quinta-feira, 31 de julho de 2008

Empreendedorismo em CV...um debate com o Paulino (1)

Importa começar por dizer que,devido a sua natureza interdisciplinar,ainda não existe um consenso ciêntifico entre os investigadores sobre a definição do empreendedorismo;por isso,como é sugerido por W.B.Gartner,cada estudo/investigador deve definir exactamente o significado do termo no seu contexto específico.Isto,para te dizer Paulino,que a minha definição do empreendedorismo «aqui» é entendido como criação de empresas (excluimos o intra-empreendedorismo e o empreendedorismo social).Como sabes não existe estatísticas para aferirmos sobre a real taxa de criação de empresas em CV;apenas temos a percepção que o empreendedorismo é baixa.È baixa devido à motivos históricos-politicas-ideológicas (tudo junto),culturais e,principalmente,institucionais:
1- os motivos históricos-políticos-ideológicos tem a ver com o período do partido único e da ideologia económica veiculada na altura que influênciou e influência sobremaneira o estádio do nosso capitalismo (se considerarmos que existe vários capitalismos) e onde existia inúmeras barreiras a toda e qualquer iniciativa privada;
2- as razões culturais,veiculada através de instrumentos da socializaçao como a familia e a escola,é perceptível nos concelhos que todos os nossos "mais velhos" nos deram desde a primeira classe da escola preparatória:«filho,estuda para um dia seres médico,engenheiro,"doutor"»...mas nunca,nunca ouvimos «filho,estuda para seres empresário e dono do teu destino»...ainda hoje!Essa baixa "cultura empreendedora" que nos caracteriza passa,principalmente,pela escola-educação (nos países onde o empreendedorismo é elevado existe programas de educação para empreendedorismo desde o ensino primário até o universitário) e pela inexistência de modelos de empresários que sejam reconhecidos positivamente pela sociedade e que estimulem réplicas comportamentais (todos admiram o Bill Gates,mas consegues me dar o nome de um empresário criolo que é idolatrado no país todo?);
3-a instituição,que estruturam os incentivos no intercâmbio humano,quer políticos,sociais ou económicos é utilizada aqui de forma ampla para incluir as estruturas políticas,legais,financeiras,lgísticas,educativas e sociais que distinguem uma sociedade.Existe uma relação dinâmica e interaactiva entre o empreendedorismo e as instituições que assenta na existência de "vazios estruturais/institucionais" (Ronald Burt),os quais constituem oportunidades que os empreendedores aproveitam fazendo uso da sua rede de relações sociais.Sendo que são as instituições que determinam a opções disponíveis para a acção,depreende-se facilmente que as instituições em CV não fomentam muito o desenvolvimento do empreendedorismo.

Alguns economistas e os psicologos deram muita importância às caracteríticas individuais no incremento do empreendedorismo (assunção de riscos,capacidade de lidar com a incerteza,antecipação de necessidades futuras,necessidade de sucesso,etç);contudo,actualmente,outros sustentam que esta abordagem fomenta a ideia de que o empreendedorismo é algo de místico e ocasional,apenas ao alcance dos genéticamente favorecidos,o que é contrário ao desenvolvimento do próprio empreendedorismo.Já Schumpter argumentara que o risco é uma característica do negócio e não do empreendedorismo em si,ou seja,o risco e a incerteza fazem parte integrante do mundo empresarial e não dos empreendedores pelo que as decisões são frequentemente tomadas sob informação incompleta ou imperfeita.Aquilo a que chamaste "ímpeto individual e não transmissível de correr risco e de empreender",pode ser ensinada,ou melhor,pode se incutida desde a terna idade através da escola e formação(senão,teríamos de acreditar que o empreendedorismo não pode ser ensinada).Como disse Michael H. Morris,o empreendedorismo não é um acontecimento aleatório nem é inato:é antes determinado pelas condições da envolvente que se manifestam a diferentes níveis.
Para terminar,Paulino,não basta ao 1º Ministro e outros politicos fazerem discursos enaltecendo a importância do empreendedorismo para a desenvolver (atenção que esse tipo de discurso tem a sua importância);precisamos de mudar e melhorar as condições da nossa envolvente através da criação de um sistema nacional do empreendedorismo (no fundo,organizar as instituições a que te refiristes como o micro-crédito,o sistema financeiro e criar ou dar condições para que surjam outras como empresas de capital de risco,a figura de business angels, incubadoras,ninhos de empresa,fomação profissional-educação,entre outros).

