sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Mais um passo na nossa portugalização

Dizia há dias que Cabo Verde mais valia não ter sido independente...
Então, como não sou nem contra nem a favor, pois não fui eu que decidi a Independência (nasci em 77), nem sou eu que mando hoje (estou longe, sem direito a voto - num caso de referendo - e muito menos activo partidariamente), deixo à reflexão esta notícia.... a parte final é uma evidência!
É a confirmação de uma ideia que parece cada vez mais forte junto de muitos políticos de Cabo Verde, mas que pode parecer uma desonra para muitos outros. Desonra à luta dos que estiveram na Guiné e na clandestinidade, dos que foram torturados, presos e mortos e cuja figura máxima é Cabral...
Vivo fora da minha terra, mas todos os dias lembro-me e as pessoas com quem convivo fazem 'questão' de me lembrar que sou cabo-verdiano, preto (ou mulato, como quiserem) e estrangeiro, apesar de ter dupla nacionalidade. Por isso, pergunto eu, será que o caminho é mesmo esse?
Voltar atrás no que foi uma conquista do 5 de Julho de 1975 e consagrada, ainda mais, em 1991? Ou continuar este rumo do tão falado Estatuto Especial?
Comentem lá que este tema sim é que pode corroer (ou melhorar) a sociedade cabo-verdiana por dentro!!!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Jornalismo e Vingança Partidária


As noticias que têm vindo a público nestas últimas 2 semanas sobre supostas "ilegalidades" de ex e actuais dirigentes politicos (ministros,ex-ministros,ex e actuais presidentes de camâras,deputados) demonstram na perfeição como e por qual instrumento é que se faz o jogo politico em Cabo-Verde (é claro que não estou dizendo nenhuma novidade).A politica dura e crua,a vingança política,não se faz no Parlamento mas sim nos jornais.Qualquer "espirro" de um político é capaz de contagiar o oponente ficando todos com a mesma "mazela de espiríto": "chibos de segredinhos,ilegalidades e podridões que antes estavam "estratégicamente" reservadas para serem difundidas e utilizadas no momento certo.O Expresso das Ilhas e o Liberal anúnciam notícias pouco abonatórias em relação à "tropa" paicvista e,por sua vez, o A Semana e o A Nação avançam,em forma de resposta,com furos sobre a malta rabentola.Esta noticia sobre supostos "pecados" do Ulisses Correia e Silva parece-me elucidativo.Parece até que a luta é entre os jornais e não entre os partidos.Talvez seja as duas coisas,guerra entre jornais e entre os partidos,o que permitiria compreender o ambiente cada vez mais crispado.Será que vai continuar assim e piorar a medida que vamos aproximando do ano 2011?Será que temos jornais à medida e à semelhança dos nossos partidos?

Ajuda di Kusto

fonte: Liberal Online

Algem sabi flam si e normal,na funson publica,kualker funsionario,seja dirigenti o nau,recebi centu i tal kontu di rés so di ajuda di kusto di um viaji? Mesmo ki e legal,undi ki sta etika na recebi kel dinheru la pa un viaji di alguns dias?Na privadu,um funsionario ki fazi mesmu viaji ta recebi kel kuantia la?

A nossa 'ASAE' finalmente ataca

Chamaram-lhe 'Operação Fritura' e para quem não sabe o que é ou não sabe o que é 'fritura' (de fritar...tão inteligentes que eles são...), foi o nome dado pela Inspecção-Geral de Actividades Económicas (de Cabo Verde, pois claro) a uma espécie de caça tardia aos autêntics pecados que se cometem, nos restaurantes da Praia e tudo o que é buteco..., ao nosso estômago, fígado, rins, intestino...e tudo o que é órgão relacionado com o aparelho digestivo...

Esta notícia saiu no 'A Seamana'...

"A Inspecção-Geral das Actividades Económicas está a efectuar inspecções em estabelecimentos do sector da restauração da Praia para avaliar a qualidade dos óleos de fritura. Os testes de controlo da qualidade são efectuados directamente no local com o auxílio de kits que providenciam resultados imediatos e conclusivos.

De acordo com a inspecção, a fritura descontínua (mais de três usos intermitentes) é o procedimento utilizado por numerosos estabelecimentos de comida rápida e não só.

