Em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que o leão, ou será morta. Em África, todas as manhãs, um leão acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que a gazela, ou morrerá de fome. Não interessa se és leão ou gazela. Quando o Sol nascer, tens de correr mais depressa...se queres continuar vivo.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Fazer downloads ilegais merece cortar acesso à Internet?
"O debate sobre downloads ilegais é tão antigo quanto a Internet, pelo menos desde que há largura de banda suficiente para deixar passar música e filmes. Mas nenhuma proposta tinha ido tão longe como a que será discutida quarta-feira no Parlamento francês. Propõe-se que, depois de dois avisos, os cibernautas que descarregam música sem pagar fiquem impedidos de aceder à Internet. Entre os acérrimos defensores e os que deploram a lei, todos procuram responder à pergunta: há ou não violação da liberdade de expressão?A lei Criação e Internet já foi reprovada, mas apenas por 21 votos contra 15. As abstenções foram torrenciais, pois o Parlamento francês tem 577 deputados. Mas, apesar dessa reprovação, voltará a ser debatida na quarta-feira. É apoiada pelo Presidente Nicolas Sarkozy e é também conhecida por Lei Hadopi, o acrónimo em francês de Alta Autoridade para a Difusão de Obras e Protecção dos Direitos na Internet - a organização que, caso a lei seja aprovada, ficará responsável pela aplicação de sanções.Esse é, aliás, um dos aspectos mais polémicos da lei: ficar nas mãos de uma entidade não judicial a decisão de impedir um cidadão de aceder à Internet. Mas o principal argumento de quem contesta a proposta é o facto de se poder estar a restringir direitos fundamentais como a liberdade de expressão e o acesso à informação...A proposta de lei francesa é inédita e deixa os especialistas na expectativa. "Parece-me que se está a ir longe de mais", diz Patrícia Akester, advogada e investigadora do Centro para a Propriedade Intelectual e Direito da Informação na Universidade de Cambridge, no Reino Unido..."Na perspectiva do utilizador pode defender-se que, se for negado o acesso à Internet, se consubstancia uma anulação do direito de liberdade de expressão", diz a investigadora, que sublinha o facto de haver outras hipóteses antes de se cortar o acesso. "Há a possibilidade de usar medidas tecnológicas para proteger os direitos de autor e outras medidas que não foram exploradas". A proposta francesa, diz, é precipitada, "requeria mais estudo para que se chegasse a uma solução justa e equilibrada"..."É uma solução estranha, porque nunca se foi tão longe na perseguição ao consumidor final", explica Manuel Lopes Rocha, especialista em propriedade intelectual do escritório de advogados PLMJ. Lopes Rocha antevê um cenário em que a lei é aprovada no Parlamento mas poderá depois ser chumbada pelo Tribunal Constitucional francês, por poder colidir com o direito de liberdade de expressão."Goste-se ou não, há hoje enorme discussão no mundo dos direitos de autor sobre os direitos fundamentais", adianta. "A França teve o mérito de desencadear o debate, mas deve ficar por ali, porque vários países já anunciaram que não vão seguir esse caminho".
domingo, 26 de abril de 2009
A Crise e a Culpa
«A crise tornou-se uma espécie de galinha da vizinha.Mas,para os políticos caboverdianos,"a da vizinha é pior que a minha".O jogo da empurra sobre os culpados da crise é antigo e pouco estimulante.Cada governo dispara para os fantasmas do passado.Cabo Verde fica imobilizado e com as pernas envoltas em gesso cada vez que o mundo tropeça numa pedra da calçada.Não é novidade:sempre foi assim.Vivemos ao ritmo dos ciclos económicos mundiais.Essa crise mundial tem sido explicado de forma convincente pela economista venezeluana Carlota Perez,uma das novas estrelas do estudo económico.Segundo ela os ciclos económicos começam com o surgimento de novas tecnologias e infra-estruturas que prometem novas fontes de riqueza.Isso alimenta o investimento especulativo,que leva a um aumento generalizado dos preços e das acções.Durante essas fases o sector financeiro é pujante e as politicas de "laissez faire"tornam-se norma.Cada "boom" é seguido de um "crash",como sucedeu em 1797,1847,1893,1929 e 2008.Mas após estas quebras há um período de pacificação e de alinhamento entre o potencial das novas tecnologias e as características da nova economia reinante.Foi isso que motivou os periodos de progresso social como a "Belle Époque" dos anos 20 ou o milagre económico pós II-Guerra Mundial.Cabo Verde,claro,não se guia por estas normas porque a sua crise é constante,com pequenos momentos de delírio.Por isso mesmo a crise não é deste,nem dos governos anteriores.È de todos,porque têm sido incapazes de dotar Cabo Verde de uma estratégia económica e social de longo prazo.Cabo Verde não tem um modelo económico consensual.Vive a sombra do Estado e com receio do risco.E é assim há centenas e anos.Por isso mesmo a nossa fragilidade é a de cristal numa loja de porcelana visitada por um elefante chamado crise.A crise em Cabo Verde,é um excelente assunto para os partidos apresentarem as desculpas do costume e meros exercícios de retórica desértica.E iludirem a sua incapacidade para mostrarem o que efectivamente querem para o país».
