Em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que o leão, ou será morta. Em África, todas as manhãs, um leão acorda. Sabe que tem de correr mais depressa que a gazela, ou morrerá de fome. Não interessa se és leão ou gazela. Quando o Sol nascer, tens de correr mais depressa...se queres continuar vivo.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Daniel Bell
"O sociólogo Daniel Bell, autor de “O Fim da Ideologia” e professor emérito da Universidade de Harvard, morreu na terça-feira aos 91 anos...Afastou-se da ideologia marxista e tornou-se, como ele próprio se definia, “liberal na política, socialista na economia e conservador na cultura”...Os trabalhos mais conhecidos do sociólogo são “O Fim da Ideologia”, sobre a era pós-marxista e pós-conservadora, e “O Advento da Sociedade Pós-Industrial” no qual prevê a transição de uma economia baseada na manufactura para uma baseada na tecnologia".
Uma vez disse que "o Estado é, ao mesmo tempo, pequeno demais para os grandes problemas da vida e grande demais para os pequenos problemas da vida".
Deolinda - Que parva que eu sou
Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração casinha dos pais, se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração vou queixar-me pra quê? Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração eu já não posso mais que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Listas Partidárias
O que determina a presença ou ausência de um nome nas listas para deputados? Fidelidade partidária, lutas internas entre sensibilidades, mérito, a popularidade, género ou as redes de relacionamento sociais? Acredito que o mérito é o que tem menos peso, recrutar em função do género é uma moda, a popularidade e a visibilidade social ajuda muito e o que realmente conta são as redes sociais. O militante A e o militante B são dois quadros competentes, com um percurso profissional rico e dois militantes empenhados. O que explica a inclusão de A numa posição elegível e a ausência de B na lista, se tanto um como outro conseguiu mérito nas respectivas profissões e são igualmente militantes empenhados? O que explica que haja sempre mais homens do que mulheres nas listas para deputados? O critério é o capital social que se obtém através das respectivas estrutura de redes sociais dos militantes partidários. Quanto melhor posicionado na estrutura de redes sociais do partido mais capital social têm o indivíduo; quanto mais capital social, maior é a probabilidade de fazer parte das listas ou de obter um bom cargo político. As mulheres não estão em maior número nas listas porque são discriminadas: são as pessoas que fazem parte das listas é que têm mais capital social, independentemente de serem homens ou mulheres. Fazer uma lista para as eleições deve ser um dos momentos mais difíceis para os dirigentes partidários…
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Candidatos da diáspora
O debate eleitoral na diáspora não difere muito do debate em CV: a única diferença entre um e outro é que,cá fora,de vez em quando são obrigados a falar sobre as suas propostas para os emigrantes cabo-verdianos.Mas fala-se muito mais sobre os avanços e os atrasos do país do que sobre os problemas dos nossos emigrantes.E,quando se fala destes,é principalmente sobre àqueles emigrantes que vivem em pior condições,os descendentes dos emigrantes que vivem nos bairros sociais e os seus problemas de integração social,sobre o desemprego e o problema da habitação,as taxas alfandegárias e a eterna promessa de encontrar uma forma de baixar o custo de viagem para CV,etc,etc.Ou seja,entra eleição,sai eleição,as propostas para os nossos emigrantes continuam,no essencial,as mesmas,quiça,também porque os problemas continuam os mesmos.A conclusão é simples:os vários governos e os vários embaixadores que ao longo de anos passaram pelas embaixadas de CV por essa Europa fora,muito pouco conseguiram para melhorar a vida dos emigrantes nos países de acolhimento. Incompreensível é a total ausência de propostas ou medidas segmentadas uma vez que nem todos têm as mesmas necessidades e os mesmos problemas.Uma emigrante "tradicional",com baixa escolaridade e ilegal,não tem os mesmos problemas e necessidades de um empresário crioulo (aliás,é curioso que os nossos partidos raramente falam sobre medidas para apoiar os pequenos empresários cabo-verdianos no estrangeiro); é triste que,fazendo de tudo para garantir os seus votos,os partidos não tenham nenhuma medida dirigida aos estudantes (como por exemplo,tentar acordar possibilidades de universidades cabo-verdianas concorrer à financiamento de investigação cientifica no quadro do acordo com a União Europeia).Enfim,no dia 6 de Fevereiro,lá vamos nós votar naquele de quem gostamos mais...
domingo, 23 de janeiro de 2011
Coisas Dita
"A escolha em política não é entre o bem e o mal, mas entre o preferível e o detestável"
Raymond Aron
Raymond Aron
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Tiro nos pés
"um ódio visceral das elites de Santiago em relação à ilha de São Vicente";
"Trabalhamos para a ‘República de Santiago', que nos trata como colónias";
Onésimo Silveira.