Esta prática habitual, diz a IGAE, produz oxidação, hidrólise e polimerização, ou seja, gera compostos responsáveis pelo odor e sabor desagradáveis dos alimentos. “Esses compostos podem causar riscos à saúde do consumidor, tais como irritação do tracto gastrointestinal, diarreia, entre outros”, arremata este organismo em nota."

O que preocupa nesta notícia nem é o facto de só agora (há pouco tempo) quererem fazer o que em Portugal a 'bendita' ASAE faz (e muitos não querem que faça, pelo menos com tanto rigor)...esquecendo-se que, se em Portugal que é um país um bocadito mais evoluída, menos pobre, onde as condições de vida são melhores para muito mais gente, é bem mais fácil introduzir regras de boa higiene alimentar...em Cabo Verde isso é quase impossível!!!

Só aponto duas razões.

Primeiro, porque é terra de gente pobre e onde há pobreza há menores condições de higiene...é assim em todo o lado, apesar de não significar uma inevitabilidade.

Segundo, porque em 33 anos de independência nunca nos conseguimos livrar do peso cultural e histórico da ligação (e cópia em quase tudo) do que se faz na nossa ex-metrópole....somos independentes, mas na realidade mais valia não termos sido...

Ou pensam o contrário?! A última parte foi uma provocaçãozita para expicaçar a malta.


PS: Finalmente faço uma contribuição e, como prometido, vou tentar ser mais activo. Só não o fiz mais cedo porque andei umas semanas sem net em casa.

Abraço

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Carolice Profissional


Os nossos actuais politicos no activo podem ser divididos,em termos de antiguidade,em uma maioria que está na política activa a quase 2 décadas e outra grande parte a pelo menos 1 década.Contudo,na maioria das vezes,quando vemos comportamentos e ouvimos discursos da maoria deles (quer do MPD quer do PAICV) só conseguem "presentear-nos" com discursos de "lugar-comun" ou até a roçar a senso-comun e comportamentos de "homens com dor de cotovelo".Ou seja,décadas de exercicio como politicos profissionais (na situação e na oposição) não foi suficiente para que os politicos profissionais sejam mais...profissionais.Senão,como é que alguêm com o trajecto politico do actual presidente da Camára Municipal da Praia apresenta como justificativa para a compra de novos veículos tomo de gama o facto do 1º ministro também andar num carro tomo de gama?Era de perguntar se,caso o 1º ministro tivesse uma Porsche Cayenne,o presidente da CMP também teria direito ao mesmo automóvel.E o pior de tudo,é que os "jotas" e nossos futuros politicos estão a aprender e vão dar seguimento às mesmas práticas.Quando ficamos a saber que agora até algumas crianças "pagam" a culpa pelo facto dos pais serem de um partido opositor, que,provavelmente,a reforma da Justiça vai ser adiada unicamente por causa da "mesquinhices" partidária,das sucessivas,habituais e inconsequentes acusações de corrupção sempre que se muda de presidente em qualquer camára municipal,faz aumentar a minha convicção de que precisamos urgentemente alterar o nosso sitema eleitoral e politico.Precisamos eleger deputados e não partidos de modo a avaliar correctamente o seu desempenho e agir em conformidade.Por enquanto,temos politicos que só servem a si mesmos e aos respectivos partidos e não servem o país.Estamos condenados a conviver com politicos medríoces?

Indústrias Criativas

Cultura mas economia é igual a inovason i negocio rentável.Kal ke contribuison de sector cultural i criativo na PIB di país?Cabo Verde mesti desenvolvi um "cluster" di industria criativa (arti plastica,teatro,cinema,produson i televison,musica,publicidade i marketing,design,literatura,jogos interactivo,internet).Ti la,tem ki encontradu um ekilibriu entri sector publico e privadu.Stado ku nos artistas i privadus tem ki ta djunta mó.Stadu ka podi laba mó nem é ka podi ser tambe um "gestor di subsídios".So asi nu ta podi djunta pessoas criativas (que debi ser apoiada) em zonas ou cidades criativas e ter um economia criativa.Criatividadi ta podi stimula crescimentu di um conjunto di sectores e aumenta poder di atrason di certos zonas.Ki tal nu pensa na cria um incubadora di industria criativa?

sábado, 25 de outubro de 2008

Ali Bem Tenpu Ki...