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Será o fim do fundamentalismo de mercado?

O que fazer para evitar a crise e ultrapassar as dificuldades
Governos forçados a intervir para limitar efeitos da crise

28.07.2008 - 08h40 Sérgio Aníbal

«Mercados financeiros em ebulição, Europa e EUA ameaçados por uma recessão e inflação a subir em todo o mundo: os governos, apanhados de surpresa, improvisam e tomam medidas de emergência para combater a crise.Salvam-se bancos em dificuldades, ajudam-se as famílias endividadas a pagar a sua prestação, devolvem-se impostos pagos, reforça-se o poder das autoridades da concorrência para controlar os preços, penalizam-se as petrolíferas pelos ganhos excessivos, aumentam-se os apoios sociais aos mais pobres e fazem-se planos de investimento público mais ambiciosos.Estas medidas são por vezes tomadas de forma limitada, devido às próprias restrições orçamentais dos governos, sendo por isso, em muitos casos, insuficientes ou mesmo inúteis perante a dinâmica negativa que se sente nas economias. Mas a verdade é que, para tristeza dos defensores das virtudes da economia de mercado, a resolução mais rápida e sem dor dos problemas que se vivem no sector privado parece agora depender quase totalmente do sucesso da intervenção realizada pelo Estado.O panorama é semelhante em todo o mundo. No entanto, a resposta que está a ser dada pelas autoridades varia de país para país, dependendo mais da gravidade da situação de cada economia e do equilíbrio das finanças públicas do que da ideologia defendida pelo respectivo Governo. Só isso pode explicar que o exemplo de maior intervenção estatal du-rante a presente crise esteja a vir dos EUA, um país com uma economia tradicionalmente mais liberal e cujo presidente, George W. Bush, tem sido, ao longo dos seus dois mandatos, um acérrimo defensor da redução da presença do Estado na economia.Logo no início da crise financeira internacional e do rebentar da bolha especulativa no mercado imobiliário, a Administração Bush, após difíceis negociações com o Congresso dominado pelos democratas, contribuiu, a par com a Reserva Federal, para salvar da falência o banco de investimento Bear Stearns, financiando outro banco privado para o comprar. Ao mesmo tempo, as autoridades norte--americanas lançaram um plano de devolução de impostos no valor de 260 mil milhões de dólares, com o objectivo de reanimar o consumo. Este sábado, perante a continuação da crise, Bush e o Senado viram-se forçados a mais medidas de emergência. O Tesouro passou a estar autorizado a comprar - nacionalizar - o capital das agências de crédito imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac. Além disso, foi criado um programa público para facilitar o refinanciamento de 400 mil famílias com dificuldades em pagar o empréstimo da sua casa.Novos intervencionismosDeste modo, os Estados Unidos, sempre citados como o exemplo do que é uma economia de mercado, têm neste momento um sistema financeiro em que, na prática, metade dos créditos à habitação são garantidos pelo Estado. Nem nos países europeus, como Portugal, em que existe um banco público com uma posição importante no mercado, se consegue actualmente encontrar uma situação semelhante.No Reino Unido, a economia do Velho Continente mais semelhante à norte-americana, as pressões para que o Estado actue também têm sido muito fortes. De tal modo que Gordon Brown, como primeiro-ministro, já se está a ver obrigado a violar as regras de rigor orçamental que tinha criado como ministro das Finanças. Só assim conseguiu encontrar fundos para nacionalizar o banco Northern Rock, salvando-o do colapso iminente, e lançar medidas de apoio a um mercado imobiliário em queda acentuada.A explicação para o novo intervencionismo estatal de norte-americanos e britânicos está no facto de ser nestes dois países que a crise se encontra numa fase mais adiantada e de os problemas nos seus mercados financeiros estarem a exigir acções mais radicais.Na maior parte dos países da Europa continental a crise não é ainda tão profunda e, por isso, a actuação dos governos tem sido mais discreta. Só na Alemanha, logo no início das dificuldades, foi exigido ao Governo que patrocinasse o salvamento de um banco em dificuldades. Desde aí, na zona euro, as medidas tomadas pelos governos têm tido mais o objectivo de dinamizar o crescimento e de apoiar os sectores da população que mais estão a sofrer com a alta de preços dos combustíveis e alimentos e o aumento dos juros. Impactos modestosEntre as apostas para ajudar a economia a crescer tem estado a flexibilização dos mercados de trabalho, a simplificação de procedimentos administrativos, a concessão de linhas de crédito para o investimento privado e a aposta em projectos de investimento público. No combate aos problemas criados pela inflação e pela subida das taxas de juro, encontram-se medidas como a travagem da subida dos impostos sobre os combustíveis, o apoio de famílias endividadas e, no caso italiano e português, a alteração das exigências fiscais às empresas petrolíferas.Em todas estas acções nota-se, no entanto, a preocupação de não colocar em causa o equilíbrio orçamental exigido pelo Pacto de Estabilidade. Também por isso, o impacto positivo na economia acaba por ser bastante modesto. No entanto, avisam muitos analistas, poderá não demorar muito tempo até que, também na zona euro, os governos se vejam forçados a actuar de forma mais decidida perante situações de emergência na economia e nos mercados financeiros. E a Espanha é a principal aposta, dada a forma repentina e profunda como a economia está a entrar numa recessão.Em Portugal, a economia é das que menos crescem na zona euro e as famílias e empresas estão entre as mais necessitadas. Talvez por isso, é um dos países onde o Governo mais anúncios de ajuda tem feito. O problema é que as contas públicas estão ainda longe do equilíbrio, o que leva a que as medidas tomadas sejam todas de impacto limitado, como a descida do IVA em um ponto percentual, o aumento das deduções fiscais para quem está a amortizar empréstimos ou a redução das taxas máximas de IMI.»