Com estas afirmações,o número 1 da lista do PTS para as legislativas "mancha" toda a prestação do número 2 da mesma lista,João do Rosário.
"Trabalhamos para a ‘República de Santiago', que nos trata como colónias";
Onésimo Silveira.
Com estas afirmações,o número 1 da lista do PTS para as legislativas "mancha" toda a prestação do número 2 da mesma lista,João do Rosário.
Entrevista
"O que é que explicaria esse desencanto com a política e falta de confiança nos partidos?
Eu acho que tem a ver com a qualidade dos políticos. Eu acho que os partidos políticos precisam despertar para quem é que eles chamam para compor as listas, e quem está a exercer o poder político, porque há gente sem vocação nenhuma, que não sabe o que é que é bem público, responsabilização, ou ética. Muita gente entra na política por interesse pessoal, e não vê o interesse colectivo. Aí, o retorno para a cidadania vai ser bastante baixo.Os dados do Afrobarómetro têm mostrado que há um distanciamento muito grande entre o representante e o representado, entre quem elege e quem é eleito. Quando se está a entrar num processo eleitoral, parece que todos despertam. Depois, caímos no marasmo, num desligamento em que não há uma conexão contínua".
Roselma Évora ao Expresso das Ilhas.
Comentário: fico sempre sem reacção quando alguém,na qualidade de cientista (neste caso,politóloga),faz análises de uma situação ou de um fenómeno com base em juízos de valor...independentemente do juízo do valor corresponder ou não à realidade,como é que se explica cientificamente que "muitos entram na política por interesse pessoal e não colectiva"? Como Weber nos ensinou,mesmo prosseguindo interesses colectivos,o homem político,de uma maneira ou outra,acaba sempre por obter vantagens pessoais. Não existe um puro interesse colectivo sem vantagens pessoais na vida política.Entre as várias razões,o que explica o distanciamento entre o eleito e o eleitor é,em primeiro lugar,o fechamento dos partidos em relação à sociedade civil e,em segundo lugar,é o próprio sistema eleitoral que não permite a responsabilização individual dos deputados perante os seus eleitores. Uma das razões que pode explicar o "despertar do eleitor durante a eleição",como explicou Joseph Schumpeter,é a profissionalização da política que faz crescer a tecnicização dos debates políticos e que leva os eleitores a desempenharem o papel secundário de selecção dos profissionais. Por fim,importa dizer que o interesse pela política na sociedade está longe de ser unanimemente partilhado: quanto mais alta a posição social maior é a participação política.A democracia não faz desaparecer as diferenças sociais.Em grande parte,é isto que explica a indiferença da maioria dos eleitores relativamente às questões politicas.
Eu acho que tem a ver com a qualidade dos políticos. Eu acho que os partidos políticos precisam despertar para quem é que eles chamam para compor as listas, e quem está a exercer o poder político, porque há gente sem vocação nenhuma, que não sabe o que é que é bem público, responsabilização, ou ética. Muita gente entra na política por interesse pessoal, e não vê o interesse colectivo. Aí, o retorno para a cidadania vai ser bastante baixo.Os dados do Afrobarómetro têm mostrado que há um distanciamento muito grande entre o representante e o representado, entre quem elege e quem é eleito. Quando se está a entrar num processo eleitoral, parece que todos despertam. Depois, caímos no marasmo, num desligamento em que não há uma conexão contínua".
Roselma Évora ao Expresso das Ilhas.
