quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fim do Recenseamento

Todos os partidos estão a reclamar do processo de recenseamento: o PAICV reclama dos entraves do MPD e este, por sua vez, reclama da incompetência do governo pelo atraso no processo enquanto tanto a comissão política do MPD nos EUA como a UCID alertam para possibilidades de fraude. Existe um bom "remédio" para acabar com essas "desconfianças" no futuro: fazemos como a Dinamarca, a Suécia, a Finlândia, a Noruega ou a Eslovénia e a Grã-Bretanha,que vai efectuar o último censo no ano 2011. Nestes países, os especialistas em estatística cruzam base de dados oficiais para contar os cidadãos de outra forma - desde os registos de impostos aos cadernos eleitorais ou às matriculas escolares. Não há censos.Vantagens? Permite uma actualização mais rápida e frequente da população. E o que se poupa em impressos!

A história de Zany, a baronesa cabo-verdiana da droga

"Coordenava a saída da cocaína de Cabo Verde para diversos países europeus, Portugal incluído. Por causa dela, outros membros de topo da organização estão presos e um irmão do primeiro-ministro chegou a ser detido. A história de Zany é um percurso pelo tráfico internacional de cocaína, droga em expansão na Europa.


Era um entre tantos. Vestia umas calças de ganga de um azul acinzentado e uma camisola azul-celeste com o número 29 estampado nas costas. Calçava umas sapatilhas pretas como a maleta que trazia na mão. Gelou ao ouvir um polícia, na sala de trânsito do Amílcar Cabral, então o único aeroporto internacional de Cabo Verde, pedir-lhe para a abrir.


Excelente narrativa da jornalista do público! Continuem a ler aqui.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Os construtores de desastre continuam confundindo os objetivos desejados com os meios técnicos que noutros países tiveram de fato um papel modernizador. Com a incompetência característica do subdesenvolvimento cultural e o oportunismo dos interesses particulares, continuam a importar os objectivos e os instrumentos que foram utilizados para modernizar países diferentes. [...] o Brasil manteve seu padrão de avanço cumprindo apenas um dos lados do que os países ricos realizavam, modernizou sua infra-estrutura produtiva,mantendo a sociedade com as características primitivas". (Cristovam Buarque)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

RSA Animate - Crises of Capitalism

Classe Tagarela

Em 1943,Joseph Schumpeter afirmou que a cultura burguesa estava em declínio terminal no Ocidente e identificou duas causas principais.Em primeiro lugar,a extensão da educação e o empenhamento num espírito de racionalidade crítica tinham produzido uma nova classe intelectual (aquela a que em Inglaterra se chama muitas vezes a «classe tagarela») sem responsabilidade directa pelas questões práticas e sem uma comparticipação material directa na sobrevivência do capitalismo.Esta nova classe desenvolvera um «direito adquirido» na crítica e na «inquietação social»,com o resultado de que os líderes de opinião da sociedade e os formadores de opinião deixaram de acreditar ou de aprovar os valores do capitalismo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Televisão Cabo Verde

O comunicado que da Câmara Municipal da Praia protestando da TCV por causa da fraca cobertura televisiva à visita de Cavaco Silva  ao Paços do Concelho só vem reforçar a necessidade de se pensar em formas de despolitizar à TCV,um alvo fácil de todos os partidos políticos.Chegou-se ao ridículo de se contabilizar os minutos e os segundos que são dedicados às noticias referentes a cada partido.Ninguém defende a empresa,nem a tutela e nem a direcção e,pelo que parece,os funcionários levaram vacina de imunidade à situações do tipo.A privatização é o caminho mais fácil,mas ao menos a empresa deixa de ser um objecto de luta política.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Insucesso do Mercado

O caso da falta de transportes para a ilha de Brava, e também para a ilha do Maio, ilustra simultaneamente que o mercado não resolve todos os problemas e que o Estado é necessário onde o mercado falha. Perante as várias tentativas falhadas de resolução do problema, tanto pela via estatal como pela via privada, resta a parceria entre o Estado, a Câmara Munipal e os privados como solução. Como os cidadãos da ilha da Brava, e do Maio, não podem ficar por muito mais tempo isolados e o Estado não pode ficar de mãos amarradas, é aceitável até uma parceria apenas entre o Estado e o município local. É quando o mercado falha que se torna imperativo a intervenção do Estado.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Golden Share

Depois do Tribunal de Justiça Europeu considerar ilegal a golden share do Estado português na Portugal Telecom,estou curioso para saber qual será o desenvolvimento futuro da golden share que o Estado de Cabo Verde detém na Cabo Verde Telecom [Portugal Telecom (40%), Instituto Nacional de Previdência Social (37.9%), Sonangol (5%), Particulares (8.7%), Trabalhadores (5%) e Estado (3.4%)].

