"Banca portuguesa em Angola deverá ceder 49 por cento do seu capital até ao final do ano a investidores locais".
(in, Jornal de Negocios)
Até ao final deste ano todos os bancos portugueses em Angola deverão vender até 49% do seu capital a empresários ou investidores angolanos passando esses bancos a terem na sua administração e/ou conselho de administração gestores e representantes de investidores angolanos.No sector financeiro,a Sonangol (empresa pública) assumui o papel de braço armado do Estado angolano na negociação das alianças com os bancos portugueses.Fala-se que vão alargar essa medida à outras sectores da economia que representam avultados investimento: o sector da construção civil.
Alguns defendem que medidas como esta levam a fuga de capitais estrangeiros para outros países mais "amigos" de investimento estrangeiros e as demais consequências que essa fuga pode provocar,mas que essa medida também tem as suas vantagens,lá isso tem.Desde logo,a entrada de quadros altamente qualificados para o topo dessas organizações,um maior nível de capital que fica no país disponível para ser reinvestido com consequências positivos para o emprego e arrecadação de impostos.E,não sendo anti-capitalista e nem anti-investimento estrangeiro,provoca uma consequência importantissíma para o sistema capitalista global: impede ou permite a redução de deslocação "selvagem" de capitais estrangeiros entre países conforme for a conviniência dos investidores.
Quando é que,em Cabo Verde,um político ou um governo terá a coragem de avançar com uma medida desse tipo?Será que,a ser avançada uma medida parecida,ao contrário do que está acontencendo e Angola,os investidores estrangeiros vão fugir de Cabo Verde?
Em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que o leão, ou será morta. Em África, todas as manhãs, um leão acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que a gazela, ou morrerá de fome. Não interessa se és leão ou gazela. Quando o Sol nascer, tens de correr mais depressa...se queres continuar vivo.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
sábado, 23 de agosto de 2008
Monopólio vs. Concorrência
Existem mercados onde a introdução de um sector concorrencial,embora tenha alargado o leque de alternativas oferecido aos consumidores,reduziu a qualidade dos produtos e acabou por degenerar numa baixa real das opções.Exemplo típico deste processo pode ser dado pelo mercado televisivo e pelo mercado jornalístico.A transição de um regime monopolista para um regime concorrencial entre vários canais ou jornais conduz os clientes a imaginarem uma situação em que a oferta de programas se diversifica e o acréscimo de opções jornalistica sobe.No entanto,se se criar um índice de variação de programas que compare a diversidade da oferta em períodos monopolistas e a diversidade da oferta em momentos de concorrência,tal índice revelará que a variedade é decrescente e não crescente.O que é que pode explicar a redução da variedade da oferta,quando o número de alternativas é cada vez maior?O que é que estará na base de uma homogeneização da programação,havendo menos opções com 3 canais generalistas do que no momento em que havia apenas 1 canal?O que pode explicar que tantos jornais parecem o mesmo e tratam os mesmos assuntos?
A explicação é mais fácil do que parece.O que acontece correntemente é que as organizações são pautadas por lutas constantes pela sobrivivência em contexto de incerteza.A maior parte das organizações está mais interessada na sobrivivência do que na maximização dos seus resultados,sobrivivência essa que está mais causalmente relacionado com a legitimidade social conquistada do que com o desempenho ou a eficiência.Ou seja,as organizações são mais gestoras de impressões e manipuladoras da aceitação social do que máquinas que conquistam a eficiência económica,baixando custos e aumentando as receitas.A gestão social em contextos de incerteza leva a que o mimetismo seja uma forma de baixar os riscos.Copiar as empresas instaladas ou tidas como de maior sucesso é uma forma de minimizar os perigos aparentes.Ao mimetismo vem-se somar a acção das agências de regulação e demais instituições com poder normativo,que forçam prática únicas,e a profissionalização dos campos,que leva à formação de actores com as mesmas características e com as mesmas predisposições.Desta forma,a transição do monopólio para a concorrência pode,contra todas as expectativas,reduzir as opções e diminuir a qualidade da programação.
A explicação é mais fácil do que parece.O que acontece correntemente é que as organizações são pautadas por lutas constantes pela sobrivivência em contexto de incerteza.A maior parte das organizações está mais interessada na sobrivivência do que na maximização dos seus resultados,sobrivivência essa que está mais causalmente relacionado com a legitimidade social conquistada do que com o desempenho ou a eficiência.Ou seja,as organizações são mais gestoras de impressões e manipuladoras da aceitação social do que máquinas que conquistam a eficiência económica,baixando custos e aumentando as receitas.A gestão social em contextos de incerteza leva a que o mimetismo seja uma forma de baixar os riscos.Copiar as empresas instaladas ou tidas como de maior sucesso é uma forma de minimizar os perigos aparentes.Ao mimetismo vem-se somar a acção das agências de regulação e demais instituições com poder normativo,que forçam prática únicas,e a profissionalização dos campos,que leva à formação de actores com as mesmas características e com as mesmas predisposições.Desta forma,a transição do monopólio para a concorrência pode,contra todas as expectativas,reduzir as opções e diminuir a qualidade da programação.
sábado, 9 de agosto de 2008
Que tipo de trabalhador és?
Existem muitas ferramentas que nos ajudam nesta procura, estando algumas disponíveis já na internet a custo zero.Uma das mais simples mas muito interessante é o HOTZ, que através de apenas 20 questões nos diz qual o papel em que nos sentimos mais confortáveis quando trabalhamos no que mais gostamos:
- Lebre (Criativos, Conceptuais, Espontâneos)
- Mocho (Planificados, Equilibrados, Pragmáticos)
- Tartaruga (Organizadores, Estruturados, Indutivos)
- Esquilo (Execucionais, Metódicos, Minuciosos)
Anexo o link para que todos se conheçam melhor e possam conhecer melhor a sua equipa!