Comentário: fico sempre sem reacção quando alguém,na qualidade de cientista (neste caso,politóloga),faz análises de uma situação ou de um fenómeno com base em juízos de valor...independentemente do juízo do valor corresponder ou não à realidade,como é que se explica cientificamente que "muitos entram na política por interesse pessoal e não colectiva"? Como Weber nos ensinou,mesmo prosseguindo interesses colectivos,o homem político,de uma maneira ou outra,acaba sempre por obter vantagens pessoais. Não existe um puro interesse colectivo sem vantagens pessoais na vida política.Entre as várias razões,o que explica o distanciamento entre o eleito e o eleitor é,em primeiro lugar,o fechamento dos partidos em relação à sociedade civil e,em segundo lugar,é o próprio sistema eleitoral que não permite a responsabilização individual dos deputados perante os seus eleitores. Uma das razões que pode explicar o "despertar do eleitor durante a eleição",como explicou Joseph Schumpeter,é a profissionalização da política que faz crescer a tecnicização dos debates políticos e que leva os eleitores a desempenharem o papel secundário de selecção dos profissionais. Por fim,importa dizer que o interesse pela política na sociedade está longe de ser unanimemente partilhado: quanto mais alta a posição social maior é a participação política.A democracia não faz desaparecer as diferenças sociais.Em grande parte,é isto que explica a indiferença da maioria dos eleitores relativamente às questões politicas.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Debates Eleições 2011
Os dois debates realizados até agora são suficiente para ter uma certeza: será uma perda para a dinâmica parlamentar, para a qualidade do parlamento e para a vida política do país caso o PTS não conseguir eleger pelo menos um deputado. De preferência, João do Rosário, que é o 2º na respectiva lista. Pela ideias novas, pelos projectos exequíveis e, porque não, pela postura do seu presidente. Estou a lembrar-me de ideias como a «academia do desporto», as «casas-oficinas»,«a dimensão regional da competitividade»,«a energia fotovoltaico para a iluminação publica» ou o «subsídio de desemprego durante 3 meses». E quanto a postura do João do Rosário: não gastou 1 segundo a acusar o MPD ou o PAICV, concentrando-se apenas no futuro do país e dos cabo-verdianos. Pelas mesmas razões, lamento que o PTS não tenha uma estrutura mais forte na cidade da Praia. O segundo debate,entre a UCID e PTS, foi o que deve ser um bom debate: exposição e discussão de ideias.Esperemos pelo debate do dia 18 entre os dois maiores partidos. A meu ver, até agora, o PTS, ou o seu presidente, tem sido a grande surpresa desse debate eleitoral.
Coisas Dita
“Os mercados devem estar profundamente integrados em sistemas de governação". A ideia de que os mercados são auto-reguladores foi absolutamente aniquilada na recente crise financeira e deve ser abandonada de uma vez por todas. Os mercados exigem outras instituições sociais que os apoiem. Eles contam com os tribunais, com estruturas legais e reguladores para estabelecerem normas e as porem em prática. Dependem das funções estabilizadoras que os bancos centrais e a política fiscal contracíclica exercem. Precisam do consenso político que a tributação redistributiva, as redes de segurança e a segurança social ajudam a criar. E tudo isto se aplica também aos mercados globais”.
Dani Rodrik
Dani Rodrik
sábado, 15 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Coisas Dita
Nunca se mente tanto como em véspera de eleição, durante a guerra e depois da caça." Otto von Bismarck
Dos debates
Em jeito de complemento a este post da Margarida Fontes,eu também me congratulo com o debate que vai haver entre quase todos os partidos políticos. Mas essa minha congratulação é apenas "meio contentamento". É que vão estar presente todos os partidos,menos o PSD por não ter representante no parlamento. O critério é: como é difícil ter todos os partidos a debater num estúdio,limita-se os convidados aos partidos com representação parlamentar;aquele que não tem deputados fica de fora.E isto,mesmo que sem intenção,acaba por reproduzir a estrutura partidária no país e contribuir para a manutenção da desigual competição política.O "tempo de antena" é manifestamente insuficiente,para qualquer partido.Sem mais "espaço" mediático,torna difícil um partido pequeno ganhar notoriedade e,deste modo,conseguir mais votos.Uma boa solução seria ter duas rondas de debates: uma primeira com todos os partidos candidatos e,a segunda ronda,apenas com os partidos representados no parlamento.
Adenda: "a lei é clara, só tem direito a tempo de antena quem corre a mais de 5 círculos eleitorais, e este não é caso do PSD. Portanto, não tem nada a ver com representação parlamentar. Até porque, se tivesse a ver com representação parlamentar, o PTS seria excluído" (correcção de um anónimo à parte deste post).
Adenda: "a lei é clara, só tem direito a tempo de antena quem corre a mais de 5 círculos eleitorais, e este não é caso do PSD. Portanto, não tem nada a ver com representação parlamentar. Até porque, se tivesse a ver com representação parlamentar, o PTS seria excluído" (correcção de um anónimo à parte deste post).
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Inovação
Há um consenso geral na sociedade de que o melhor caminho para a economia cabo-verdiana se desenvolver é apostar na inovação:o modelo de crescimento económico que vai fazer crescer a nossa economia vai basear-se na inovação. Contudo,ficamos por esta proposição. No máximo, acrescentamos a necessidade de criação incubadoras, do incentivo à empresas de capitais de risco, da investigação cientifica e de estreitar a relação universidades-empresas. Raramente falamos do mais importante: de que inovação falamos quando dizemos que a inovação é o caminho para a nossa economia? quantas das nossas empresas tem condições para inovar? Essas empresas sabem e estão preparados para inovar? Quais os determinantes que facilitam ou dificultam a inovação em CV? Qual é a quantia do erário público que o Estado deve canalizar para investimentos em inovação e de que forma esse dinheiro público deve ser investido?
