Eu não estou na Praia,não estou a passar por aquilo que "gentis di praia" está a sofrer mas entendo a situação.Entendo tanta reclamação,raiva e desilusão.De longe,ficamos duplamente admirados por uma cidade como a Praia estar nesta situação e pela calma/passividade das pessoas.Contudo,não deixa de ser sintomático o facto de algumas pessoas em Cabo Verde,nos comentários online,reclamarem da passividade da sociedade civil perante esta situação da Electra- e outras situações ainda,mas isso é uma outra história.Por exemplo,num post do Bianda,o Paulino Dias diz:"Resta-nos não perder o humor ante tanta apatia: do Governo, da empresa que nos deveria fornecer água e luz em condições, desta coisa a que se chama sociedade civil...".Estes tipos de críticas não são mais do que um reflexo da própria sociedade civil,ou seja,a sociedade civil se olhando ao espelho.Eu,que estou longe,não resisto a perguntar,a todos que,sentados a frente do pc,reclamam da sociedade civil cabo-verdiana: e tu,o que estás a fazer perante esta situação?Fazes ou não fazes parte da sociedade civil?Ou será que temos de limitar a sociedade civil entre aqueles que "mandam bocas" e aqueles que "sofrem calados"?
Não há nada de mais inconsequente de que constatações do tipo "a nossa sociedade civil é apática".Para não ser acusado de estar a criticar numa situação completamente confortável em relação às pessoas que estão a sofrer na pele esta lamentável situação,tenho uma sugestão a propor:organizem-se em grupo,constituam um advogado e processam a Electra e/ou o Estado em nome da Cidade da Praia.Solicitem ajuda a Pró-Praia se for preciso.Vai demorar muito tempo?Provavelmente,anos e anos.Mas a sociedade civil não se resume a "mandaduras de bocas" ou passeatas com desfiles de cartazes,que não resolve nada a médio-longo prazo.Outra sugestão:"obriguem" a Assembleia Nacional a encontrar uma forma de intervir nesta situação apresentando uma petição com milhares de assinaturas da população do maior círculo eleitoral do país (o objecto da petição pode até ser a demissão da direcção da empresa ou outro qualquer).Por uma vez,ajam em conformidade com o pensamento,façam aquilo que dizem e defendam aquilo em que acreditam.Sejam actores e não meros espectadores da realidade.
6 comentários:
E' o que eu digon fazes-me rir! E és tu, que nao quiseste escolher nem MPD nem a UCID, a vir criticar o outro pela sua "apatia"?!
Deixa-me rir, porque crioulo é mesmo palhaço! Tanto tu como esse santantonense, que tem o desplante de fazer esse cometnario.
Crioulo é mesmo coitado!!!
Cada vez mais tenho a convicçao de que nunca mais trabalharei na minha terra! vou so para morrer, e se eu nao tiver o azar de morrer por ca!!!
Tantos anos dedicados a este povo, mas nada feito!
Pertenço a uma raça leviana!!! Felizmente que os meus filhos sao educados noutra cultura e estao no estrangeiro!!!
E tu meu amigo,
achas que as tuas intervenções online faz alguma coisa para a sociedade civil cabo-verdiana?
Alô Edy,
Thanks pela referência ao meu comentário. Mas devo dizer que fazes uma análise muito superficial e apressado do mesmo...
Não vou aqui entrar no campo do que faço ou deixo de fazer, enquanto cidadão, além de "estar sentado à frente do pc reclamando da sociedade civil". Recomendo-te apenas ir mais a fundo, procurar saber mais, investigar, antes de fazer este tipo de avaliações e generalizações, ok? Não vou discutir este assunto neste canal, mas se quiseres, mande-me um e-mail que poderemos trocar ideias sobre este ponto, na boa. ;-)
Mas adiante. Que este assunto é pertinente e merece ser discutido. Quando levantei a questão da sociedade civil (e da sua aparente apatia) tinha em mente - confesso - principalmente um certo dia do famoso verão de 2005 se não estou em erro, em que a Cidade da Praia foi duramente fustigada por cortes de electricidade, foi convocada uma manifestação maciça para protestar contra a situação e sabes quantas pessoas apareceram? Não mais do que 3.500! Isso numa população de 130.000 "cidadãos"!!! Fiquei desde então decepcionado com "esta coisa a que chamam sociedade civil", digo-te. Ah!, a Pró-Praia era uma das principais organizadoras, lembro-me...
Mas voltando à questão de o que devemos fazer: as propostas que já apresentas são válidas e de se levar em conta. Mas na minha opinião o problema de fundo é: como tornar a Electra uma empresa eficiente e sustentável? Bem, não vou repetir a minha posição sobre este assunto, está num artigo publicado no jornal A Semana online sobre reestruturação da Electra (para veres que não me limito a "mandar bocas" em frente do pc... procure e leia o artigo, ok? rssssss).