Eu sou Lebre,e tu?
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Politicos Empreendedores
O empreendedorismo está tão na moda e está tão vincada em Cabo-Verde que muitos dos nossos políticos,após deixarem a vida política activa ou depois de serem "despedidos" pelos eleitores,mostram logo a sua veia empreendedora criando empresas nas mais variadas aréas de actuação.Quem diz politicos,diz também àqueles que "gravitam" à volta dessa actividade «tão nobre». Exemplos: Gualberto do Rosário,Alfredo Carvalho,"Scapa",Jacinto Santos...e o mais novo empresário da zona, Filu!
Noutros paragens,os empresários e gestores são convidados para fazerem parte de um governo colocando à disposição do seu país a vasta experiência adquirida na vida dos negócios.Em CV é precisamente o contrário: vai-se ganhar experiência na política para disponibilizar o capital politico ganho ao mundo dos negócios.E ainda há que diz que não existe empreendedorismo no País...
Parecer de Nhu Naxu: ali ben tempu ki tudu politicos ta bira empresário e tudu empresário ta bira politicos....
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Estado da Oposição
No tempo da monarquia constitucional, os governos não caíam por pressão popular. Saíam do poder por cansaço. Os caciques locais mudavam de partido e, com isto, a anterior oposição ganhava a sua saudável maioria. Até que chegasse o momento de esta se sentir exausta e se arrastar até ao monarca a pedir a marcação de novas eleições.
Na Inglaterra, a ironia baptizou quem estava fora do poder como "leal oposição": era-se opositor, mas não se pressionava demasiado. Hoje não é assim. Nenhum partido no seu perfeito juízo diz que está cansado de governar, mesmo quando S. Pedro envia chuva financeira contínua e esta se transforma em dilúvio. Mas, em Cabo Verde, assiste-se neste momento a uma coisa curiosa. Não é o Governo que mostra estar cansado de exercer o poder. É, absurdamente, a oposição que parece estar demasiado cansada para fazer a sua leal função de tentar ser alternativa ao Governo. Conforme se depreende no discurso de Jorge Santos no "A semana", o MPD já parece cansado antes de ir para eleições: ao invés de investimentos de "duvidosa rentabilidade" o MPD,quando for governo,irá dar prioridade às PME,mas não diz como se concretizar essa prioridade e nem aprensentam medidas que ajudem ao governo a "rivitalizar" esse sector ("o segredo é alma do negócio"?);contra a asfixia fiscal,pretendem baixar os impostos sem dizer qual seria o impacto dessa baixa de imposto ou como pensam compensar essa perda de receita;para terminar,para vincar a sua costela liberal da direita,pretendem combater o défice com "redução gradual das funções do Estado, transferindo para a iniciativa privada e social, serviços, actividades e funções que não devem estar no Estado" sem mencionar quais os serviços do Estado que pensam transferir para o sector privado. Se não tivesse lido e ouvido,tenderia a pensar que esse discurso foi escrito para um trabalho de "introduçao à economia" do 12º ano.Compreende-se que a política económica do MPD não seja muito diferente da de José Maria Neves; a principal diferença é a eficácia deste.Mas o que surpreende é que o Governo, neste momento, esforça-se por parecer activo. E a busca de investimentos externos mostra isso. Só que, perante tudo o resto, o MPD está inerte. Como se tivesse feito uma maratona e o seu líder estivesse esgotado. De forças e de ideias. O MPD, neste momento, é a leal e cansada oposição de José Maria Neves.
Na Inglaterra, a ironia baptizou quem estava fora do poder como "leal oposição": era-se opositor, mas não se pressionava demasiado. Hoje não é assim. Nenhum partido no seu perfeito juízo diz que está cansado de governar, mesmo quando S. Pedro envia chuva financeira contínua e esta se transforma em dilúvio. Mas, em Cabo Verde, assiste-se neste momento a uma coisa curiosa. Não é o Governo que mostra estar cansado de exercer o poder. É, absurdamente, a oposição que parece estar demasiado cansada para fazer a sua leal função de tentar ser alternativa ao Governo. Conforme se depreende no discurso de Jorge Santos no "A semana", o MPD já parece cansado antes de ir para eleições: ao invés de investimentos de "duvidosa rentabilidade" o MPD,quando for governo,irá dar prioridade às PME,mas não diz como se concretizar essa prioridade e nem aprensentam medidas que ajudem ao governo a "rivitalizar" esse sector ("o segredo é alma do negócio"?);contra a asfixia fiscal,pretendem baixar os impostos sem dizer qual seria o impacto dessa baixa de imposto ou como pensam compensar essa perda de receita;para terminar,para vincar a sua costela liberal da direita,pretendem combater o défice com "redução gradual das funções do Estado, transferindo para a iniciativa privada e social, serviços, actividades e funções que não devem estar no Estado" sem mencionar quais os serviços do Estado que pensam transferir para o sector privado. Se não tivesse lido e ouvido,tenderia a pensar que esse discurso foi escrito para um trabalho de "introduçao à economia" do 12º ano.Compreende-se que a política económica do MPD não seja muito diferente da de José Maria Neves; a principal diferença é a eficácia deste.Mas o que surpreende é que o Governo, neste momento, esforça-se por parecer activo. E a busca de investimentos externos mostra isso. Só que, perante tudo o resto, o MPD está inerte. Como se tivesse feito uma maratona e o seu líder estivesse esgotado. De forças e de ideias. O MPD, neste momento, é a leal e cansada oposição de José Maria Neves.
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