Mais do que a simples declaração da aposta em inovação, os partidos candidatos ao governo deveriam "responder-me" estas questões específicas. Espero encontrar alguma dessas respostas nos respectivos programas eleitorais.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Pedro Magalhães no Público
“A comunicação social não procura as pessoas que têm know-how sobre os diferentes assuntos e essas pessoas também não se deixam procurar. Nós temos debates sobre localização de aeroportos ou outra questão complexa sem nunca ouvir um dado objectivo sobre o assunto. O que ouvimos são pessoas que quase nada sabem sobre o que estão a falar a debitar sobre o assunto. Este jogo tem dois lados, naturalmente. Quem está nas universidades devia comprometer-se um pouco mais com a investigação aplicada, sem ter medo de que isso possa comprometer a sua integridade científica e a sua objectividade. Penso mesmo que quem financia projectos científicos devia levar em conta essa dimensão. Quase diria que a Fundação para a Ciência e Tecnologia, da mesma maneira que pergunta a quem faz projectos nas áreas de engenharia quantas patentes tenciona registar, devia perguntar também para que serve este ou aquele estudo nas ciências sociais. E o Estado, se tem investido tanto dinheiro em pós-graduações, doutoramentos, investigação científica - e tem feito um enorme investimento até em comparação com outros países -, agora devia tentar receber os benefícios desse investimento”.
Ódio
É isto que tem caracterizado a vida política em CV: ódio!
Muito mais do que a salutar competição política.Aliás, falar em competição política em CV é ser politicamente correcto.As ideias e os projectos para o país de cada um dos dois principais partidos pouco ou nada interessam.O que interessa é que José Maria Neves,Carlos Veiga,Filú,Jorge Santos,este e aquele,fizeram isto ou aquilo,são assim ou assado e têm muito ou pouco.Até a nomeação do presidente do país para o 2º melhor dirigente político em África serve para destilar ódios.Poderíamos dizer que é também a inveja,sentimento normal num meio tão pequeno como o nosso,mas ela,a inveja, já vem incutida no ódio.Parece que a ideia geral é de que quem tem maior legitimidade para estar no poder,quem merece governar,é quem for mais honrado.Não se trata da competição política mas sim de uma competição pelo reconhecimento da honradez individual.E ao mesmo tempo que se auto-promove as virtudes vai-se proclamando os defeitos de carácter do adversário político.E o pior de tudo é que os jovens,que supostamente deveriam trazer maior combatividade ideológica à luta política,não estão a conseguir mudar o rumo deste jogo.
Muito mais do que a salutar competição política.Aliás, falar em competição política em CV é ser politicamente correcto.As ideias e os projectos para o país de cada um dos dois principais partidos pouco ou nada interessam.O que interessa é que José Maria Neves,Carlos Veiga,Filú,Jorge Santos,este e aquele,fizeram isto ou aquilo,são assim ou assado e têm muito ou pouco.Até a nomeação do presidente do país para o 2º melhor dirigente político em África serve para destilar ódios.Poderíamos dizer que é também a inveja,sentimento normal num meio tão pequeno como o nosso,mas ela,a inveja, já vem incutida no ódio.Parece que a ideia geral é de que quem tem maior legitimidade para estar no poder,quem merece governar,é quem for mais honrado.Não se trata da competição política mas sim de uma competição pelo reconhecimento da honradez individual.E ao mesmo tempo que se auto-promove as virtudes vai-se proclamando os defeitos de carácter do adversário político.E o pior de tudo é que os jovens,que supostamente deveriam trazer maior combatividade ideológica à luta política,não estão a conseguir mudar o rumo deste jogo.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Segura-me isto que vou aí e já volto!
Nada há de condenável na ambição política do reitor da Universidade de Cabo Verde; nada há de criticável na sua inclusão nas listas do PAICV para as legislativas. Nem sequer moralmente.Todos os cabo-verdianos têm direito de participar na vida política directamente, reza a nossa constituição. Independemente de exercer ou não cargo público. Então, porque não deve um reitor de uma universidade pública ser candidato à deputado? A questão é que o candidato não é o reitor mas sim o cidadão António Correia e Silva. Aliás, a própria assembleia vai ganhar em qualidade com a presença deste futuro deputado. Contudo, moralmente condenável é a opção pela suspensão do cargo de reitor e não pela renuncia ao cargo. Reitor Universitário não é um cargo de carreira profissional mas sim electivo. Com isto qualquer pessoa terá legitimidade para pensar que António Correia e Silva quer "aquecer" o lugar de deputado na assembleia,ou um lugar num futuro governo, e depois regressar a reitoria da universidade. O lugar de reitor deveria ter sido colocado à disposição da tutela que,por sua vez,aproveitaria para organizar eleições para um novo reitor. Mesmo porque daria o exemplo do desprendimento em relação à cargos públicos. E quando deixar a vida política regressaria à UNICV como um simples professor e não como reitor. A não ser que o cidadão em causa não esteja a pensar cumprir até o fim o mandato de deputado para o qual vai ser eleito,a universidade pública não pode e nem deve ficar 5 anos com um reitor em substituição.
