Em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que o leão, ou será morta. Em África, todas as manhãs, um leão acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que a gazela, ou morrerá de fome. Não interessa se és leão ou gazela. Quando o Sol nascer, tens de correr mais depressa...se queres continuar vivo.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Formar Empresários
Os dois partidos e a generalidade dos políticos falam muito da formação profissional como forma de aumentar a empregabilidade da população e o nível de competência, principalmente dos mais jovens, para incrementar a competitividade da economia. Contudo, raramente vimos ou ouvimos a falar da formação dos nossos pequenos e médios empresários, aquele pequeno empresário que tem uma firma de importação/exportação, aquele pequeno despachante, aquele dono de um restaurante ou mesmo as “rabidantes”. Tanto como trabalhadores qualificados, o país precisa como água para boca de empresários qualificados. Quanto mais qualificado maior é a importância que o empresário vai dar à competitividade e à inovação empresarial. Sem empresários qualificados e com “mundo”, dificilmente teremos uma economia competitiva.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Presidenciais
Alguns militantes e dirigentes do PAICV condenaram publicamente a intenção de Aristides Lima em se candidatar para as eleições presidências. É o jogo político no seio do partido, nada de estranho. Contudo, temos de questionar: o PAICV vai manter-se neutro se, em vez de Inocêncio Sousa, passar para a 2ª volta o Aristides Lima e Jorge Carlos Fonseca? Ou vai apoiar aquele a quem alguns militantes tem chamado “traidor”?
%
O governo não apresentou metas a atingir em termos do crescimento económico e do aumento do emprego porque, simplesmente, não quer correr o risco de falhar mais uma vez nas previsões: por um lado, entende-se a tentativa de não se comprometer com uma meta concreta nesta época de grande incerteza económica a nível mundial e, por outro lado, a tentativa de evitar aquilo que aconteceu em relação ao objectivo de crescimento a dois dígitos e desemprego a uma dígito do anterior governo. Da parte do MPD, este fica sem um dos argumentos mais forte para o combate político: não pode mais dizer que o governo não atingiu o seu próprio objectivo de x% de crescimento ou x% de desemprego. Quando o PAICV disser que a economia cresceu e o emprego aumentou, o MPD vai responder que a economia e o emprego cresceram aquém das suas potencialidades; quando o MPD disser que a economia e o emprego não estão a crescer ao ritmo que deveriam, o PAICV vai responder que, não obstante a crise mundial, o país cresce dentro das possibilidades. O aspecto positivo nisso é que, agora, o MPD vai ter de estudar a fundo os dossier de cada área da governação em vez de ficar pelo simples números de crescimento económico e do emprego/desemprego. Ou seja, vai haver menos espaço para demagogia. Em vez de se preocupar com os números que não foram explanadas no programa do governo, o MPD deveria era ter “atacado” o caminho que o governo escolheu para atingir o crescimento económico e aumento de emprego. O que vai diferenciar o MPD do PAICV não é tanto os objectivos a atingir na governação do país mas sim as “vias” para fazer crescer a economia. Senão, ficamos apenas com a capacidade subjectiva de cada um atingir determinados objectivos.
Greves
Sempre ouvimos os sindicatos a reclamar aumento salarial, principalmente, por causa da subida da inflação. Cada vez que a inflação aumenta, há que reclamar o correspondente aumento automático do salário dos trabalhadores. Mas nunca ouvimos os sindicatos, ou os seus dirigentes, a falar de aumento salarial indexado à produtividade, que é o que o país precisa: o aumento do salário deve ser indexado não apenas à inflação mas também à produtividade.Aumentar automaticamente os salários sem que haja um aumento da produtividade,é mau para as finanças públicas e das empresas e é mau para a desejada meritocracia na gestão da carreira profissional.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Para Além da Retórica (I)
O governo,e o 1º ministro principalmente,fala muito em empreendedorismo e na inovação como sendo o caminho certo para a economia do país.Por isso mesmo,há que perguntar: para além da isenção fiscal para empresas em início de actividade,que outras medidas existem para incentivar a criação de empresas?existe alguma "política de empreendedorismo" no país?que medidas foram tomadas para que as pessoas sejam mais empreendedores?vai-se apostar em que tipo de inovação?através de que medidas pretende-se incentivar a inovação nas empresas cabo-verdianas?existe alguma "politica de inovação" no país?