sábado, 25 de abril de 2009
Subsídio de Desemprego
Diz o Redy que é contra o subsídio de desemprego porque "entendo isso como a legitimação da priguiça.(...).Subsidiar desempregados não é uma boa política para lutar contra o desemprego e os europeus já deram conta disso. Em vez de lutar contra o desemprego, com essa política iremos sim aumentá-lo ainda mais".Acho que o meu amigo,principalmente,enganou-se no alvo da sua critica.Por isso,não posso concordar com aquela citação:em 1º lugar o subsídio de desemprego é um direito de todos os trabalhadores que decorre dos descontos para a segurança social apartir de um certo tempo (em Portugal,se não me engano,é a partir de 6 meses de desconto);em 2º lugar,nem todos que tiveram a infelicidade de ir para o desemprego têm esse direito (aqueles que foram despedidos por justa causa,por ex.);em 3º lugar,o subsídio de desemprego é temporário e,durante esse tempo,para além da obrigatoriedade dos beneficiarios comprovarem às autoridades que estão efectivamente a procurar emprego,eles não podem recusar emprego encontrado através do IEFP (no caso de Portugal) 3 vezesconsecutivos sob pena de perderem o subsídio (sendo temporário,evita-se o subsído-dependência).Ou seja,o próprio iefp têm um papel activo na luta contra o desemprego com ofertas de trabalho aos desempregados em vez de os deixar por "conta própia" e,por isso,o subsídio de desemprego não aumenta o desemprego,como diz o Redy,mas é apenas um mecanismo de reintegração socio-profissional.Como disse anteriormente,a critica do Redy errou no alvo:essa critica é,ou devia ser,direccionada à programas do tipo Rendimento Mínimo Garantido que,sendo um mecanismo de reintegração social para combater a exclusão social,sem algum tipo de controlo pode "legitimar a preguiça" (imaginemos,no caso das FAIMO por ex.,que em vez de trabalhar por um salário as pessoas abrangidas ficassem em casa a receber um subsídio).È por causa de programas desse tipo,que cria um certo subsídio-dependência,que na europa se tem reformulado as políticas do estado-providência e tem se desenvolvido o novo conceito workfare (combinando o estado do bem-estar com o trabalho) em detrimento do walfare (estado do bem-estar).O problema do subsídio de desemprego em CV não é a de saber da sua justeza mas sim a de saber se o país tem condições económicas e financeiras para as suportar.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
La empresa según Homer Simpson
Se Harry Potter,Maquiável,Aristóteles,Fernando Pessoa ou o Super-Homem já serviram como ponto de partida para extrair conselhos de gestão empresaria,porque não aproveitar também o universo dos Simpson?A esta conclusão chegaram Fernando Montero e Rafael Galán,autores do livro La empresa según Homer Simpson:una visión muy particular sobre liderazgo,gestion y desarrollo professional,uma paródia aos livros de gestão baseados em personagens históricas e de ficção.Aqui vai algumas lições do Homer:
- "o fracasso não deve criar em nós um sentimento de paralizia,mas deve servir como uma experiência enriquecedora.Devemos analisar,sobretudo,porque,as causas do fracasso.Montgomery Burns atribui a culpa pelos seus fracassos por estar rodeado de idiotas como o Smithers...mas quem o pôs ali?";
- "a falta da autocrítica não só leva Homer a cometer erros como o leva a perpetuar no tempo esses erros,a ser imprudente e asegurar que:uma usina nuclear é como uma mulher.Só temos que ler o manual para saber que botão caregar";
- "muitas empresas não sabem quão valioso é um empregado até se dispor dele.Por exemplo,se tivesse prestado atenção,Burns podia ter descoberto que no coração do Homer havia um ecologista e aproveitar-se disso em seu favor".