inda ta parci um protetor di povo na Praia.Kenha ki ta lembra di Praia di anos 80 e iniciu di anos 90 debi ta lembra ma criminalidadi i vandalismu era baxu,ka so pamodi existensa di milicia ma tambe pamodi nu tinha policias rispetadus: entre otus,nu tinha Costa policia e nu tinha Django tránsito.
Hoje em dia,como nu ka teni mas policia ki ta meti respetu,Praia sta presisa di um vingador...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Instrumentalisason di Empregu na Funson Publica

Afinal ka era só MPD ki tinha custumu di reserva empregu publico pa amiguinhos e familia.Nes assunto,cada vez mas,PAICV ka tem mas num lison pa da nem pa prende ku MPD.Talves n-sta ser injusto pamodi 1º ministro ka podi tem controlo sobre tudo contratason na funson publica mas,dja e ora di fla,Jose Maria Neves ka tem mas ligitimadadi pa fala di ética na funson publica.
Kel 2 notisia de Expresso das Ilhas sobri contratason di sobrinhas e sobrinhos di presidenti de assembleia nacional e sobri contratason di Julio Correia como assessor di camara di praia,brava i di mostero pa 75 conto pa mes na cada um di kes camara (o seja,225 conto mas kel salario ke tem como vice-presidenti di assembleia nacional) e,no minimo,um vergonha pa kem ki ta fala txeu na etica publica.Si 1º ministro ka podi controla tudu area de funson publica,e podi ao menos tenta contra ses tropa di PAICV.O é podi cria e nomeia um figura indipendenti a funciona sima um provedor di funson publica.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Empreendedorismo e Formação Profissional

«Não há dúvida que os equívocos no domínio da formação para o empreededorismo persistem e tendem até a generalizar-se em muitas instituições que "agarraram" o tema por ser moda ou por estar na agenda e no discurso institucional. A confusão principal prende-se com a formação para o empreendedorismo com a formação em gestão de empresas e gestão de novos negócios. Que actividades formativas são adequadas à promoção de um espírito empreendedor e ao desenvolvimento de competências visando uma acção persistente, combativa e inovadora em torno de uma ideia, de um projecto e de uma iniciativa? E que intervenções formativas são indispensáveis para desenvolver competências para a condução de um negócio com eficácia e eficiência e consequentemente ter êxito numa inicitiva empresarial? São duas questões distintas que sendo complementares não se encontram na mesma plataforma conceptual. A formação para o empreendedorismo (admitindo que a formação porfissional pode ser eficaz neste domínio) exige uma abordagem criativa às estratégias, metodologias e dinâmicas específicas de formação que não dispensam uma base de formação - acção associada a projecto. Não se trata apenas de condenar a desadequação da formação profissional estruturada pelo modelo escolar no domínio do empreendedorismo, trata-se de restabelecer um sentido global às acções formativas que devem posicionar-se num terreno próprio e autónomo da mera gestão empresarial».

sábado, 18 de outubro de 2008

As Mulheres Islandesas e as Ovelhas

"Na islândia foram duas mulheres as contratadas para tentar limpar a sujidade que tornou a ilha num lugar ingovernável.São elas que vão gerir dois dos bancos nacionalizados e dar uma volta na estratégia que durante anos,à luz de ensinamentos de Milton Friedman,tinham sido seguidos pelos jovens executivos.Um dos objectivos é que a Krona islandesa volte a circular.Como refere um mebro do governo: "agora as mulheres estão a tomar conta.È típico,os homens fazem a porcaria e as mulheres chegam e limpam tudo".Não deixa de se curioso que não é a primeira vez que as mulheres islandesas são chamadas para tomarem conta da casa.Como explicou o seu Nobel da Literatura,Halldor Laxness em "Gente Independente" (Independent People),após o fim da I Guerra Mundial as mulheres foram chamadas para limparem a sujidade deixada com a falência dos produtores de ovelhas.

