quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Treinadores

A análise da vida política tem imensas semelhanças com a análise desportiva, mais concretamente com a do mundo do futebol. Assim como somos todos adeptos de um ou outro clube, também somos “adeptos” de um ou outro partido e de um ou outra política e programa. Discutimos as políticas, os políticos e os partidos na mesma medida em que discutimos os jogos, os jogadores e as tácticas dos treinadores. Sabemos todos qual deve ser a equipa principal a jogar, quem deve ser substituído e quem deve entrar, qual a melhor táctica a utilizar em cada jogo, onde falhou o treinador, etc. De fora vemos sempre melhor do que aqueles que estão dentro. Somos todos, treinadores da bancada. Igualmente, sabemos todos qual é a melhor política que devia ser implementada em cada área, como deve ser gerida a coisa pública, quais os ministros remodeláveis e quem é ou não ministeriável, porque o 1º ministro está a fazer mal o seu trabalho, porque o governo dever perder as próximas eleições, etç. De fora vemos melhor o que está a correr mal. Somos todos, treinadores dos governos. Tudo isso é legítimo e até desejável. O problema é que quando entramos num campo para jogar ou quando passamos a ter alguma responsabilidade governativa, parece que “desaprendemos” todos os ensinamentos que transmitíamos da bancada. Por isso, muitos treinadores não se aventuram a deixar a bancada.

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