"Quer queiramos quer não,não podemos evitar de a ouvir,de a ler,de a pronunciar.A palavra inovação está por todo o lado,em todos os lábios,em todos os planos de desenvolvimento,estratégias,objectivos ou práticas de intervenção.Este conceito encontra-se no coração de diversos planos de acção,nomeadamente os relativos à ciência e à tecnologia,à politica,às universidades ou às auto-estradas da informação.Trata-se duma moda?Duma necessidade?"
BOUCHARD,Camile (1997) L´innovation sociale existe-t-elle?
terça-feira, 21 de abril de 2009
As Veias Abertas da América Latina- Eduardo Galeano
«O que pode fazer com que um muito recomendável ensaio de história da América Latina, escrito em 1970 e tributário da chamada teoria da dependência, ocupe um lugar cimeiro no ranking de vendas da amazon? Uma simpática prenda de Hugo Chávez a Barack Obama em plena cimeira das Américas. Há algum tempo atrás, um livro de Noam Chomsky, brandido por Chávez numa Assembleia-Geral da ONU, tinha tido o mesmo destino. Fica a recomendação para outros presidentes apostados em promover a leitura de bons ensaístas».
O versão integral livro pode ser encontrado aqui.
Pobre Debate Politico
A investigação académica sobre a vida política em Cabo Verde é...um silêncio aterrador.Conhecemos vários teses universitários sobre a transição democrática mas nada se sabe em termos ciêntificos sobre o comportamento eleitoral dos caboverdianos,a evolução da abstenção,o perfil dos vontantes e dos simpatizantes de cada um dos partidos,etc.Todos "achamos" muitas coisas,alguns emitem opiniões apenas porque simpatizam mais com as teses de uns do que de outros e há ainda aqueles que apenas contradizem.Mas o saber baseado em trabalho que suscite reflexão e debate não há.A ausência de análise disciplinada pelo método cientifico justifica,em parte,o protoganismo das personalidades políticas e partidárias.Sabemos que,sobre qualquer assunto da governabilidade,a situação e a oposição defendem,assim acreditamos,o que é melhor para o país.A escolha de cada um de nós acaba por ser determinada pela confiança que nos merece cada um dos protagonistas em oposição.Não há uma única investigação prospectiva que nos possa dizer quem está mais ou menos correcto.Como a academia estuda pouco o país,ficamos condenados ao debate limitado e partidário sobre os problemas do país.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Abuse of Power:The Bush Administration's Secret Legal Memos
O Departamento de Justiça da Administração Obama tornou público 4 memorandos secretos usados pela Administração Bush para justificar as torturas e a violação de regras básicas de direito internacional e de direitos fundamentais.Vale a pena salientar que essa lição de tranparência fica muito a dever à pressoões duma organização da sociedade civil,a American Civil Liberties Union (ACLU).Aqueles que sempre tentaram apresentar "justificações" para práticas contrárias aos direitos humanos também deveriam ler os memorandos que estão publicados aqui.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Novas Tecnologias contra a Burocracia
Eleições: jovens com recenseamento automático e SMS para conhecer local de voto
«Uma mensagem escrita de telemóvel indicando a data de nascimento e número do Bilhete de Identidade será suficiente para os jovens saberem onde vão votar, no âmbito da campanha "Votar é Fácil", que será apresentada quinta-feira.Lançada pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, a iniciativa visa apelar ao voto dos jovens e decorrerá até ao final do ano. Actualmente os jovens de 17 anos ficam automaticamente recenseados através do cruzamento de dados e aos 18 anos ficam habilitados a votar, ao apresentar o Bilhete de Identidade ou o Cartão de Cidadão».Um bom exemplo de como as novas tecnologias de comunicação e informação podem "combater" a burocracia,facilitar a participação política dos jovens e acabar com acusações de duplicação de cartões de recenseamento.Este é,aliás,uma oportunidade de negócio que deveria e poderia ser aproveitada activamente pelas nossas empresas tecnológicas em CV.Umas perguntas que faço sempre aos meus amigos que trabalham nesse sector em CV: porque ainda não temos material da história do país e base de dados de todos os sectores da sociedade caboverdiana em formato digital? A NOSI é suficiente para justificar a aparente passividade das nossas empresas tecnológicas (entendida no sentido de "esperar por encomendas de clientes")?Têm de estar eternamente entre o Estado e o Mercado?Em CV,sem o Estado essas empresas não têm futuro?