Parecer de Nhu Naxu: Ali bem tempu ki tudu kes liberal ki ta difendia supremacia di mercado ta passa ta difendi intervencon di stado na mercado (nem tudo es,pamodi munti des sta sucundido es tempu)...mesmo ki pa ses conviniencia pa podi salva kel ki for possivel.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Da Utilidade das "Jotas" Partidárias

Tendo as juventudes partidárias como um dos principais objectivos fazer a ligação entre as aspirações dos jovens que dizem representar e os respectivos partidos politicos,urge repensar a lógica do funcionamento dessas organizações (parece que tanto a JPD como a JPAICV só mostram sinais de vida aquando das eleições).Alguêm dá pela JPAI a não ser em eleições ou comemorações de alguma data?E a JPD,quem a vê sem ser na comemoração do Dia da Democracia e alguma jornadas de reflexão longe dos jovens que pretensamente representam?Não obstante as diferenças,será absurdo questionar se a juventude partidária em CV não teve a sua génese na antiga JAAC-CV?
Agora que ja começou as preparações para mais uma eleição para mais um líder Jota,para se "queimar" ou não,deveríamos todos questionar sobre a utilidade das juventudes partidárias e a sua influência na elaboraçao de politícas públicas dirigidas à juventude.Desde que surgiram em CV,qual foi o real impacto dessas organizações na sociedade e no seio da juventude?Na minha opinião,ser militante e,principalmente,ter sido presidente duma juventude partidária,independentemente das capacidade e do valor individual de cada um,só tem beneficiado alguns com altos cargos publicos em ministérios,institutos públicos e assessorias (curiosamente,apesar das respectivas capacidades individuais,vê-se pouco "deles" nas empresas privadas "isentas",àquelas que não tem ligações "afectivas" com nenhum partido).E,para piorar,criam os mesmos vicíos porque "fazem de tudo para fazer os mesmos caminhos que os cotas": querem fazer carreira política e,por isso,fazem de tudo,até esquecer os princípios e a "inocência",para se manterem na ribalta.Não falta é pessoas que acreditam que a maioria dos jovens estão na política apenas por "carreirismo profissional"...e,infelizmente,exemplos desses por aí não nos faltam.È por essas e por outros,que acredito que,a entrar na política,mais vale entrar logo pelo partido principal,deixar as Jotas para os carreiristas de fundo.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Independencia Energética

