«Todo o aparato da visita a Cabo Verde é para impressionar o eleitorado “Palopiano” residente em Portugal»,João Cardoso in Liberal.
«Ao Sócrates dará muito jeito o voto dos cabo-verdianos com capacidade para votar em Portugal. Não tendo como chegar directamente a esta grande comunidade, Sócrates opta por vir directamente à origem, numa operação de charme e de propaganda politica, o Governo de Sócrates decidiu fazer uma maratona em Cabo Verde»,João Dono,in Notas do Dono.
Confesso que tenho alguma dificuldade em "encaixar" a leitura desses dois comentadores sobre a vinda do 1º ministro de Portugal à CV.Para desmontar a ideia de que a "intenção" do Sócrates era "caçar" votos dos cabo-verdianos,ou dos "palop´s",precisamos olhar para o histórico do comportamento eleitoral dos imigrantes (não só a sua participação nas eleições ao longo do tempo como também a tendência do voto) e o seu peso nas eleições em Portugal.Pelo menos 2 factos permite-nos a não validar a análise citada:provavelmente,o número de caboverdianos com nacionalidade portuguesa,aqueles que podem ou não votar em Sócrates,será muito inferior à dos caboverdianos com apenas direito de residência (que só podem votar nas eleições autárquicas) e,por isso mesmo,o peso do voto do "crioulo nacionalizado" não justificaria uma viagem à Cabo Verde apenas para agradar aos poucos caboverdianos que votam nas legislativas;por outro lado,se tradicionalmente a comunidade crioula em Portugal é,na sua maioria,"simpatizante" do Partido Socialista (por ser visto e tido no seio da comunidade como o mais "amigo" dos imigrantes entre os partidos do «arco do poder») e se juntarmos a isso a abstenção entre esses eleitores,veremos que os ganhos politicos/eleitorais para Sócrates não serão assim tão extraordinário...os ganhos políticos,com essa viagem,foi numa direcção com sentido único:para JMN e o PAICV!
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