Este sector tem tal potencialidade em CV que temos de saber criar a nossa própria oportunidade!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
Carlos Veiga e o perfume do poder
Tendo o actual governo uma boa imagem interna e externa,uma avaliação governativa,formal e informal,razoávelmente boa,um primeiro-ministro também com uma boa imagem e sendo as eleições só daqui a 2 anos,dizer,como diz o João Dono,que o "PAICV acaba de notar que afinal não terá um terceiro mandato" é quase como dizer que o meu Futebol Clube do Porto vai ser campeão da liga dos campeões desta temporada .Precisamos sempre de transmitir confiança e ser confiante quanto às possibilidades do nosso "clube".Não penso que com Carlos Veiga a frente do MPD as eleições serão "favas contadas" para este partido: primeiro porque,com 2 anos para governar,o governo no poder pode ainda fazer muita coisa para melhorar as possibilidades de vitória eleitoral;segundo,não é facto que CV tenha mais força eleitoral que o JMN,principalmente entre os jovens e os emigrantes;terceiro,nas legislativas,ao contrário do que é geralmente tido nas conversas de café,o factor partido tem estatísticamente mais peso do que o factor "candidato a primeiro-ministro" (portanto,temos de contar com o factor MPD/PAICV e as respectivas imagens e peso eleitoral).Depreendo que,como Jorge Santos não é alternativa como diz o próprio João Dono,o único capaz de deixar no ar o perfume do poder seja o CV-daí o apelo para o seu regresso;mas,por enquanto,é apenas o perfume do poder.
Túnel em Santo Antão
Lembro-me vagamente de ter lido algures que Gualberto de Rosário tinha uma ideia parecida para Santo Antão.Ficou no plano de ideias!Ao contrário do que alguns dizem,as obras estatais não são apenas em Santiago,S.Vicente e Sal...
via: passageiroemtrânsito
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Entre o Africano e o Europeu
Há um dado curioso no interminável debate,a meu ver inutil,sobre o nosso europeísmo ou o nosso africanismo.Uns dizem e acham-se mais africanos,outros mais europeus e outros ainda simplesmente caboverdianos.Contudo,mesmo entre aqueles que se acham um africano,a maioria dos caboverdianos justificam o seu apelido com alguma descendência europeia (o pai do pai do pai do meu pai era português,francês,alemão,espanhol,etc),principalmente aqueles cujo apelido é "estrangeirado".O facto da ascendência estrangeira provir de um ser masculino é um pormenor importantissímo:remete-no directamente para estrutura social,familiar e histórica desde os tempos da escravatura no país.Nunca se ouviu ninguêm dizer que,por ex.,o apelido vem do antigo "senhor" de escravos seus antepassados ou que vem de um marinheiro cujo barco atracou uns dias por algum porto deste país...enfim,por aqui o MALCOM X significa apenas um bom filme!
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Carlos Veiga vai voltar?
Se se concretizar,antecipa-se um congresso "daqueles" e,quiça,mais um bom motivo para,alguns,mais uma vez,abandonar o partido...caso ganhe o congresso,será Carlos Veiga candidato à 1º Ministro ou à Presidência da República?O qua vai ser do Jorge Santos e dos seus apoiantes no partido?Será que Cabo-Verde precisa mesmo de Carlos Veiga como 1º ministro?Os MPDistas acham que o Carlos Veiga ganhará assim tão fácilmente o José Maria Neves?
Dizer que o MPD precisa de um líder como Carlos Veiga é reconhecer que aquele partido não tem ninguém no seu seio capaz de vencer o PAICV do JMN;defender que o país precisa de Carlos Veiga é,práticamente,passar um atestado de incompetência politica,quiça técnica.a todos os quadros que estão na vida política activa.Há,pelo menos,2 problemas nessa come-back do Veiga: dá razão àqueles que defendem que Carlos Veiga tem fome do poder e passa a mensagem do Carlos Veiga salvador da nação.
