sexta-feira, 26 de março de 2010

Preconceitos..

Diz o João Branco que achou piada ao meu comentário sobre a entrevista da ministra da cultura de Portugal e refere-se a mim como um blogueiro.Bem, o João Branco,na qualidade de ex-crítico de Manuel Veiga,de "critico periódico" da política cultural deste governo,não consegue resolver os seus "fantasmas".Diz ele que,"se aparecesse alguém a dizer as mesmas barbaridades sobre escolas, tribunais ou hospitais, aí sim, teríamos o que discutir. Ou de como a cultura continua sendo visto como bem de terceira e quarta necessidade, onde menos Estado significa melhor Estado.Será? Embora lá privatizar o Ministério da Cultura?"
Mas que barbaridades viu o JB?Quem falou na privatização do sector cultural? Para quem se posiciona como um “especialista na políticas culturais” parece ter uma visão no mínimo estreita do que deve ser uma política cultural: "é só distribuir subsídios não a toda mas para alguma clientela". O preconceito do JB em relação ao “mercado” faz-lhe pensar que a existência de um mercado é sinónimo de privatização! O que ele não deve saber é que o “mercado” existe em qualquer sector desde que o homem é homem. A comparação que faz com hospitais e escolas não tem cabimento: em Cabo-Verde existe escolas privadas e clínicas privadas e isto não implicou o fim do sector público nesses sectores. Bem ou mal, pouco a pouco vai sendo criado um mercado de educação ou um mercado de saúde, com a participação do sector público e do sector privado lado à lado. Consegue vingar quem for melhor e tiver mais qualidade. Não se pode falar nem pode existir uma economia da cultura sem um mercado cultural (entenda-se, o “jogo” da oferta e da procura). Uma das principais ideias que a ministra da cultura portuguesa defendeu, ideia com a qual concordo, é que se deve apoiar mais os sectores culturais que não funcionam numa lógica do mercado e menos aqueles sectores onde o mercado funciona. Por exemplo: perante o actual estádio de desenvolvimento da nossa indústria cultural, qual o sector que deve ter mais apoio do ministério, o sector da música ou o do cinema cabo-verdiano (tendo em vista o seu desenvolvimento)? O objectivo é claro: maior racionalidade na gestão dos fundos e bens culturais. Distribuir mais para poucos ou mais para os sectores mais necessitados e menos para aqueles que precisam de menos (menos para aqueles que podem ir buscar ao mercado os fundos que precisam). E isto, não tem rigorosamente nada a ver com privatização. São apenas critérios para uma gestão rigorosa dos bens públicos. Ó diabos, porquê tanto medo do mercado?

2 comentários:

Anónimo disse...

Nao é medo do mercado pa! E' uma questao de IDEOLOGIA;

Infelizmente os tugas que os PAIGCV sempre trouxe para CVERDE desde 1974 eram e sao todos COMUNISTAS.

So entendem a economia planificada leninista, estalinista e soviética.

Mas no caso de Jom Prêt, é mais grave; nao sao apenas preconceitos rapaz. Ainda te lembras que tu me dizias que eu tinha um problema com o Jom Prtêt, enquanto o Redy dizia que eu era racista contra o tuguinha.

Continua a dizer que Jom Prêt é um submarino comunista que os tugas enviaram para nos vender uma ideologia da cultura comunista.

O problema é que insistem em assobiar para o lado. Hoje ouvi a nova ministra da cultura é tratar o Jom Prtêt por tu, entregando-lhe um prémio de mérito do teatro que o tuga veio impor em CVerde.

Fazem-me rir!

Al Binda

Edy disse...

Al Binda,
comunista ou não,a ideia é errada e prejudicial para os cofres do Ministério da Cultura.Subsídio-dependência não é solução mas sim problema!