Adenda: um anónino deixou o seguinte comentário - "Hoje, o Correia e Silva (e a Cláudia Rodrigues do ICIEG) esteve cá em casa, num porta-a-porta, e perguntei-lhe, sem rodeios, se estava a "esquentar o lugar" para daqui a 5 anos.Tanto ele como a Cláudia responderam-me que pediram a suspensão dos cargos porque é a figura legal correcta (pois não faria sentido pedir a renúncia antes das eleições) e que, logo após a campanha, porão os cargos à disposição.O Correia e Silva avançou-me mesmo que já estão a preparar o processo para a eleição do novo reitor da UniCV".
Adenda: um anónino deixou o seguinte comentário - "Hoje, o Correia e Silva (e a Cláudia Rodrigues do ICIEG) esteve cá em casa, num porta-a-porta, e perguntei-lhe, sem rodeios, se estava a "esquentar o lugar" para daqui a 5 anos.Tanto ele como a Cláudia responderam-me que pediram a suspensão dos cargos porque é a figura legal correcta (pois não faria sentido pedir a renúncia antes das eleições) e que, logo após a campanha, porão os cargos à disposição.O Correia e Silva avançou-me mesmo que já estão a preparar o processo para a eleição do novo reitor da UniCV".
Uma Boa Acçao do Estado
Num país como Cabo Verde o Estado é o maior gastador, maior consumidor e, consequentemente, o maior cliente para as pequenas e médias empresas. Contudo, ao mesmo tempo que os políticos fazem discursos apelando ao espírito empreendedor dos jovens e dos desempregados, os nossos empreendedores, principalmente aqueles que tem uma empresa recém criada, não podem contar com o Estado como potencial cliente (a não ser,claro,aqueles que empreendedores que estão bem posicionado na estrutura de redes sociais dos nossos partidos políticos). Por exemplo,quando elementos do governo ou funcionários públicos viajam para outras ilhas em serviço, em vez de se instalarem num hotel 5 estrelas de italianos, deveriam ir para uma pequena pensão de uma empreendedora da ilha do Boavista ou do Maio. A diferença, para além do luxo e das piscinas, é que o dinheiro público gasto nessas deslocações está a servir para dinamizar a economia local através do consumo de produtos nacionais, uma vez que são esses pequenos operadores que compram os produtos alimentares nacional,e,ao fim ao cabo,esse gasto público acaba por ficar no país. Imaginem o impacto que teria se apenas 40% dos gastos públicos com estadias em hotéis fossem direccionadas para esses pequenos residenciais. Outro exemplo elucidativo: o Estado podia dinamizar o mercado de carpintaria se, em vez de comprar mobiliário importado, fizesse concurso nacional de fornecimento para as firmas nacionais de carpintaria. Isso teria o efeito positivo de, ao menos, estancar a importação e aumentar a produção nacional. Imaginem o que seria se 40% dos estudos/consultoria ao Estado e 40% das obras públicas fossem reservados às pequenas empresas nacional. Isto iria contra as regras da Organização Mundial do Comércio? Certamente que há formas de contornar algumas dessas regras.Talvez mais do que um Estado que dá isenção fiscal, o empreendedor nacional precisa de um Estado que é um potencial cliente.
sábado, 1 de janeiro de 2011
Para começar uma nova década de prosperidade...
"Os governos devem abandonar a falsa ilusão de que para alcançar a recuperação basta apenas pressionar alguns botões.Desde o começo das surpreendentes economias inovadoras que nasceram no século XIX que o método comprovado e real para alcançar uma elevada prosperidade - para que exista uma grande oferta de empregos atractivos e estimulantes - tem sido um sistema de empresas privadas inovadoras no sector empresarial.Os governos devem estimular uma economia inovadora e não quilómetros e quilómetros de estradas e outros projectos de construção.A melhor forma de contrariar o abrandamento económico é reestruturar a economia de forma que esta recupere um ´nível de normalidade` superior".
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