Administração Publica
Até agora a mudança mais emblemática que os governos PAICV conseguiram a nível da Administração Pública dá-se pelo nome de Casa do Cidadão. Apesar de algumas mudanças, grande parte da nossa Administração Pública continua a servir os interesses da própria administração pública. Dentro da própria administração temos “ilhas de excelência” a conviver lado a lado com estruturas que só existem para servir a própria administração pública. E, para piorar, não conseguimos melhorar em nada a prestação de serviço ao cidadão. Isto é um problema cultural: aparentemente uma maioria dos funcionários acreditam ainda que a administração pública não existe tanto para servir o cidadão mas que é este que precisa da administração pública. Não se consegue melhorar a eficácia da gestão, não se consegue impor mais racionalidade sem alterar esse cenário,sem mudar a cultura organizacional da administração pública. Não adianta muito mudar as estruturas organizacionais, tornar a estrutura mais flexível, introduzir novos modos de divisão de trabalho ou implementar novas práticas de gestão se a cultura organizacional manter-se inalterada. É esta mudança da cultura organizacional na administração que é a mais difícil de se fazer, e é esta mudança que se deve exigir ao Secretário de Estado da Administração Pública neste novo mandato.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Economica(Mente)
Um novo blogue crioulo,dedicado à economia cabo-verdiana,mas não só. No que me interessa, mais um blogue crioulo para debatermos teorias e confrontarmos ideias entre a economia e a sociologia económica aplicada aos problemas de CV: http://www.pensaeconomia.blogspot.com/
Défice Orçamental e o crescimento económico
Já sabíamos todos que, terminado o período eleitoral, íamos entrar num período de controlo da despesa pública e combate ao défice orçamental. Entre outras razões, por causa do orçamento anti-cíclico do último governo e, principalmente, pelas dificuldades de financiamento que actual crise mundial vai representar. O governo, os eleitores mais atentos, os deputados e todos os partidos já o sabiam. O MPD defende que o aumento de imposto não é o caminho mas mas sim o "emagrecimento da máquina do Estado”,proposta esta que pode aumentar o nível de desemprego.Da parte do governo,por enquanto sabemos que,eventualmente, algumas "promessas eleitorais" vão ficar em stand by, o que pode causar a estagnação ou mesmo decrescimento da economia.Ou seja,de um lado temos uma proposta que pode levar ao aumento do desemprego e,do outro,intenções que levam à estagnação económica.Como podemos evitar tanto um como a outra consequência das propostas dos dois partidos?Como saímos desta "alhada"?Não é altura para slogan como "transformar crise em oportunidade" ou de "transferir a responsabilidade" para a sociedade civil.Isto é retórica e o país precisa de acção,é o momento para trabalharmos todos "juntos",para os mesmos objectivos: diminuir a despesa pública e o défice das finanças pública ao mesmo tempo que se aposta no crescimento económico. Como? Em vez de subsidiar as empresas,utilizando a contratação pública como medida para o crescimento económico:se o próprio Estado privilegiar as pequenas e médias empresas nacionais ,na aquisição de bens,serviços e nos consumos intermédios,isso vai ter um impacto positivo no crescimento económico,na estabilidade da taxa de desemprego e na própria diminuição da despesa pública (se abrir a compra à concorrência facultando a todos a oportunidade de tirarem partido de contratos públicos).Além de dinamizar a economia,o Estado pode ainda aproveitar a mesma medida para incentivar o empreendedorismo no seio dos jovens que terminam os cursos profissionais e abrem pequenas empresas (contratualizando os serviços de carpintaria,manutenção,catering,etc).
quinta-feira, 14 de abril de 2011
13º Mês
Não tenho na memória se a promessa/programa eleitoral referia especificamente apenas aos funcionários público ou não,mas a ser verdade o que diz o Liberal,que o 1º ministro "prometeu esta quarta-feira que, até ao final deste ano, irá cumprir a promessa eleitoral de criar o 13.º mês na administração pública",isso é um mau sinal.Sempre defendi que,num país como CV,é preferível e economicamente mais vantajosa implementar o salário mínimo do que o 13º mês.Pelo menos por enquanto.Cheguei até a pensar que a promessa do 13º mês não passava disso mesmo,promessa de eleição.Contudo,como uma medida que constava do programa eleitoral,ao governo cabe implementar o seu programa.A convergência do regime laboral da função pública com o sector privado deveria ser um objectivo de qualquer governo.Por isso,as minhas dúvidas: existe o 13º mês no sector privado,ou em toda ela? vai ser criada só na função pública?e o aumento da desigualdade que isso vai implicar?
