«(...).Repetimos, o desemprego é o principal problema da sociedade cabo-verdiana. Para o Governo o desemprego é a questão prioritária. Pela sua dimensão e sobretudo pelo seu carácter estrutural definimos que as políticas do Governo, tanto a nível macro como a nível micro, têm que convergir para a criação de uma dinâmica global geradora de empregos.Uma dinâmica geradora de emprego de forma sustentada tem que ter bases sólidas e assentar-se na estabilidade dos fundamentais da economia. Esta é uma condição básica.Também era preciso assegurar o crescimento da economia. Porque uma economia que não cresce naturalmente não cria emprego. E temos conseguido índices robustos de crescimento da economia.Tudo isso é bom, mas é preciso mais. Porquê? Porque a questão do emprego em Cabo Verde é estrutural. Então é assim: temos que ter uma economia estável; temos que ter uma economia que cresce; mas também e sobretudo temos que ter uma economia que se transforma, uma economia baseada em novos paradigmas para realizar as mudanças estruturais necessárias para um desenvolvimento sustentado e gerador de emprego.É esta ideia de Transformação que norteia a visão que temos do desenvolvimento de Cabo Verde. Tirar proveito da posição geo-estratégica do país, do clima, de um Estado de direito democrático, seguro, respeitador dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e transformar isso tudo em fontes de vantagens competitivas. É esta visão de transformar Cabo Verde num centro de prestação de serviços na área do turismo, transportes, serviços financeiros, tecnologias de informação e comunicação, cultura e criar um “cluster” do mar para aproveitar todas as potencialidades que o ele, o mar, oferece.Esta é uma abordagem audaciosa e exigente. Reparem que a prestação de serviços internacionais neste mundo global hiper-competitivo exige qualidade, exige produtividade, enfim exige que o país e as empresas sejam competitivos. Razão porque temos desenvolvido um vasto programa de modernização em todos os domínios da vida do país.E vou referir ao que é mais importante ainda: a qualificação e desenvolvimento do capital humano. Ter homens e mulheres qualificados, quadros técnicos competentes, isso é que é a chave, o factor decisivo. Daí a grande aposta que temos estado a fazer na educação básica e secundária, formação profissional, no ensino superior e nas universidades, como elementos estratégicos da política de emprego e empreendedorismo.Vimos apostando fortemente na formação profissional como política charneira para oferecer saídas profissionais e melhorar a empregabilidade dos jovens. Como factor decisivo para incentivar o empreendedorismo. O que se quer com o desenvolvimento do empreendedorismo é que os jovens tenham uma visão criativa para que sejam capazes de criar o seu emprego, o seu ganha pão, tirando proveito em oportunidades que estão a surgir em áreas como as novas tecnologias, o turismo e muitos outros que estarão patentes nesta feira.Estamos a reforçar a integração do sistema educativo, formação profissional e empreendedorismo para garantir mais saídas profissionais e a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Iniciativas como vários Centros de Formação Profissional com várias ofertas formativas, o Programa Emprego Qualificado para os jovens que trabalham nas frentes de alta intensidade de mão-de-obra, Jovem Soldado Cidadão. Os liceus estão a ser transformados em centros polivalentes de educação e formação profissional, a Uni-CV já iniciou ofertas de cursos pós-secundários de curta duração e de natureza profissionalizante.Estamos já em processo de conclusão da nova lei de bases do sistema educativo e do novo plano curricular.Esse tem sido e será o nosso grande esforço. Esse esforço tem que ser constantemente revisto. Chegou a hora de travar a batalha noutros moldes, em várias frentes, incluindo os bancos da escola básica.Estamos a montar soluções para o empreendedorismo, como a criação de mecanismos de financiamento, o micro-crédito e criação de Banco para atender necessidades específicas da pequena, média e micro empresa, de incubadoras de empresas, do fundo de inserção na vida activa associado à formação profissional, do programa Mundo Novu e as oportunidades de negócios que pode gerar no domínio das tecnologias de informação e comunicação.Devemos referir também à melhoria do ambiente de negócios. A Empresa no Dia, as certidões «on line», os pagamentos electrónicos, são para promoção de empreendedores.Estamos a assistir ao despontar do espírito empreendedor e à emergência de um empreendedorismo mais qualificado e mais audaz em Cabo Verde. Isso é bom sinal. E vamos continuar a trabalhar para desenvolver um ambiente cada vez mais propício ao empreendedorismo.Esta Feira da Empresa, do Emprego e do Empreendedorismo é uma ocasião feliz para fomentar o empreendedorismo, explorar oportunidades de negócios e possibilidades de emprego e formação profissional. Uma actividade que se inscreve como mais um instrumento de promoção do empreendedorismo. Uma actividade que merece ser institucionalizada e deixo aqui o repto para a sua realização anual.