Indústria Universitária em Cabo Verde

Até o momento temos ou estamos em via de ter em Cabo Verde as seguintes universidades e instituições de ensino superior: Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais (ISCJS), Universidade de Cabo Verde (http://www.unicv.edu.cv/), a Universidade de Santiago, a Universidade Lusófona,o Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresarias (ISCEE),a Universidade Intercontinental de Cabo Verde (http://www.universidadeunica.com/),a Universidade de Jean Piaget (http://www.unipiaget.cv/),
a Universidade Católica e o Instituto de Estudos Superiores Isodoro da Graça (http://www.iesig-cv.org/).
Do que tenho conhecimento,até agora são 9 as instituições de ensino superior em Cabo Verde.Se não é,pelo menos a nível da aparência,estamos perante uma irresponsabilidade ou falha de planeamento por parte da entidade estatal responsável pela licença de estabelicimento de instituições universitárias.Como em qualquer indústria,com o tempo,o mercado vai tratar de eliminar os menos preparadados...infelizmente,alguns estudantes vão pagar a factura. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"The Fall of America Inc."- Francis Fukuyama

Na edição do dia 13 da revista "Newsweek" foi publicado um artigo do teórico Francis Fukuyama que analisa o que ao longo dos anos levou à situação da actual crise financeira em que uma certa forma de capitalismo colapsou.Será possivel restaurar a confiança na marca "América"?-pergunta Fukuyama provocatóriamente.Vale a pena ler o artigo,aqui.

Projecto para aproveitar qualificações da diáspora

N-ka sabi fla si e bom o si e fazi poku di nos quadros ki sta na país mas...kada um tra si concluson:"O projecto Diáspora para Desenvolvimento de Cabo-Verde (DIAS) visa identificar quadros altamente qualificados na diáspora cabo-verdiana em Portugal, Itália e Holanda, e atraí-los para ministrarem acções de formação de curta duração no país".(klika na sublinhadu pa continua leitura).

Cabo Verdi na Contramó

Pamodi crise financeru mundial,dja cumesa ta faladu na Europa sobre fim de paraísos fiscais.Prisisamenti na altura ki nos governu sta ta prepara pa tra di papel kel projetu di paríso fiscal na nos terra...ka era altura di,pelo menus,dexa kel projetu na gaveta?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Fidju Sempri ta Sigi Se Pai

Infilismenti nos politicus sta ta continua ta copia medidas,leis e iniciativas de politicus portuges.Sobre kel ideia apresentadu pa 1º ministru na parlamentu di "proceder à revisão do regimento da Assembleia Nacional, "permitindo a realização de mais sessões do Parlamento, criando debates periódicos com a presença do Primeiro-Ministro", so ta restam fla: mesmissima ideia ki grupo parlamentar di Partidu Socialista apresenta na parlamento portuges.So falta mesmu José Maria Neves comesa a bai parlamento debati di 15 em 15 dia....

A Politica Profissional e Qualidade Política

"Na imprensa,há frequentes queixas sobre a fraca qualidade da classe política.Contudo,a evidência aponta no sentido de um reforço da qualidade do pessoal político dos anos 90 para cá:em média,deputados e ministros exibem hoje maiores qualificações académicas e mais experiência política.Podemos problematizar o significado de tais indicadores,bem como advogar a necessidade de se utilizarem mais indicadores,mas estes são dois índices fundamentais da qualidade de um profissional em qualquer actividade.
Claro que a profissionalização política pode ter uma dimensão negativa:contribuir para fechar a classe política sobre si mesma.Por isso,a experiência profissional noutras actividades que não a política,bem como a participação em associações da sociedade civil (sindicatos e organizações patronais,associações de vária índole,etc.),contribui para que os politicos tenham um melhor conhecimento da sociedade envolvente e,assim,possam mais adequadamente funcionar como elo entre a sociedade e as instituições políticas,melhorando a qualidade da representação.
Os problemas com a qualidade da representação têm mais que ver com factores estruturais do que com as características dos políticos.No cerne da representação política está a nevessidade de se apresentarem ao eleitorado projectos de sociedade suficientemente distintos para que os cidadãos possam fazer escolhas significantes.Ora,as tendências bipartidárias têm acarretado um crescente indiferenciação entre os projectos políticos  entre o PAICV e o MPD,o que dificulta uma escolha minimamente clara entre as alternativas de sociedade.
Além disso,para (re)estabelecer a confiança entre eleitores e agentes políticos,o cumprimento dos compromissos eleitorais é fundamental.Finalmente,justa ou injustamente,há hoje (entre os eleitores) uma imagem de conúbio entre funções políticas e actividade empresarial privada que urge corrigir".