"É imperioso mudar de paradigma energético, substituindo ao máximo os combustíveis em favor da energia eléctrica gerada por fontes renováveis, até para defender a independência enrgética do País.Só que a maior parte da energia eléctrica continua a ter origem termoeléctrica, queimando carvão (que importamos e cujo preço também está subir rapidamente). Por isso, para além da exploração das energias eólica e solar -- que têm as limitações que têm, desde logo nos custos --, cabe saber se não se justifica reequacionar o tabu da energia nuclear.Quando os combustíveis atingirem os 200 dólares, a situação de emergência energética não poupará tabus nem preconceitos".
Para quando essa discussão em Caboverde,quando temos falta de energia electrica dia-sim-dia-não,com todas as contrariedades e consequências que isso provoca?

sábado, 12 de julho de 2008

CABO VERDE SANCIONADO PELA UA

Conforme noticias "Cabo Verde e São Tomé e Príncipe estão sob sanção da União Africana, por não pagamento de quotas há dois anos".Será que isso tem algo a ver com a estratégia da conquista do estatuto especial junto da União Europeia?O que tem a dizer aqueles que defendem a aproximação do país à África,em particular nos aspectos culturais?E o maior partido da oposição onde,como é público,alguns no seu seio não são grandes optimistas da aproximação à África?Será que não podemos apostar na "amizade" da União Europeia e simultâneamente na "conquista" da África?
Este é,a meu ver,mais um daqueles sectores onde deveria existir um consenso entre os dois maiores partidos:ou apostamos na África e na nossa presença na União Africana ou não.Acredito que,da União Europeia,teremos amizade,ajudas e pouco mais do que isso...o que não é nada mau!E de África,bem,na África podemos conseguir tudo o que formos capaz...talvez não seja exagero dizer que,neste continente,o céu é o limite (principalmente em termos de oportunidade comercial,empresarial e profissional).África é o futuro?

Ali Bem Tempu

Kenha Ki naci i cria na Praia sabi storias ou obi ta contadu partis de Nhu Naxu...Nhu Naxu e kel homi ki antigamenti,entri otus cusa,antis di contici,advinha mas um dia mudjer ta passa ta bisti calca di ganga.
Nos intencon ku es blogue e apenas desabafa...sobri kualker cusa ki nu atxa ma ka sta dreto o ki nu atxa ma sta falta fazedu: desdi politica a kel individu ki ta xixi na meio de strada pa logo a sigir é manda boca contra Presidenti de Camara di Praia ki "Ka ta limpa cidadi".Ali ta screvedu di tudo mas algum cusa..até di kes otus blogues criolo ora ki nu ta concorda o ora ki nu ta concorda ku algum opinion!Nu ta assumi ma unimidadi nem sempre ta significa verdadi absoluta e ma mestedu diskutido mas i sobri mas assuntos na nos terra pa kebradu tabus di iskerda,di direita e tambe di centro.Por iso,ali ta aceitado tudu kritica,principalmente kes konstrutivo,e,pa kel la,nu ta conta ku tudu nhos,blogers criolos e leitores...sima nhu naxu fla (ou se ka fla,dje fla dja), "ali bem tempu ki tudu alguem ta podi da se opinion à vontadi!"

A Gazela e o Leão

Nta pega logo na citason di topo di nôs página pa labanta um queston? Afinal, kual di kes animal bu ê...Gazela, ki ta cori tudo dia pa fugi e ka ser morto..ou bu ê Lion, ki ta cori tudo dia pa ka mori di fomi?! Talvêz um dia nu podi ser gazela, mas tambêm ser lion! Nu podi passa nos bida ta ser gazela, ma um dia nu podi bem ser lion!!! E, independentimenti di um ô otro, ê ka sô na mother África ki nu podi ser lion ô gazela...sô o factu di nu sta na labuta pa bida, dja ê suficienti pa nu ser panhadu na meio di kel turbilhão di sobrevivência...thats the fact!!!