica e suas propostas",como dizes,há um possibilidade para eles mesmo que sejam obrigados a votar: voto em branco!Esse corresponde uma mensagem politica mais forte que a abstenção.Ademais,o voto é obrigatório em Brasil,Grécia (pátria filosófica da democracia)e em Bélgica por ex..tenho a certeza absoluta que o meu amigo não considera esses países como anti-democrático!
Abraço
Fico pela sua ideia de por em causa o processo eleitora e a legitimidade dos políticos se 40 ou menos porcento de votos. Já se tornou visível de que esta democracia precisa de reparos e no dia que ninguém for votar (ou a abstenção começar a rondar 80 ou 90%) talvez ali alguma coisa seja feita.
É perigoso deixar na mão de meia dúzia de votantes o destino de toda uma Nação. Por isso, todos devem participar.
Por isso, apoio o voto obrigatório e não acho que seja uma violação de Direitos já que a própria Lei já contempla limitações de vária ordem e não é esta que vai decapitar o Estado de Direito.
Apoiado Amilcar!
Votação obrigatória: NÃO. Participação consciente: SIM.
Participação entre eleições, segmentadas, sectorizadas, OBRIGATÓRIAS: SIM.
Uma pergunta: porque é que as Ordens (Advogados, Arquitectos, Engenheiros,) acham que devem viver sem cansar os seus queridos miolos? Só como exemplo; poderia falar de uma série de outras associações
Se me obrigarem a ir votar, se não estiver disposto, pago para não ir.
César,
repare que eu disse que,em CV,o voto obrigatório ainda não se justifica...mas sou apoiante da ideia..pergunta: e quando a abstenção persistir em níveis,por ex.,superior a 60%?O quê que se há de fazer?O teu "participar consciente" é a mesmo coisa que dizer "podem ou não ir votar"...Ro,deste modo também não tens direito de "julgar" ou pedir justificação aos políticos....
Defendo a obrigação de nos responsabilizarmos pelas nossas escolhas. Como alguém já disse, se não formos os motivos poderão ser os mais variados. Por isso, devíamos todos ser obrigados a votar e quem tem protesto a fazer, votar Branco.
Obrigatoriedade, uma ova! Isto aqui nao é nenhuma ditadura. Um verdadeiro liberal deixa cada um fazer a sua esoclha livremente, inclusivé ir votar ou nao votar!
E depois porqûe todo este alarido? Será que quem mandou este tema para a mesa de debate ja está com medo de o PAIGCV perder as proximas eleiçoes?!
Mas... caramba! E' o que vai acontecer.... E vamos correr com estes activistas todos que nao querem trabalhar e querem tudo do Estado: teatro de borla, teatro de borla, comida de borla, comida de borla, gajas de borla... enfim tudo de borla!
A mama vai acabar e vamos pôr estes artistas todos de pacotilha a pão e água de açúcar. Quem nao souber abrir o seu proprio teatro, o seu proprio cinema, a sua propria galeria, está fodido!...E que dizer destes bloguistas que passam a vida a bater pívias como esta?!!
Al Binda
captar mais cliente eleitor? Achas que é uma questão de mkt??? Eu defendo menos invasão da mídia nas nossas casas, melhor qualidade de informação, maior responsabilidade social, mt menos novelas.
abrx
Tidi,
tens de ler a frase completa:«Aumentar as verbas de campanhas de marketing político para "captar mais cliente-eleitor" é,claramente,insuficiente».Ou seja,estou dizendo que o marketing político não é solução...
Al Binda,
um verdadeiro liberal reconhece e cumpre o seu dever moral de votar.Nesse caso não haveria necessidade de se implementar a obrigatoriedade.Ou seja,se quiseres (sei que me vais compreender),estamos perante a velha questão Kantiana: agir por dever ou agir para o dever!
Ok Edy, tens razão. Reagi pq de facto incomodou-me falares de "cliente eleitor". Chega disso, do jeito que está a midia povoa a mente das pessoas que já nem sabem o que é uma escolha consciênte.
abrx.
Edy, Kant nao é o melhor exemplo. Kant nunca foi um filosofo liberal. Tinha uma ideias liberais de esquerda, mas como nunca viajou, ficando sempre em Königsberg, nao sabia o que era a liberdade de viajar, de conhecer outras culturas...
Liberal, repito é deixar o outro ser dono da sua vida, das suas vontades; mesmo a vontade de nao ir votar...
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