Salvador do MPD pode até ser,mas da Nação não é de certeza.Não só porque o país não está assim tão mal governada mas também porque o que menos o país precisa é de um Dom Sebastião...
Denúncias de Corrupção:o caso CV Investimentos e o caso CMSV
“Não há corrupção na CMSV e vamos processar os delatores”,Isaura Gomes in A Semana;
in A Semana.
Indepentemente do resultado da investigação levada a cabo pela PJ,há uma diferença prática
na acção e nos resultados quando comparamos a denúncia de corrupção na Camara Municipal de
São Vicente com a denúncia de corrupção na Cabo Verde Investimentos:no 1º caso,os acusados
podem não só defenderem-se como vão "contra-atacar" processando os acusadores e,desta
forma,defenderem a respectiva honra,uma vez que defendem que as acusações não têm
fundamento.Pelo contrário,os acusados envolvidos no caso CV Investimentos não dispõem
dessa mesmo possibilidade para "limpar" a honra.
O direito à honra e ao bom nome deve ser extensível a todos,inclusive os politicos.
A Crise Mundial em Reality Show ou a Dignidade na TV
Novo "reality show" da Endemol põe trabalhadores em crise a despedirem colegas
“Você é o elo mais fraco, adeus”. A frase, popularizada num concurso televisivo, volta a fazer sentido, desta feita num reality show. A produtora holandesa Endemol criou um programa em que são os próprios trabalhadores de uma empresa em dificuldades a decidir quem vai ser despedido. “Someone’s Gotta Go” é o nome do reality show que promete gerar polémica. O formato já foi vendido à americana Fox, que irá lançar o programa nos próximos meses.A fórmula é simples: no actual contexto de crise internacional, uma empresa em luta pela sobrevivência é convidada a entrar no programa. Uma vez lá dentro, as câmaras irão captar a capacidade de trabalho de cada funcionário. Cada um deles irá lutar pela própria sobrevivência laboral. No final, aquele que menos produzir será despedido.A transparência fará parte do processo, uma vez que cada trabalhador vai controlar aquilo que fazem os seus colegas e vai ter acesso às suas fichas dos recursos humanos, incluindo a informação do valor do salário. Cada um deles terá igualmente que justificar os seus métodos de trabalho, junto de um grupo de discussão criado entre todos, que tomará a decisão final acerca do despedimento.Serão igualmente os trabalhadores a decidir quem é aumentado e quem irá sofrer um corte no salário, nesta espécie de “Você Decide” em versão laboral que acabou de ser apresentada em Cannes, durante a feira do audiovisual MipTV. Espera-se que o programa estreie nos EUA no próximo Verão ou no início do Outono...Mike Darnell, presidente da Alternative Entertainment, subsidiária da Fox, sublinhou à TvWeek o objectivo do programa: “Em vez de ser o patrão a tomar uma decisão arbitrária... são os funcionários que decidem que é que se vai embora”.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
A Origem da Crise Financeira
"A questão central do livro de Cooper é a de que os mercados financeiros contemporâneos não são eficientes, sendo esta a principal causa da crise económica que tomou conta do mundo.Deste modo, Cooper vem ao encontro das análises recentes de outros especialistas, como Roubini ou Kay, que se concentram no facto de que todos os modelos utilizados pelas sociedades de investimento, bem como a regulação a que estas estão submetidas, são intrinsecamente deficientes, provocando desequilíbrios conducentes a crises.A isto, Cooper junta ainda uma crítica violenta às políticas monetárias das nações mais desenvolvidas, acusando-as de reactividade e dominadas por estratégias de curto prazo. No que se relaciona com os mercados, Cooper, ele próprio um analista financeiro, defende que o principal problema está na disseminação incontrolável da disponibilização de crédito por parte das instituições financeiras, e na incapacidade de estas, e dos seu reguladores, conseguirem criar mecanismos de controlo e de adequabilidade entre as quantias emprestadas e a capacidade de endividamento do cliente.Para ele, a oferta quase ilimitada de crédito tem uma força poderosíssima, já que cumpre os objectivos do cliente, da instituição financeira, dos bancos centrais, e, especialmente, da classe política, sempre interessada em encontrar um eleitorado realizado ao nível dos seus objectivos materiais primários e secundários. Para