Existem diversas razões para a nacionalização de empresas.Algumas vezes estavam a titubear à beira de um colapso, e a propriedade pública foi vista como a solução para os problemas de rentabilidade diminuta e falta de investimento há muito existentes. Por vezes, a decisão de nacionalização era impulsionada pela convicção de que uma estratégia de coordenação nacional seria mais eficaz do que um modelo de prestação de serviços não planeado. Outras vezes, a nacionalização ocorreu por razões de segurança nacional e, em alguns casos, foi vista como a única solução para os problemas do chamado «insucesso do mercado» nas indústrias que usufruíam daquilo que é conhecido por «monopólio natural». Muito frequentemente,todavia,a nacionalização é prosseguida como uma questão de princípio ideológico e político (o desejo de assegurar a propriedade e o controlo de,pelo menos,os sectores dominantes da economia).
Contudo,a eliminação da necessidade de obter lucros e da ameaça da possível falência no caso de insucesso resulta numa ausência de incentivos eficazes para aqueles que gerem as empresas nacionalizadas,e o princípio de controlo estatal significa,na prática,que os ministros são ambíguos a estabelecer e fazer cumprir objectivos.
Os defensores da nacionalização muitas vezes argumentam que estas empresas não devem ser avaliadas apenas pelos critérios da actuação financeira,visto que se espera que cumpram obrigações sociais não exigidas às empresas do sector privado. Contudo,são os consumidores os que mais sofrem em consequência da ineficácia das mesmas.É difícil fugir à ideia de que estas empresas não estejam a ser geridas nem «no interesse do público» nem para o benefício dos consumidores, mas sim no interesse dos que trabalham neles.
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