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Tacho e Biscates


"(...) se você fizer uma sondagem junto a jovens universitários americanos, 95% almeja desenvolver o seu próprio negócio, quer criar a sua empresa, quer construir a sua própria oportunidade. Se fizermos uma sondagem aqui em Cabo Verde, 95% quer entrar no Estado."
José Maria Neves, A Semana, 10/10/08

João é um jovem recém licenciado em Engenharia Civil com um projecto de construção de habitação para o segmento de jovens em inicio de vida profissional cuja experiência profissional resume-se ao estágio obrigatória da licenciatura.Ao contrário daquele,o Nuno é outro jovem com o curso profissional em Informática e experiência profissional na area suficiente para ter ambição de abrir a sua empresa de prestação de serviços informáticos em várias vertentes.Tanto o Nuno como o João,querem abrir a sua empresa e empregar outros jovens qualificados mas os dois não conseguem arrancar com o projecto.O João,como durante a sua formação escolar até terminar a licenciatura não teve nenhuma disciplina onde podia aprender a fazer um plano de negócios, teve dificuldades a fazer o plano de negócios para o seu projecto de empresa uma vez que não conseguiu ajuda nem de conhecidos nem de nenhuma instituição pública de apoio ao empresariado. O Nuno,teve de recorrer a ajuda de uma amiga economista para fazer o seu plano de negócios uma vez que não existe,no IEFP ou escolas profissionais,nenhum curso de curta duração em plano de negócios ou empreendedorismo.Com os respectivos plano de negócios na pasta,surgiu a necessidade de recorrer à financiamento; nem um nem outro tinha capital próprio ou famíliares com possibilidade de emprestar o capital necessário para o arranque da empresa e,tanto um como outro,não tinham capacidade e esperanças de obter financiamento bancário ou da única empresa de capital de risco do país (a promotora).Que falta faz uma empresa pública de capital de risco com a finalidade de,mediante concurso e qualidade do projecto,entrar com capital para o arranque das empresas dos jovens empreendedores e ajudar na gestão até essas empresas atingirem a maturidade no mercado,devem ter pensado.O João não teve alternativa senão meter o projecto na gaveta à espera de melhor sorte e agarrar ao tacho arranjado por um tio,trabalhando como assessor do Director Geral das Obras Públicas.Por sua vez,o Nuno,atravês da sua extensa rede social de contacto adquirida com a experiência profissional,foi "chutando" a vida para frente fazendo biscates construindo um site aqui e concertando um portátil ali e,contra a sua vontade,sem declarar rendimentos e sem pagar impostos.Afinal,não conseguiu acesso a uma incubadora de empresa para instalar a sua empresa (podendo pagar pela renda,deste modo, menos do que pagaria se fosse alugar uma instalação no mercado) e nem teria capaciade incial para suportar a mesma carga fiscal que uma empresa que já está a 15 anos no mercado.Tanto João como o Nuno não reclamam do governo um emprego;reclam apenas um programa nacional de empreendedorismo jovem e uma melhoria do enquadramento institucional do empreendedorismo (através de leis que facilitam a envolvente empresarial;através da criação de um escalão fiscal  e taxa de segurança social "amigos" do jovem empreendedor,através de uma agência que ajuda os empreendedores no financiamento,formação,acompanhamento e gestão da empresa recém criada).

PS: 1- o João e o Nuno são personagens ficcionais;portanto,como se costuma dizer,qualquer semelhanças com a realidade é pura coincidência;
     2- o nosso 1º Ministro exagerou nas percentagens dos jovens cuja ambição é trabalhar na função pública e também exagerou na percentagem dos jovens dos EUA que pensam criar a própria empresa.Apesar de ser verdadeiro o cenário que apresentou,ficaria muito mais satisfeito com 1º ministro se ele,mais do constatar o facto,apresentasse ideias ou projectos para alterar o cenário.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

È Nesisáriu Mas Rigor

Inda sobri studo di Afrondagem,nu ka podi konfundi "kualidadi di dimocracia" ku "pirsepson sobri kualidadi di dimocracia".Um kusa é pidi opinion di populason sobri kualidadi di dimocracia i otu é midi kualidadi di dimocracia atraves di varios indicadóris construido ku kel finalidadi lá.