Aproveito para te desafiar a colocar aqui as tuas propostas concretas em relação a este ponto, de quê acções a "sociedade civil" pode implementar para resolver o problema de falta de água (e. já agora, luz) na Cidade da Praia. Vamos a isso? Mas para seres pragmático, não te esqueças das regras básicas deste exercício: indicar o quê, como, quando, quem, com que recursos. Assim sim, teremos um debate mais profundo e menos superficial, útil e pertinente. O novo PCA da ELECTRA vai certamente agradecer todas as sugestões/contribuições. Encarrego-me de as fazer chegar às suas mãos, ok?
Abraço, bom final de semana!
Eu ja te disse Edy que tu nao tens boa memoria.
A pergunta que me colocas, tu mesmo ja a respondeste no passado num momento de lucidez!
Quem mais do que eu atiçou debates na NetCrioula?! Quem?!!!!! Toda a gente quis debater comigo!!
Carro amigo e colega de preocupação se me permita, nossa sociedade civil esta devidida de seguinte forma:as pessoas com um nivel academico de licenciatura por ai estão a ganhar acima de 70 mil escudos, essa quantia aqui podemos fazer varias coisas, eles não estão nem ai para os problemas basicos, os estudantes que estão preocupados apenas em ir ao escola e alguns escola e trabalho(inclusive universitários)nem sequer preocupam em estudar e muito menos outros problemas; e os restantes que entram os ("Thugs",comerciantes,policias,etc.........)esses ai são ainda piores, posso lhe dizer que nesse pequeno pedaço de terra que é chamado alvezes paìs de "Morabeza"que ninguem pensa em bem comun aqui é cada um por si e Deus por todos,posso lhe dizer para ter capacidade de mover a sociedade civil para uma manifestação ou algo de tipo, é preciso de pessoas que tenha bastante tempo mesmo porque é um ardua tarrefa e posso lhe dizer que é mesmo despendioso, e se analisarmos a forma como o partido que esta no poder ganhou a eleição, não pode nos passar pela cabeça fazer qualquer manifestação aqui.
Gersom,infelizmente deves ter razão quando dizes que «nesse pequeno pedaço de terra que é chamado alvezes paìs de "Morabeza"que ninguem pensa em bem comun aqui é cada um por si e Deus por todos» e,se calhar,este é o principal problema no que diz respeito a este assunto...
Paulino,
mencionei o teu comentário no bianda apenas como um exemplo porque era o que estava mais a mão,ou "mas fresku"...não foi nada pessoal,mesmo porque não tenho como saber se o Paulino em particular faz ou não alguma coisa para a sociedade civil e se participa ou não em actividades da sociedade civil.Este meu post crítico tem mais a ver com a sociedade civil do que com a Electra,mas de qualquer maneira vou tentar responder as tuas questões:
1)quanto a electra,
A- em 1º lugar devo dizer-te que estou longe de ser um especialista em economia da energia ou gestão de empresas energéticas e muito menos de engenharia;contudo,a meu ver o problema da Electra é,de um modo geral,de gestão(tesouraria,produção/operação,falta de inovação e também da falta de rigor na gestão de recursos humanos)e do próprio sistema eléctrico nacional mas,confesso,não tenho a solução mágica para a Electra...o que me parece óbvio é que a empresa precisa urgentemente de injecção de milhões de escudos,se do Estado ou privado isso é um bocado indiferente neste momento;
B- não cheguei a ler esse teu artigo no A Semana,por isso não poderei tecer qualquer comentário sobre ela.Mas posso-te dizer que não sou a favor do figurino que o governo escolheu para reestruturar a empresa,dividindo-a em duas empresas,e digo-te porquê:simplesmente pq esse figurino não potencia o surgimento da concorrência no sector.Mais importante do que tornar a Electra numa empresa eficiente é termos uma concorrência no sector para que,quando se justificar,mandarmos a Electra para aquele lugar...portanto,a meu ver,a reestruturação da empresa deveria seguir a seguinte lógica:separar a produção,comercialização e transporte e distribuição.Podia ficar as 4 áreas separadas ou ficar a produção e comercialização juntas e estas duas podem ser liberalizadas,mas é essencial que a distribuição e o transporte sejam regularizadas pelo Estado.Só assim podemos criar condições para entrada da concorrência no sector..
2) quanto a sociedade civil,devo repetir que as manifestações não são as únicas formas da sociedade civil se fazer sentir.Aliás,não cabe a sociedade civil resolver o problema da Electra,cabe a ela fazer-se presente junto da Empresa e do Estado..duma forma ou de outra!
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