IEFP ou IFP?

Definitivamente o IEFP deveria mudar de nome de Instituto de Emprego e Formação Profissional para Instituto Formação Profissional (IFP). Palavras da directora-geral do IEFP ao
jornal A Nação da semana passada.

«A NAÇÃO - Hoje, qual a grande vocação do IEFP?
Fátima Timas - Estamos a passar por um processo de reestruturação de todo sector da formação profissional e emprego. Quando o IEFP foi criado, há 15 anos, as circunstâncias
eram outras. Na altura, o IEFP geria alguns projectos internacionais e dois centros de emprego. Hoje a sua vocação é mais ampla. A reestruturação em curso vai no sentido de adequar a instituição às necessidades e aos desafios da formação profissional na nova era. Assim, o IEFP passa a assumir,de forma clara, a função de execução na formação profissional, deixando a avaliação do sistema para outros organismos que também estão a ser criados no âmbito desse processo,como, por exemplo, a unidade de coordenação do sistema nacional de qualificações profissionais. O IEFP continuará a ter um papel importante na concepção dos instrumentos pedagógicos e na planificação de toda a formação profissional».

Não é que não deve apostar na reestruturação do sistema da formação profissional do país e muito menos que esta reestruturação esteja a correr mal;pelo contrário,segundo noticias que me chegam através dos medias e amigos,tudo indica que a formação profissional tem sido uma aposta ganha.
A questão aqui é a total "ausência" do IEFP no que diz respeito aos problemas do desemprego e no incentivo ao emprego.Afinal,à qual instituição cabe implementar as políticas de emprego do governo?O IEFP certamente tem capacidades para coordenar a implementação de algumas dessas políticas mas,infelizmente,"não está por aí virada". Só não sei se por estratégia da direcção do instituto ou se por ordens da tutela.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Opções

Compreende-se a preocupação do PAICV em "conquistar" os funcionários públicos e a classe média com a ideia da criação do 13º mês (subsídio de natal) mas esta é uma ideia,a meu ver,pouco exequível, pelo menos num futuro próximo. É que, a partir do próximo ano, seja qual for o partido que estiver no governo, vai começar o aperto do cinto à seria de modo a controlarmos as finanças públicas e o défice orçamental. Como baixar o défice orçamental e, ao mesmo tempo, criar o 13ª mês para os funcionários públicos? Como um partido da esquerda moderna, como gosta de dizer o seu presidente,faz mais sentido o PAICV apostar na criação de um seguro de desemprego,que não implica custos para o cofre público uma vez que são os próprios trabalhadores a fazerem os descontos para esse seguro. Cabo Verde tem ainda um “Estado Providência” em “construção” e, por isso, deveríamos aproveitar para evitar os excessos e os erros do Estado Providência dos países mais avançados. O que é mais importante para a sociedade cabo-verdiana no estágio actual do seu desenvolvimento: estipular o subsídio de natal para quem está empregado, como imagina a direcção do PAICV, ou criar um seguro de desemprego para quem, após anos de descontos, teve a infelicidade de ir para o desemprego? Qual destas duas opções implica mais custos para o cofre do Estado e, consequentemente, para o bolso dos contribuintes?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Democracia e Mediatismo

Mais uma vez o primeiro ministro,José Maria Neves,recusou um debate com o líder da oposição, Carlos Veiga,e mais uma vez muita gente acha essa atitude pouco abonatória para a nossa democracia.É certo que as justificações que JMN apresentou acabaram por provocar ainda mais “espanto” mas acho perfeitamente normal que o primeiro ministro não queira participar num debate público com o líder da oposição nesta altura.Um primeiro ministro,ainda no exercício da sua função,tem de debater com a oposição no parlamento;não estando no parlamento,como é o caso do actual líder da oposição,quem o representa é o líder da bancada parlamentar..Alguém vê o actual líder do PSD,que também não está no parlamento,a exigir um debate com o primeiro ministro José Sócrates?O debate entre a situação e a oposição,através dos respectivos líderes,faz-se no parlamento e o debate entre dois candidatos à chefe do governo faz-se durante as campanhas eleitorais.Para quê serviria um debate agora entre os dois líderes?Apenas para dar mais espaço e visibilidade mediática ao líder da oposição.E é perfeitamente normal que JMN não queira proporcionar essa oportunidade ao CV!Estranho e escandaloso será o líder do PAICV recusar debater com o líder do MPD durante a campanha eleitoral para as próximas legislativas.Isto sim seria um atentado à democracia.O resto,é apenas uma guerra simbólica para as audiências mediáticas!