sábado, 11 de outubro de 2008

Debati Carlos Veiga i José Maria Neves


"O debate que faz história...". E mesmu istóriku kel confrontu entri ex-1º ministru e atual 1º ministru organizadu pa jornal "A Semana".E istoriku pa interesi inteletual i e istoriku pamodi e 1º vez ki um 1º ministru di um país sta bai dibati ku um ex-1º minustru i ex-líder di maior partidu di opusison.O seja,ex-1º ministru tem mas kapasidadi ki atual lider di opsison pa dibati stadu e futuru di país...Ki lison Jorge Santos tá tra di kel debati li?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sobre os Deputados Desconhecidos


Será assim tão surpreedente o facto de mais de 60% dos caboverdianos não fazerem a miníma ideia de quem são os deputados?Eu penso que não!Sabendo que a Praia é responsável por 20,83% dos deputados na AN e que S.Vicente está representado por 16,67% dos deputados, surpreendente seria se o estudo da Afrosondagem chegasse a conclusão contrária.Um exercício interessante seria verificar quem são esses "mais de 60%" que não conhece os deputados que os representa na A.N.;provavelmente uma "empregada doméstica" ou um "pedreiro" não tem o mesmo interesse em saber o nome do deputado por cujo partido votou do que um quadro superior ou até um funcionário público.O contrário também seria igualmente interessante: analisar quem são os inquiridos que conhecem os deputados que os representa.Provávelmente,a conclusão seria esta: são os que tem escolaridade mais elevada e um maior nível de participação na sociedade civil.
Mais interessante ainda,para provocar um debate sério,seria discurtinar prováveis causas para essa separação entre os deputados e os eleitores.A meu ver são 3 principais razões:
  1) não queria usar essa expressão mas na falta de outra posso chamar o desleixo dos deputados (não se preocupam em auscultar a população dos respectivos círculos eleitorais a não ser no ínicio de cada ano parlamentar e nas campanhas) que cria aquele sentimento de "abandono" nos eleitores;

 2) o nosso sistema partidário: costuma ser a direcção central dos partidos a decidirem o nome dos candidatos a deputados,o que faz com que,por exemplo,uma pessoa de Santa-Catarina ou de outra ilha seja candidata pelo círculo da Praia e vice-versa.Existem sistemas partidários em que são as estruturas locais dos partidos que,pelo menos,propõe nomes de individualidades locais ou com forte ligação ao local para possiveis candidatos a deputados permitindo assim um maior escrutínio sobre o trabalho ou prestação do deputado;

 3) por fim,temos o nosso sistema eleitoral: o facto de não se votar nos deputados mas sim nos partidos cria um sentimento de desresponsabilização nos deputados,que sentem que tem de responder apenas perante o partido e não perante os seus eleitores (há quem diz que os deputados fazem isso como segurança para uma nova candidatura nas listas do partido).Por isso,alguns defendem que se deve mudar a forma da candidatura (individual,em lista partidárias ou mista),que se deve alterar o modo como o eleitor exprime a sua opção (voto de lista bloqueada ou possibilidade dos eleitores ordenar os candidatos na lista apresentada pelos partidos).Ou seja,círculos uninominais ou círculos plurinominais?

Mais interessante do que constatar o facto é discutir as causas e "mostrar caminhos" para a resolução do problema.Os especialistas na matéria deveriam lançar a discussão e "obrigar" os políticos a agir.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Imagem do Sistema Fiscal de Cabo Verde


A versão impressa do Jornal de Negócios de ontem,8-10-2008,apresentou uma interessante entrevista conjunta com 2 dos actuais consultores fiscais (Ana Paula Dourado e Rogério Fernandes Ferreira) das actuais reforma fiscais que estão a ser empreendidas nos países que fazem parte da CPLP.Começam por chamar a atenção para a tentação de usar benefícios fiscais como isco para atrair investimento estrangeiro,apesar de essa não ser uma solução que melhor serve os investidores.A nível global,afirmam que o Moçambique foi o país que melhor respondeu às reformas fiscais e que,em Cabo Verde e S. Tomé,os "off-shores" são um problema porque isso implica que todo o investimento estrangeiro acabará por não ser tributado e implica pôr em causa uma reforma fiscal guiada pelos princípios de neutralidade e equidade.Falando em concreto sobre Cabo Verde,afirmam que a situação no nosso país é caótica uma vez que ninguêm sabe quais são os incentivos que existem nem quanta receita se perde.Temos exemplos elucidativos:
   - até 2017,as instituições financeiras internacionais e os rendimentos pagos aos clientes estão isentoa;
   - as empresas que desenvolvem negócios exclusivamente para a exportação ou reexportação de bens e serviços estão isentas de imposto por 10 anos;
   - o investimento estrangeiro goza de isenção de lucros e dividendos durante 5 anos e/ou sempre que sejam reinvistidos no país.A partir do 6º ano,a taxa de imposto passa a ser de apenas 10%.

