"Os governos devem abandonar a falsa ilusão de que para alcançar a recuperação basta apenas pressionar alguns botões.Desde o começo das surpreendentes economias inovadoras que nasceram no século XIX que o método comprovado e real para alcançar uma elevada prosperidade - para que exista uma grande oferta de empregos atractivos e estimulantes - tem sido um sistema de empresas privadas inovadoras no sector empresarial.Os governos devem estimular uma economia inovadora e não quilómetros e quilómetros de estradas e outros projectos de construção.A melhor forma de contrariar o abrandamento económico é reestruturar a economia de forma que esta recupere um ´nível de normalidade` superior".
3 comentários:
Alô Edy,
Concordo com o autor quando coloca a tónica na inovação e no sector privado como motores essenciais de crescimento económico. No entanto, para maximizar o potencial destes dois vectores, é fundamental que haja um conjunto de infra-estruturas - onde se incluem, naturalmente, as estradas.
Dou-te um exemplo: o sector agrícola em Santo Antão tem avançado de forma regular em inovação (novas tecnologias de rega, formas mais modernas de plantio e colheita, etc.). Também se tem registado um ritmo crescente (embora ainda insuficiente, reconheço) de "empresarialização do campo", isto é, a mudança de uma mentalidade de agricultura para sobrevivência para agricultura enquanto negócio (sector privado).
No entanto, se não se tivesse construído a estrada Janela - Porto Novo, ficaria muito mais difícil para os empresários agrícolas (uso a expressão de propósito) do Vale do Paúl colocarem os seus produtos em São Vicente de forma competitiva.
Nenhum país ou região jamais se desenvolveu sem apostar em três pilares: infra-estruturas + instituições + pessoas. Acrescentaria, tendo o sector privado como motor e a atitude (onde se inclui uma cultura para a inovação) como combustível.
Um grande abraço,
Paulino
De acordo Paulino..mas temos de contextualizar: estás a falar de CV,um país onde praticamente não havia estradas em condições aceitáveis e onde ainda há muitas obras públicas por fazer;o autor,um prémio nobel da economia,está a falar dos países ocidentais que,na sequência da actual crise que se começou a sentir em 2008,começaram a apostar nas obras públicas como políticas contra-cíclicas...
Ah bom, assim estamos entendidos! Mas então, o próprio autor deve ter alguma cautela em fazer este tipo de generalizações, universalizar conclusões forjadas num contexto bem específico...
Um abraço,
Enviar um comentário