Terá essa teoria alguma contribuição para a questão da oficialização da língua cabo-verdiana?
Em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que o leão, ou será morta. Em África, todas as manhãs, um leão acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que a gazela, ou morrerá de fome. Não interessa se és leão ou gazela. Quando o Sol nascer, tens de correr mais depressa...se queres continuar vivo.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
"(...) temos licenciados que são incapazes de escrever um parágrafo! (...)" Corsino Tolentino
Precismo ler Bernard Lahire em La Raison Scolaire: École et Pratiques d'Écriture, entre Savoir et Pouvoir.Ele no diz que a "explicação do insucesso escolar deve ser construída a partir da análise dos modos de relação dos alunos com o tipo de linguagem veiculada pela escola. A operatividade do capital cultural das famílias de origem na definição das trajectórias escolares dos alunos depende, em grande parte, das condições de transmissão desse tipo de disposições.Por subentender a reflexão aquando da sua interiorização e accionamento, a linguagem escolar distancia-se da linguagem prática e dos seus modos de enunciação (linguagem gestual, onomatopeias, sentidos implícitos da mensagem transmitida…). Embora o autor admita que as trajectórias escolares dos alunos são influenciadas por factores exteriores ao contexto escolar, defende que o conhecimento sociológico acerca desta questão ganha inteligibilidade se forem analisados os processos de ensino-aprendizagem que se desenrolam nesse mesmo contexto. A escola existe num universo social que necessariamente a estrutura. Mas a compreensão científica da estruturação dos desempenhos dos alunos por factores externos tem de ter em consideração os princípios escolares de produção do sucesso e do insucesso. Neste sentido, Lahire defende a necessidade de se perceber o sucesso/insucesso escolar analisando antropologicamente as formas e lógicas que o potenciam nos quadros de interacção escolares. Neste sentido, um dos desafios que se colocam à Sociologia é descobrir as diferenças sociais que decorrem e emergem deste hiato entre a linguagem prática e a escolar.O autor demonstra que as características dos textos escritos por parte de alunos que frequentam o ensino primário tendem a variar de acordo com a família de origem dos mesmos (pp. 121-123). Por exemplo, os filhos de operários são os que menos expressões valorizadas na escola utilizam, cujos textos apresentam maior número de incoerências temporais, que cometem mais incorrecções na expressão de ideias e na pontuação…"
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