sábado, 9 de abril de 2011
Combustiveis,electricidade,o Estado e o mercado
É normal e correcto,do ponto de vista estritamente económico, o aumento do preço da electricidade e da água tendo em conta a subida do preço de combustíveis no mercado internacional. Em condições normais,os cabo-verdianos não teriam fundamentos para reclamar,é o mercado a funcionar.Normal e compreensível é também o Estado optar por deixar de subsidiar a produção da energia,passando a subida dos preços desses produtos a ser suportada pelos consumidores,mesmo porque o governo vai ter de começar a cortar nas despesas para controlar o défice orçamental.Contudo,o mercado de energia em CV tem pouco de desejável para o normal funcionamento do mercado: existe um monopólio e,face a ausência de concorrência no país,os consumidores não podem contar nem com os tribunais para fazer frente aos prejuízos causado pela anormal prestação de serviço por parte da Electra.Em parte,era pelos deficientes serviços prestado pela empresa que o Estado subsidiava o preço da energia, o que permitiu a estagnação dos preços desde 2008.Ao deixar de subsidiar esses produtos,ao Estado,como proprietária da empresa,caberia garantir o normal aprovisionamento dos serviços.Agora os consumidores ficam duplamente prejudicados: para além de continuarem a usufruir de um mau serviço,vão ter de suportar as oscilações do preço.Mais do que a "normalização" do funcionamento da empresa,mais ainda do que a privatização da empresa,o país e a própria empresa precisam é de concorrência no sector.Não há no país empresários e investidores com coragem para entrar nesse mercado?
quarta-feira, 6 de abril de 2011
AJEC: Cabo Verde tem longo caminho a percorrer na promoção do empreendedorismo
Tendo participado no congresso mundial do empreendedorismo, o presidente da AJEC afirmou ao A Semana que em Cabo Verde “tem um longo caminho a percorrer para acompanhar as práticas modernas de promoção do empreendedorismo”. Totalmente de acordo com essa afirmação. Um promoção séria do empreendedorismo, aquela cujo principal objectivo será criar uma sociedade empreendedora, implica o envolvimento de várias instituições e uma abordagem diferente do empreendedorismo por parte destas mesmas instituições. Deixar a promoção do empreendedorismo apenas nas mãos da AJEC,da ADEI e do Instituto das Comunidades não é suficiente para, a médio e longo prazo, se criar uma cultura empreendedora no país. Por outro lado,basta vermos as várias reportagens da TCV sobre o empreendedorismo (cerca de 10 reportagens,que podem ser vistas aqui) para darmos conta que precisamos mudar a abordagem sobre o fenómeno: na maioria das intervenções, umas vezes implícita e outras explicitas, o empreendedorismo é visto como uma atitude pró-activa ou como dinamismo. Ora empreendedorismo não é pró-actividade ou dinamismo e o empreendedor não é aquele que é proactivo ou dinâmico. Sem o engajamento de mais instituições e sem essa mudança de perspectiva, o processo de construção de uma sociedade empreendedora não dará frutos tão cedo.
Ku Frontalidadi
Discordei do Redy sobre muitas coisas que ele escrevia e defendia no seu antigo blog e, mesmo concordando com a substância de algumas ideias,discordava na forma.Apesar disso,o blog dele era aquele que lia com mais regularidade porque era do mais provocador entre os blogues crioulos.E, num novo espaço,começa como sempre foi: defendendo a sua opinião da mesma forma de sempre aqui na http://www.redylima.net/
terça-feira, 5 de abril de 2011
Porque será?
“Quando em todo o mundo o desemprego está a crescer - temos 20 por cento em Espanha, cerca de 12 por cento em Portugal - e, com a mesma metodologia destes países, Cabo Verde tem hoje uma taxa de desemprego de 10,7 por cento. É um ganho extraordinário para Cabo Verde”, congratula-se. José Maria Neves,no A Semana.
Não sei se foi por falta de tempo,por causa do lugar ou por falta de atenção mas os jornalistas deveriam questionar certas afirmações dos políticos, como essa do nosso 1º ministro. Compreende-se perfeitamente a intenção do JMN com essa comparação,mas dá a impressão que o próprio não pensou no que disse. Porque não comparar a taxa de desemprego dos EUA com a de CV? Ou, de CV com a Suécia? Ou ainda,a taxa de desemprego juvenil nesses países?As vezes parece que os jornalistas,ou alguns deles,não têm pensamento crítico e,pior,não gostam de exigir mais preparação por parte do políticos e dirigentes nacionais.A taxa de desemprego é mais baixa em CV do que em Portugal e Espanha? Sim. Isso é novidade?Hum...não!Porque será?