além desta deficiência estrutural, Cooper identifica ainda as falhas dos modelos de análise das instituições financeiras, e uma regulação incapaz de conseguir limitar ou eliminar os instrumentos de investimento ou crédito mais agressivos e menos sustentados. Apesar deste fogo intenso contra a banca, e o mercado financeiro, coração de toda a economia, Cooper guarda as suas armas de destruição massiva para os bancos centrais dos países mais desenvolvidos, especialmente para a Fed.Sucintamente, o que o autor diz é que os bancos centrais não cumprem o seu papel, já que em ciclos de crescimento perdem completamente o controlo dos mercados, e em ciclos depressivos, como a actual, não conseguem mais do que criar medidas insuficientes, e potencialmente perigosas a médio prazo, como são os cortes nas taxas de juro.A partir deste diagnóstico, tenta avançar com um plano estruturado de soluções. Neste ponto, o autor divide a sua produção entre um enquadramento teórico e um cardápio de medidas concretas. Em relação ao primeiro ponto, a sua filiação em teoria económica assenta em Keynes e, curiosamente, Mandelbrot.O que o autor defende é uma revisitação das linhas mestras de Keynes, com o objectivo de políticas monetárias mais eficientes e “racionais” serem aplicadas, contribuindo assim para a diminuição do risco e para a ocorrência de bolhas e crises futuras. Nas medidas propostas, Cooper é prolífico, procurando abranger todo o universo do mercado. Assim, tanto recomenda intervenções sobre os preços dos bens, como propõe novos instrumentos de supervisão orçamental. Deste modo, no seu conjunto, o autor consegue produzir um documento bem fundamentado, e ao mesmo tempo acessível, que é eficaz no diagnóstico das muitas falhas que conduziram à actual crise, como bastante lúcido nas medidas de reparação que propõe. Para quem se angustia com os tempos que correm, este texto é uma boa companhia".
domingo, 5 de abril de 2009
Enfrentar o Desemprego de Licenciados
Bianda,KuFrontalidade,Teatrakacia,CaféMargoso,Geração20J73,TempodeLobos,
Passageiroemtrânsito,PedraBika,Hiena,NosBlogue
Os dados sobre o desemprego dos licenciados revelam-nos aspectos menos positivos da evolução da economia,do mercado de trabalho e do sistema de ensino:a economia não produz oferta suficiente para suprir a procura (o problema não deve ser visto apenas considerando o nível de qualificações, mas, também, a área das mesmas).Contudo,há uma tentação que deve ser contrariada:é a de achar que, havendo licenciados no desemprego, o país deve refrear o esforço de qualificação da sua população, nomeadamente dos jovens. Não é assim. Bem pelo contrário.Cabo Verde continua a precisar de mais licenciados,desde que provenientes de instituições com ensino de qualidade.Tradicionalmente,os vários governos têm apostado em políticas de apoio à contratação de jovens e de estágios profissionais.Actualmente,taxas de emprego persistentemente elevadas aliadas a um crescimento económico limitado levaram os responsáveis politicos a dar maior importância ao empreendedorismo e ao auto-emprego como formas de fomentar o progresso económico e reduzir o desemprego (estimulando a relação entre a criação de novas empresas e aumento do emprego). A focalização no apoio à contratação de jovens,através de incentivos fiscais e de segurança social,carece de uma maior fiscalização uma vez que grande parte dos jovens contratados perdem o emprego após o fim do período de apoio.Uma solução seria a obrigatoriedade das empresas manterem os jovens para além desse período da vigência do apoio.Por outro lado,o desinvestimento das famílias e da escola na socialização profissional dos jovens tornou necessário que a política de emprego assumisse a função destas.Por isso,é necessário repensaros estágios profissionais:estes deveriam ocorrer antes da entrada dos jovens no mercado do trabalho,sob a forma de estágios curriculares no sistema de ensino ou,até,de ocupação de férias ou "summerjobs".Estes últimos poderiam,aliás,comerçar a ter algum tipo de apoio público,menos oneroso que os estágios profissionais no inicio da vida profissional dos jovens.Se a aposta no empreendedorismo,nos estágios profissionais e no incentivo à contratação dos jovens não tem criado número de empregos suficiente para os licenciados a procura da 1ª oportunidade,o que mais se pode fazer?