1- o nosso 1º ministro continua a falar muito do empreendedorismo,o que é extremamente positivo por si só,e desta vez disse como e por que medidas pensa incrementar o empreendedorismo no país (a criação do Banco de Desenvolvimento,virado para os pequenos e médios empresários e para o micro-crédito,a aposta em incubadoras de empresas e na componente comportamental do empreendedorismo através do ensino básico);
2- espero que não se continue a persistir na ideia de que incentivar o empreendedorismo é dar formação profissional em...elaboração de plano de negócios (digamos que este é um erro que não é exclusivo de CV);
3- sou da opinião de que este governo tem alguma dificuldade em comunicar as suas ideias,programas,políticas e resultados.Sente-se uma necessidade de maior promoção mediática dos programas de incentivo ao empreendedorismo;
4- será a melhor estratégia tratar o empreendedorismo como alternativa ao desemprego?Se nos atermos à definição que defende que o empreendedorismo é mais do que o acto de criação de empresas,vemos que também é preciso incentivar o empreendedorismo social e o intra-empreendedorismo;
5- é preciso incentivar o surgimento de mais empresas de capital de risco e de legislar no sentido da criação da figura de business angels.
5 comentários:
O nosso "rudimentar" 1.º Ministro ao anunciar os seus desejos (são, como todos os planos conjecturais, fantásticos; ai que bom seria, se fosse!) mais parece um "motor de busca" falante. Caros amigos, as coisas não se resolvem com fantasmagorias. Pena, não é este o espaço para substituir a discussão que, na sociedade, compete aos políticos. A menos que o Edson, ou outro, queira favorecê-lo. Digam-me, vocês que "por amor" o seguem, de que "Cluster" do mar está ele a falar? É por oposição (para concorrer) a que outro, já existente, "Cluster" do mar? O português? Sabemos que Portugal elegeu o Mar como um dos factores mais importantes para o desenvolvimento do país, em obediência à sua secular e brilhante tradição maritima. O José Maria Neves está a querer brincar com a nossa inteligência ou o quê? Ele é, verdadeiramente, um reles patranheiro.Dá um nome bonito às coisas, neste caso copiado do que MICHAEL PORTER, o conselheiro e estrategista, ilustrou, como exemplo, para Portugal e vem vendernos esse objectivo como sendo uma imaginação da sua governação. Vergonha! Pensam que estão a falar para tolos, ou o quê? Embustes de nenhuma natureza não passarão.
J.J
Parece que o J.J. tem ideia mais grandiosas do que a dos Michael Porter...que volte o MPD para podermos ter alguém como o J.J. na governação do país!!!
Deixa de chuchadeira Djom. Com o que dizes, mais pareces um bom panasqueiro que aí está rapaz. Deixa lá dessas coisas!!
J.J
Essa conversinha mansa de JMN já perdeu toda a credibilidade, pois a grande verdade é que não vai conseguir cumprir os dois maiores objectivos da sua governação:fazer a economia crescer a 2 digitos e reduzir o desemprego a 1 digito. Assim, ele está fodido e mal pago, porque falhou.
Anónimo,
tens razão,ele não vai conseguir cumprir esses 2 objectivos a que se propôs..contudo existem várias justificações para isso e,gostaria de saber de onde o governo falhou..
abraço
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