«José Maria Neves quer mais empreendedorismo em Cabo Verde. O Primeiro-Ministro considera que é necessário que os jovens tenham "mais ousadia" e apostem na criação de novas empresas, como solução para o desemprego e desenvolvimento do país. "Queremos que os jovens cabo-verdianos assumam mais os riscos da realização de investimentos.»
Tenho para mim que o ênfase no risco ou o apelo constante à assumpção do risco no incentivo ao empreendedorismo tem o efeito contrário ao pretendido: em vez de incentivar,desincentiva a atitude empreendedora.Empreender não tem nada a ver com propensão para o risco.Quem gosta de risco investe na bolsa de valores,aposta em cavalos ou anda de moto sem capacete.Para além do risco ser sempre um risco controlado através do plano de negócios,o risco não reside na fase da criação da empresa mas sim na sua sobrevivência e no seu crescimento.Mais do que assumir risco,ser empreendedor exige capacidade para reconhecer oportunidades mas também para definir um conceito de negócio,planear,implementar e avaliar a acção.Mais do que apelar aos jovens para que assumam o risco,ao governo cabe criar condições para minimizar os riscos da actividade empresarial,principalmente para as empresas recém-criadas ou start-up.O que tem feito o governo,ou a ADEI,para baixar ou suster o índice da mortalidade empresarial?
1 comentário:
O PM pode pedir isso e muito mais. Pode incentivar isso e muito mais. Mas sem um trabalho a montante, aquelas serão palavras vãs. Há tempos escrevia eu num post no meu blog: (...)Claramente, esta fraca performance do sector exportador cabo-verdiano mostra que o país nunca fez uma pesquisa de mercado, nunca analisou mercados que ofereçam melhores perspectivas e conhecer os padrões de qualidade exigidos pelo (provável) mercado importador.(...)
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