Para além das alterações da lei laboral,no sentido duma maior flexibilização do mercado de trabalho,alguns especialistas têm defendido uma maior solidariedade no mercado de trabalho:os progressos da produtividade devem servir para aumentar o emprego através da redução do tempo de trabalho pessoal com manutenção de salário,e já não para aumentar os salários reais.Não se sobe o salário real mas diminui-se a carga horário do trabalho,permitindo-se,assim,a contratação de mais pessoas para "preencher" o horário.A luta contra o desemprego,principalmente para os sindicatos,deveria ser uma prioridade sobre a melhoria do nível de vida dos empregados.
Ao contrário do que por vezes se quer fazer crer, ter um diploma do ensino superior continua a ser um instrumento privilegiado para aceder a um posto de trabalho e uma garantia de que este terá, comparativamente, maior estabilidade, melhor remuneração e maiores possibilidades de progressão na carreira. Além do mais, uma licenciatura continua a ser uma boa forma de resistir ao desemprego – por exemplo, a população com habilitação superior é menos atingida pelo desemprego de longa duração do que a população em geral.Um desempregado licenciado tem muito menor probabilidade de se manter no desemprego do que um não licenciado.
Passageiroemtrânsito,PedraBika,Hiena,NosBlogue
Os dados sobre o desemprego dos licenciados revelam-nos aspectos menos positivos da evolução da economia,do mercado de trabalho e do sistema de ensino:a economia não produz oferta suficiente para suprir a procura (o problema não deve ser visto apenas considerando o nível de qualificações, mas, também, a área das mesmas).Contudo,há uma tentação que deve ser contrariada:é a de achar que, havendo licenciados no desemprego, o país deve refrear o esforço de qualificação da sua população, nomeadamente dos jovens. Não é assim. Bem pelo contrário.Cabo Verde continua a precisar de mais licenciados,desde que provenientes de instituições com ensino de qualidade.Tradicionalmente,os vários governos têm apostado em políticas de apoio à contratação de jovens e de estágios profissionais.Actualmente,taxas de emprego persistentemente elevadas aliadas a um crescimento económico limitado levaram os responsáveis politicos a dar maior importância ao empreendedorismo e ao auto-emprego como formas de fomentar o progresso económico e reduzir o desemprego (estimulando a relação entre a criação de novas empresas e aumento do emprego). A focalização no apoio à contratação de jovens,através de incentivos fiscais e de segurança social,carece de uma maior fiscalização uma vez que grande parte dos jovens contratados perdem o emprego após o fim do período de apoio.Uma solução seria a obrigatoriedade das empresas manterem os jovens para além desse período da vigência do apoio.Por outro lado,o desinvestimento das famílias e da escola na socialização profissional dos jovens tornou necessário que a política de emprego assumisse a função destas.Por isso,é necessário repensaros estágios profissionais:estes deveriam ocorrer antes da entrada dos jovens no mercado do trabalho,sob a forma de estágios curriculares no sistema de ensino ou,até,de ocupação de férias ou "summerjobs".Estes últimos poderiam,aliás,comerçar a ter algum tipo de apoio público,menos oneroso que os estágios profissionais no inicio da vida profissional dos jovens.Se a aposta no empreendedorismo,nos estágios profissionais e no incentivo à contratação dos jovens não tem criado número de empregos suficiente para os licenciados a procura da 1ª oportunidade,o que mais se pode fazer?
Para além das alterações da lei laboral,no sentido duma maior flexibilização do mercado de trabalho,alguns especialistas têm defendido uma maior solidariedade no mercado de trabalho:os progressos da produtividade devem servir para aumentar o emprego através da redução do tempo de trabalho pessoal com manutenção de salário,e já não para aumentar os salários reais.Não se sobe o salário real mas diminui-se a carga horário do trabalho,permitindo-se,assim,a contratação de mais pessoas para "preencher" o horário.A luta contra o desemprego,principalmente para os sindicatos,deveria ser uma prioridade sobre a melhoria do nível de vida dos empregados.
