Em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que o leão, ou será morta. Em África, todas as manhãs, um leão acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que a gazela, ou morrerá de fome. Não interessa se és leão ou gazela. Quando o Sol nascer, tens de correr mais depressa...se queres continuar vivo.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
O "problema" da nossa economia
O MPD tem criticado a política económica do actual governo PAICV, nomeadamente no que diz respeito ao investimento público. Defende o partido da oposição que os investimentos públicos não tem tido resultado significativo no que diz respeito a criação da riqueza e do emprego. O investimento público tem tido um impacto muito reduzido na economia não por causa de qualquer erro da política económica do governo mas sobretudo devido às próprias características estruturais da nossa economia: como importamos tudo, são poucas as empresas cabo-verdianas que se beneficiam com esses investimentos. E, para piorar, hoje em dia somos obrigados a “importar” até as empresas de construção civil. A aposta nos investimentos público postulado pela teoria keynesiana era pensada sobretudo para economias desenvolvidas onde investimento público em massa pode dinamizar toda a economia através do efeito multiplicador via aumento de negócios e procura entre empresas.Contudo, o país continua a precisar de infra-estruturas e, por isso, o investimento público neste sector é aconselhável, de preferência em investimentos reprodutivos. É fácil prever que a aposta do MPD seria na criação de um ambiente propício ao desenvolvimento e dinamismo da iniciativa privada através de, principalmente, alterações estruturais do sistema de justiça e na criação das condições para uma diminuição dos impostos, no empreendedorismo de base tecnológico dos jovens e inovação, etc, etc. Ou seja, a mesma ladainha que todos os partidos e todos os políticos debitam para o consumo político. O nosso problema é que essas “apostas” não tem saído do papel e dos discursos político-partidárias; o problema da nossa economia é que, enquanto não alcançarmos as mudanças estruturais pretendidas por todos, que leva décadas a surtir efeitos, o melhor que os partidos têm para nos oferecer são as respectivas capacidades de gestão da coisa pública. Por isso, após a passagem do país para PDM, a principal preocupação tem sido com a diminuição das ajudas externas. O nosso Estado não é regulador mas é gestor: gere a pobreza, gere às ajudas externas e gere os impostos. E o que os dois principais partidos nos tem dito para chegar ao governo é que “eu sou melhor gestor”. No fundo, o principal problema da nossa economia, é o modelo de capitalismo que temos.
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