- precisamos urgentemente de estudos sociológicos sobre a sociedade cabo-verdiana no geral e, mais concretamente, sobre o modo de funcionamento dos mecanismos de socialização na sociedade cabo-verdiana;
- é elucidativo ver a classe média-alta a criticar a nossa sociedade consumista (um velho e conhecido estratégia de defesa de classe);
- os protagonistas nesse debate são os adultos bem formados, os mais velhos e os jovens quadros, os “detentores” dos velhos bons valores e não os supostos jovens “sem valores”;
- precisamos de parar de falar em “perda de valores”, desde logo porque não há uma “perda de valores” mas sim “mudança de valores”. O facto de estarmos a discutir os valores antigos demonstra que elas continuam “por aí”, interiorizado, quiçá, nos “cidadãos da primeira”;
- não se ouviu uma única palavra sobre a perda de influência da igreja na sociedade e do seu papel na transmissão de valores; os "culpados" preferidos parecem ser os media, a família e a escola:
- o mais preocupante para a sociedade cabo-verdiana não é a "mudança de valores" mas sim a inexistência do comportamento cívico. Isto sim perdemos: a educação cívica! E é sobre o comportamento cívico dos cidadãos que os governos, autarquias e outras autoridades podem agir e controlar.
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