Ao contrário do que por vezes se quer fazer crer, ter um diploma do ensino superior continua a ser um instrumento privilegiado para aceder a um posto de trabalho e uma garantia de que este terá, comparativamente, maior estabilidade, melhor remuneração e maiores possibilidades de progressão na carreira. Além do mais, uma licenciatura continua a ser uma boa forma de resistir ao desemprego – por exemplo, a população com habilitação superior é menos atingida pelo desemprego de longa duração do que a população em geral.Um desempregado licenciado tem muito menor probabilidade de se manter no desemprego do que um não licenciado.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Contra a info-exclusão,pela inclusão social
Históricamente,o desenvolvimento da sociedade e o desenvolvimento tecnológico influênciaram-se mutuamente sendo que,como nos diz Manuel Castells "a tecnologia é a sociedade e a sociedade não pode ser entendida ou representada sem as suas ferramentas tecnológicas".O progresso tecnológico tem provocado mudanças enormes
na organização da nossa vida,na organização do nosso trabalho e no modo
como a sociedade opera;uma vantagem óbvia é a diminuição das
desigualdades entre os trabalhadores do interior e os dos grandes centros.
Com a possibilidade de acesso à internet,com todos os serviços que
ela disponibiliza,todos podem ter acesso à informação mais variada.
Os alunos de familías carenciadas,cujos pais não têm possibilidade
de comprar todos os manuais escolares,terão possibilidade de aceder
à matérias escolares permitindo-lhes "acompanhar" os seus colegas mais
abastados;de igual forma,aqueles que sofrem de algum tipo de deficiência
poderão aumentar o seu âmbito de relacionamento social;os jovens e os
desempregados podem procurar emprego ou ter a oportunidade de criar
o seu próprio negócio;todos podem incrementar a sua participação civíca
contactando via internet com,por ex.,a administração pública,etc.
Estar em rede e na rede é,também,uma forma de não "ficar para trás".
O factor trabalho,os sistemas de redistribuição dos rendimentos e dos
recursos materiais não são os únicos elementos estruturantes da inclusão
social.Aquisição de conhecimento,de informação e de novos graus de
cidadania,está tudo ligado: o combate à infloexclusão é um combate à
exclusão social e às desigualdades sociais.Elevar o nível de conhecimento
digital implica elevar outros níveis de capacidade e abstracçao mental.
Inclusão social através da inclusão digital.O programa
Mundo Novo e o recente acordoentre a ANAC e o MEES para a implementaçãode
uma sala de Recursos Mulfuncionais são 2 exemplos do combate à exclusão social
através da info-inclusão.
Destino do Cinema de Bairro
Confesso que não entendi bem o que diz o A Semana: «...celebrar de direito de superfície de terreno onde fica o “Cinema do Bairro”, acrescido do terreno envolvente para construir um Centro Comercial, propriedade da firma Calú & Ângela».O Calú vai construir naquele local um centro comercial?Esse centro comercial,terá um cinema?Se não,será o fim difinitivo do cinema do Bairro?
Burro velho não toma andadura,ou se a toma pouco dura.
«O Fundo Monetário Internacional (e, a um nível inferior, o Banco Mundial) lembra a descrição de Talleyrand dos reis franceses da dinastia Bourbon: não aprendeu nada e não esqueceu nada. Numa altura em que países ricos como os Estados Unidos têm défices orçamentais de 12% do PIB devido à turbulência financeira global, o FMI tem dito a países como a Letónia e a Ucrânia, que não começaram esta crise mas que apelaram ao Fundo para os ajudar a combatê-la, que têm que equilibrar os seus défices se querem receber ajuda».Continuem a ler o artigo de Howard Stein,referência em economia de desenvolvimento,no Jornal de Negócios.A FMI impõe o controlo orçamental aos países mais pobres quando,actualmente,os países mais ricos,como os EUA por ex., têm défices orçamentais de 12% do PIB.A mudança necessária para alcançar a reforma das finanças internacionais e regular a globalização financeira deve começar por cima:reformar as instituições da economia mundial.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
País Solidário
Como o Estado,por si só,não consegue "cuidar" de todos,porque o mercado é muitas vezes ineficaz,torna-se imprenscendível a actuação duma sociedade civil atenta e activa.Pode a sociedade civil ajudar aqueles que foram mais afectados por esta crise mundial que estamos a viver?Neste caso,o que pode a soceidade civil fazer?Muito mais do que criticar,apontar culpados e caminhos,é preciso agir.A campanha País Solidário,destinadas para as familías mais atingidas pela crise,aquelas que perderam o emprego e que não tem direito à subsídio de desemprego,arranca com 1 milhão de euros doada pela Fundação Gulbenkian,EDP,Millenium BCP,BPI e a CGD.Um exemplo para todos,inclusive a sociedade civil caboverdiana...
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