Para fazermos uma pequena comparação,qualquer empresa caboverdiana,suporta uma taxa nominal de 30% ou 20%  sobre os lucros,consoante o método aplicável para a determinação da matéria colectável.As instituições financeiras,monetárias e não monetárias,pagam 20% sobre o lucro.
Ou seja,os bancos e instituições financeiros pagam menos impostos do que as empresas de outros sectores da economia e as empresas estrangeiras,após alguns anos sem pagar rigorosamente nada,pagam muito menos do que as empresas nacionais.

Ranking de Competitividade Global 2008-2009

Rank
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Country 
US 
Switzerland 
Denmark 
Sweden 
Singapore 
Finland 
Germany 
Netherlands 
Japan 
Canada
Score 
5.74
5.61
5.58
5.53
5.53
5.50
5.46
5.41
5.38
5.37
Nos 10 países menos competitivos estão,por ordem decrescente,Madagascar,Nepal,Burkina Faso,Uganda,Timor-Leste,Moçambique,Mauritánia,Burundi,Zimbabue e Chade.

Esses são os 10 países mais competitivos e os 10 menos competitivos no mundo.Portugal desceu três posições no Índice de Competitividade Global do Fórum Económico Mundial, ocupando o 43.º lugar num ranking de 134 países, liderado pelos Estados Unidos. Na Europa a 27 manteve a 17.ª posição, à frente da Itália e da Grécia.Pode-se encontrar o relatório aqui.
Cabo Verde não faz parte da lista dos países estudados....

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bancarrota e Falência de País???

Essa é sem dúvida uma das consequências mais "estranhas" da actual crise financeira.O governo da Islândia,atravês do seu 1ª Ministro,acaba de anunciar que o país poderá ir à falência se a banca nacional se desmoronar.Logo um dos países mais rico do mundo,que alicerçou o seu crescimento anual de 4% no sector financeiro,vai,neste momento,receber empréstimo financeiro por parte da Rússia.A crise vem-se alastrando por todo o mundo e está contaminando alguns sectores da economia.Governos de todo o mundo estão tomando medidas de toda a espécie mas,em Cabo Verde,parece que estamos protegidos por uma espécie de força invisível.Alguêm sabe o que o Governo está a preparar para,ao menos,precaver ou limitar o efeito da crise na nossa economia?E os nosso bancos,estão todos imunes a essa crise?Que lição poderemos retirar dessa crise para o desejado projecto do governo de tranformar Cabo Verde numa praça finançeira?
Talvez seja oportuno o 1º Ministro e a Ministra das Finanças virem a praça informar o que o Governo pensa sobre essa crise e quais mecanismos económicos poderão ser apresentados como garantia para facer face a essa crise na nossa pequena economia.È também nessas horas que se deve demonstrar a face responsável da oposição preparada para governar.Todos,juntos ou cada um à sua maneira,deveriam e devem apresentar ideias.Antes que a crise financeira se tranforme em crise económica.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Utopia Socialista e Utopia de Mercado

Depois das intervenções do governo dos EUA no mercado financeiro,nacionalizando e injectando dinheiro público em empresas privadas,chegou a vez dos governos europeus adoptarem as mesmas medidas: intervindo no mercado outrora liberal e anti-interevençao estatal.Ou seja, a mão invisível de Adam Smith solicitou ajuda à mão visível do Estado.
Hoje soube-se que as manobras do Lehman Brothers antes da falência estão a ser postas em causa, em particular se foi na tentativa de enganar clientes e investidores.
De tudo já se falou sobre a actual crise do sistema financeiro internacional: da falha da regulação dos mercados à ganância de gestores milionários passando pela ineficácia dos sistemas de governança corporativa/empresarial e até do fim do capitalismo neoliberal.

