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Os dados sobre o desemprego dos licenciados revelam-nos aspectos menos positivos da evolução da economia,do mercado de trabalho e do sistema de ensino:a economia não produz oferta suficiente para suprir a procura (o problema não deve ser visto apenas considerando o nível de qualificações, mas, também, a área das mesmas).Contudo,há uma tentação que deve ser contrariada:é a de achar que, havendo licenciados no desemprego, o país deve refrear o esforço de qualificação da sua população, nomeadamente dos jovens. Não é assim. Bem pelo contrário.Cabo Verde continua a precisar de mais licenciados,desde que provenientes de instituições com ensino de qualidade.Tradicionalmente,os vários governos têm apostado em políticas de apoio à contratação de jovens e de estágios profissionais.Actualmente,taxas de emprego persistentemente elevadas aliadas a um crescimento económico limitado levaram os responsáveis politicos a dar maior importância ao empreendedorismo e ao auto-emprego como formas de fomentar o progresso económico e reduzir o desemprego (estimulando a relação entre a criação de novas empresas e aumento do emprego). A focalização no apoio à contratação de jovens,através de incentivos fiscais e de segurança social,carece de uma maior fiscalização uma vez que grande parte dos jovens contratados perdem o emprego após o fim do período de apoio.Uma solução seria a obrigatoriedade das empresas manterem os jovens para além desse período da vigência do apoio.Por outro lado,o desinvestimento das famílias e da escola na socialização profissional dos jovens tornou necessário que a política de emprego assumisse a função destas.Por isso,é necessário repensaros estágios profissionais:estes deveriam ocorrer antes da entrada dos jovens no mercado do trabalho,sob a forma de estágios curriculares no sistema de ensino ou,até,de ocupação de férias ou "summerjobs".Estes últimos poderiam,aliás,comerçar a ter algum tipo de apoio público,menos oneroso que os estágios profissionais no inicio da vida profissional dos jovens.Se a aposta no empreendedorismo,nos estágios profissionais e no incentivo à contratação dos jovens não tem criado número de empregos suficiente para os licenciados a procura da 1ª oportunidade,o que mais se pode fazer?
Para além das alterações da lei laboral,no sentido duma maior flexibilização do mercado de trabalho,alguns especialistas têm defendido uma maior solidariedade no mercado de trabalho:os progressos da produtividade devem servir para aumentar o emprego através da redução do tempo de trabalho pessoal com manutenção de salário,e já não para aumentar os salários reais.Não se sobe o salário real mas diminui-se a carga horário do trabalho,permitindo-se,assim,a contratação de mais pessoas para "preencher" o horário.A luta contra o desemprego,principalmente para os sindicatos,deveria ser uma prioridade sobre a melhoria do nível de vida dos empregados.
Ao contrário do que por vezes se quer fazer crer, ter um diploma do ensino superior continua a ser um instrumento privilegiado para aceder a um posto de trabalho e uma garantia de que este terá, comparativamente, maior estabilidade, melhor remuneração e maiores possibilidades de progressão na carreira. Além do mais, uma licenciatura continua a ser uma boa forma de resistir ao desemprego – por exemplo, a população com habilitação superior é menos atingida pelo desemprego de longa duração do que a população em geral.Um desempregado licenciado tem muito menor probabilidade de se manter no desemprego do que um não licenciado.
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