segunda-feira, 28 de março de 2011

“Mulher e Poder” de Crispina Gomes

«Para conhecer melhor a situação da mulher em Cabo Verde, a autora lançou um inquérito a um grupo de homens e mulheres sobre a presença da mulher nos órgãos de decisão. “A resposta foi que essa presença era pouco expressiva, principalmente a nível do Parlamento, dos Partidos Políticos e Sindicatos. Isso deve-se a muitos factores que o livro trata de elencar, quais sejam a cultura patriarcal, que considera o homem superior à mulher; a auto-exclusão das mulheres; a sua baixa escolaridade e a sobrecarga de trabalho doméstico a que é submetida”, relata Crispina Gomes».

Acredito que o mérito é o que tem menos peso, recrutar em função do género é uma imposição simbólica, a popularidade e a visibilidade social ajuda muito e o que realmente conta são as redes sociais. A militante A e a militante B são quadros competentes, com um percurso profissional rico e duas militantes empenhadas. O que explica a inclusão de A numa posição elegível e a ausência de B na lista, se tanto um como outro conseguiram mérito nas respectivas profissões e são igualmente militantes activas? O que explica que haja sempre mais homens do que mulheres nas listas para deputados? O critério principal é o capital social que se obtém através das respectivas estrutura de redes sociais das pessoas. Quanto melhor posicionado na estrutura de redes sociais do partido mais capital social têm o indivíduo no seio do partido; quanto mais capital social, maior é a probabilidade de fazer parte das listas ou de obter um bom cargo político. As mulheres não estão em menor número nas listas porque são discriminadas: são as pessoas que fazem parte das listas é que têm mais capital social, independentemente de serem homens ou mulheres.

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