Não sei se foi por falta de tempo,por causa do lugar ou por falta de atenção mas os jornalistas deveriam questionar certas afirmações dos políticos, como essa do nosso 1º ministro. Compreende-se perfeitamente a intenção do JMN com essa comparação,mas dá a impressão que o próprio não pensou no que disse. Porque não comparar a taxa de desemprego dos EUA com a de CV? Ou, de CV com a Suécia? Ou ainda,a taxa de desemprego juvenil nesses países?As vezes parece que os jornalistas,ou alguns deles,não têm pensamento crítico e,pior,não gostam de exigir mais preparação por parte do políticos e dirigentes nacionais.A taxa de desemprego é mais baixa em CV do que em Portugal e Espanha? Sim. Isso é novidade?Hum...não!Porque será?
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Lalacho,na A Nação
"(...).Mas, afora isso, deu-me gosto trabalhar para uma organização que foi muito útil para Cabo Verde. Se a JAAC-CV ainda existisse, é certo que não teríamos “thugs”. Podem dizer o que quiserem. A JAAC-CV teve um papel preponderante na formação cívica e intelectual da juventude cabo-verdiana. Grandes referências da cultura de Cabo Verde emergiram da JAAC-CV. É só ver os cantores que temos, os jornalistas, os governantes, enfim, os valores da sociedade que hoje temos".
As actuais juventudes partidárias (JPAI e JpD) não estão a desempenhar convenientemente esse papel?
Não sei o porque as Jotas ainda não decifraram, convenientemente, o seu papel. Eles, nem de perto nem de longe têm a dimensão da JAAC-CV. Estão amarrrados ao sistema, e não conseguem ter uma intervenção de nível; é uma pena. Hoje, como o mundo é outro, têm possibilidades que nós não tínhamos. Fazíamos as coisas sem nada. Exemplo disso, é o “Todo Mundo Canta”, que deu vários frutos. Inventei o “Rally Pedestre” e, pude mobilizar mais
de 500 jovens – de uma só assentada. Tínhamos realizações de provas de ciclismo, e atletismo. Enfim, a JAAC-CV era uma Organização que promovia actividades a bem de e para todos. Hoje, o que vejo é uma inércia total das organizações juvenis atreladas aos partidos, enquanto deviam ser os actores da sua própria história".
As actuais juventudes partidárias (JPAI e JpD) não estão a desempenhar convenientemente esse papel?
Não sei o porque as Jotas ainda não decifraram, convenientemente, o seu papel. Eles, nem de perto nem de longe têm a dimensão da JAAC-CV. Estão amarrrados ao sistema, e não conseguem ter uma intervenção de nível; é uma pena. Hoje, como o mundo é outro, têm possibilidades que nós não tínhamos. Fazíamos as coisas sem nada. Exemplo disso, é o “Todo Mundo Canta”, que deu vários frutos. Inventei o “Rally Pedestre” e, pude mobilizar mais
de 500 jovens – de uma só assentada. Tínhamos realizações de provas de ciclismo, e atletismo. Enfim, a JAAC-CV era uma Organização que promovia actividades a bem de e para todos. Hoje, o que vejo é uma inércia total das organizações juvenis atreladas aos partidos, enquanto deviam ser os actores da sua própria história".
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Alienação
É incompreensível a forma como as pessoas aceitaram a fatalidade em que se tornou a Electra; é surpreendente a indiferença face ao aumento da desigualdade social (os governos de JMN deram primazia a luta contra a pobreza e, praticamente, ignoraram a desigualdade social); e é confrangedor a nossa passividade perante os atropelos da Administração Pública. Infelizmente, a nossa cultura cívica é limitado momentos instantâneos de indignação como anónimos no site da "A Semana".
Organização
Todos os dias ouvimos e lemos sobre os problemas de um país como Cabo Verde. Entre os problemas estruturais e as conjunturais, consta como principais problemas o do tamanho do mercado e da falta de riqueza/recursos. Não obstante todos os ganhos que o país alcançou até hoje, ainda somos defrontados com problemas que não deveríamos ter e que só não são capa de jornais porque. Mais do que a falta de recursos, a Electra, os TACV, o atraso na devolução do IUR, entre muitos outros problemas, vêm demonstrar o nosso principal problema: pouca organização,falta de planeamento e péssima gestão. Tanto no sector público como no privado.Dizem que herdamos isso dos portugueses,mas,devido ao impacto na produtividade e na organização social da sociedade, já era altura de tentarmos ser melhor organizados.
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