1 – A Direita neoliberal sempre apontou como principal causa do falhanço do socialismo o facto da natureza humana ser incompatível com a “utopia socialista” (os homens são egoísta por natureza, procurando naturalmente a satisfação individual e, portanto, têm de ter liberdade total no plano económico para poder satisfazer esse “ego natural”)

2 – essa crise que estamos a viver não é sinal da queda ou da ineficiência do capitalismo. Mais do que o grande falhanço do modelo “mais mercado e menos estado”, se tivermos em conta que o capitalismo é na sua essência um conjunto de regras ético-comportamental, a crise actual mostra-nos que, assim como a natureza humana é incompatível com o socialismo, essa mesma natureza humana é incompatível com a liberdade total do capitalismo selvagem.Assim como,num mundo socialista,nunca haverá igualdade porque o homen é por natureza egoísta,também num mundo capiatalista haverá sempre àquela empresa e gestores mais ganancioso porque essa é a natureza humana.

Dái a minha convicção que o haverá sempre a necessidade da "mão visível do Estado",inclusive,tendo a exclusividade em alguns sectores da economia como por exemplo a saúde e energia.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

RTC- 10 Anos a Servir o País



U contrário di titulo de post (tradu na site di rtc),n-atxa mé consesual na país e fora de país ma nos tilivison dja tem 10 ano ca ta sirbi povu.N-ca conxi ningem,hoji em dia,ki tem opinion positivu sobre nos tilivison;nem siker propri trabadjador di rtc ka sta satisfetu ku empresa (n-sta ta fala só di tilivison,rádio acho ki ka tem txeu motivo pa kexa del).Un tilivison ki abri 18:00 i ta termina 24:30 h tudu dia ku apenas 2 programa produzidu i rializadu pa ses trabadjador (Jornal da Noite e um documentáriu kualker) ka podi dexa ses trabadjadoris satisfetu e mutu menus ses telespectador.N-tem imprison ma mas di metadi di dinheru ki ta entra na empresa ta sirbi pa paga salários (e alguns mordomias) i,por iso,ta sobra poku pa produzi e realiza nos programas.E mutu menos pa nu tem tilivison 24 hora pa dia...Sim,é verdadi,trabadjadoris di tilivison tem razon: estado mesti injecta dinheru a sério na empresa e empresa precisa urgentimenti di um gestor profissional ki ka é politicu (di tudu directoris i administradoris ki dja pasa pa RTC n-ca ta lembra di nenhum ki ka era ligadu a partidu x ó partidu y).Ma jornalistas di tcv tambi tem ses parti di culpa na stadu di tilivison;só pa ruzumi kes munti kusa ki nu podia fla des,nu ta fla ma stado geral di jornalistas di tcv é comodismo  (munti des ta limita a fazi ses funson diária i spera pa fim di mês,sem brio na corpu i nem sangi na veias).Kal ke soluson pa TCV nha genti?
N-ta atrevi avansa ku 3 senário:
     1) dipos di estabeleci novu rigimi di financiamentu di tcv pa da stabilidadi financera a empresa (atraves di imposto o dotason orsamental),stadu tem ki ta nomeia um gestor profissional i entra ku dinheru a sériu pa fazi um reestruturason di empresa (pa introduzi novus prática di giston sima explorason di sinergias administrativas entre tcv i rcv,rinegociason di grelha di programas,novus politicas comercial,pa aprisenta um plano di riduson di pisoal i novus práticas di giston di ricursos humanos tendu em considerason kualidadi di serviso);
    2) privatisason di empresa i dexa privados fazi kel reestruturason ki e necisario (assi pelo menos trabadjadoris ka ta fazi chantagi ku governu);
    3) abri tilivison pa sociedadi civil (undi independentis não so ta fazi parti di direson di empresa como grupos di cidadon podi produzi,realiza e apresenta ses propri programa na tilivison) i stimula produson di contiudo audiovisual nacional undi stado na forneci sinal i parceros ta entra ku conteúdo.

Nha colega Francisco,como jornalista,kusé bu ta atxa?Kal ke bu opinion?