Em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que o leão, ou será morta. Em África, todas as manhãs, um leão acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que a gazela, ou morrerá de fome. Não interessa se és leão ou gazela. Quando o Sol nascer, tens de correr mais depressa...se queres continuar vivo.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Estratégias de Desenvolvimento
A embaixadora do Brasil em Cabo Verde defendeu a dias que a "vocação de Cabo Verde é a área de serviços e tecnologias sendo que é preciso uma revolução tecnológica no país".Concordo plenamente com essa ideia,mas importa saber como chegar a esse desígnio.Pelo contrario,Ludgero Correia defende que Cabo Verde deve apostar,entre outras,na reabertura das zonas industriais e na atracção de indústria ligeira com vocação exportadora;o governo tem nos dito que a sua aposta é na construção da nossa praça financeira internacional,no turismo e nas grandes infraestruturas públicas.Também fala-se muito em empreendedorismo e inovação,dois dos principais factores de crescimento económico de países:fala-se muito do empreendedorismo e,por enquanto,temos visto apenas medidas avulsas de incentivo ao empreendedorismo;fala-se muito da inovação e,neste campo,a única coisa que se fez foi criar a ADEI (agência de desenvolvimento empresarial e inovação).Ao contrário do que o discurso corrente proclama,a inovação que interessa não é aquela que se limita "a fazer diferente ou de uma nova forma".O que nos interessa é mesmo uma revolução,como disse a embaixadora brasileira;não é apenas uma revolução tecnológica mas principalmente uma revolução com base no conhecimento.O empreendedorismo de base tecnológica/conhecimento,a criação de empresas com base em conhecimento (software,biotecnologia, farmacêuticas, química,etc) deve ou deveria ser incentivado;são estas empresas que criam valor acrescentado na economia e competitividade externa.Apostar em zonas indústrias e na indústria ligeira é,a longo prazo,uma má estratégia:para além de não criarem valor acrescentado por usufruir de isenção fiscal e por basear em mão-de-obra intensiva e pouco qualificada,são essas indústrias/empresas que têm contribuído para o aumento do desemprego um pouco por todo o mundo com as suas deslocações para países onde os custos de produção são mais baixos.Agora que mundo moderno já fez ou está a fazer a passagem da sociedade industrial para a sociedade de conhecimento,nós vamos apostar na criação da "nossa sociedade industrial"?Sinceramente,esse é um mau caminho.O conhecimento é,actualmente,o principal factor de produção e a fonte de competitividade das empresas.Por isso,as zonas industrias que estão "adormecidas" nas nossas ilhas devem ser transformadas em parques de ciência e tecnologia.O governo tem o programa "Mundo Novo",com o qual me congratulo,que vai permitir desenvolver a nossa "sociedade de informação" mas não existe ainda um plano ou um programa para a construção de uma "sociedade de conhecimento".Conjuntamente com as outras estratégias,a principal aposta para o desenvolvimento do país é,para mim,clara: a construção da sociedade e economia do conhecimento!O que tem feito o governo para incentivar a inovação com base em conhecimento?Qual tem sido e qual deve ser o papel das nossas universidades?Porquê não vemos ainda em Cabo Verde a criação de empresas tecnológicas e baseadas em conhecimento?
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