terça-feira, 22 de julho de 2008

Da Utilidade das "Jotas" Partidárias

Tendo as juventudes partidárias como um dos principais objectivos fazer a ligação entre as aspirações dos jovens que dizem representar e os respectivos partidos politicos,urge repensar a lógica do funcionamento dessas organizações (parece que tanto a JPD como a JPAICV só mostram sinais de vida aquando das eleições).Alguêm dá pela JPAI a não ser em eleições ou comemorações de alguma data?E a JPD,quem a vê sem ser na comemoração do Dia da Democracia e alguma jornadas de reflexão longe dos jovens que pretensamente representam?Não obstante as diferenças,será absurdo questionar se a juventude partidária em CV não teve a sua génese na antiga JAAC-CV?
Agora que ja começou as preparações para mais uma eleição para mais um líder Jota,para se "queimar" ou não,deveríamos todos questionar sobre a utilidade das juventudes partidárias e a sua influência na elaboraçao de politícas públicas dirigidas à juventude.Desde que surgiram em CV,qual foi o real impacto dessas organizações na sociedade e no seio da juventude?Na minha opinião,ser militante e,principalmente,ter sido presidente duma juventude partidária,independentemente das capacidade e do valor individual de cada um,só tem beneficiado alguns com altos cargos publicos em ministérios,institutos públicos e assessorias (curiosamente,apesar das respectivas capacidades individuais,vê-se pouco "deles" nas empresas privadas "isentas",àquelas que não tem ligações "afectivas" com nenhum partido).E,para piorar,criam os mesmos vicíos porque "fazem de tudo para fazer os mesmos caminhos que os cotas": querem fazer carreira política e,por isso,fazem de tudo,até esquecer os princípios e a "inocência",para se manterem na ribalta.Não falta é pessoas que acreditam que a maioria dos jovens estão na política apenas por "carreirismo profissional"...e,infelizmente,exemplos desses por aí não nos faltam.È por essas e por outros,que acredito que,a entrar na política,mais vale entrar logo pelo partido principal,deixar as Jotas para os carreiristas de fundo.

5 comentários:

Redy Wilson Lima disse...

Edy,

Acredito que entrar directamente no partido principal é um grande erro táctico. Já se seguir o caminho dos jotas para além da experiência ganha-se mais visibilidade (o programa 180º da TCV é um outro caminhoa a isso).
Se pegarmos em exemplos podemos ver que tanto o Elísio Freire (MPD) como a Janira Hoppfer Almada (PAICV) deram-se bem. Já o Edson Medina penso que se queimou um pouco no JPAI (agora aproveita o 180º para voltar á ribalta).
Se formos ver o passado, tanto o José Maria Neves como o meu "amigo" Filú treinaram e bem no jota (JAC-CV) e entraram no partido pela porta grande (mas Filú queimou-se e bem).
Vamos esperar para ver estes novos candidatos a políticos de carreira.
Força pelo blog que a blogosfera berdiana precisa de sangue novo (e sem papas na língua que de conformistas estamos cheio).

Edy disse...

Redy,
porque é que um jovem ganharia mais visibilidade numa Jota do que no partido principal?Quanto a experiencia,ela pode ser adquirida tanto numa como noutra...o meu ponto é que,com o actual modelo de funcionamento,as jotas não servem para mais nada a não ser organizar os jovens para colarem cartazes e gritarem nos comicios.O que é que se pode fazer numa Jota que não pode ser feito no partido principal?No bloco de esquerda não existe uma Jota enquanto estrutura autónoma,mas sim apenas como um secção do partido...ou seja,a meu ver,entra na Jota quem quer fazer carreira politica,quem vê a politica como serviço publico ou como uma missão,não deveria entras nas jotas.Deste exemplo da janira,edson e do mats;dou-te um exemplo de um pessoa que,sem ter sido da Jota do respectivo partido,foi secretario de estado da juventude dos 23 aos 33 anos:Miguel Fontes,a partir do 1º governo de Guterres,de 1995 à 2005.
Atenção que não digo que os jovens nao devem ter participação politica;pelo contrário,deveriam ter mais e ter uma "voz politica" mais consequente...tanx pela força.
Abraço

Redy Wilson Lima disse...

Excepções sempre existem, mas os jotas são uma escola política (pelo menos foi assim com o JAC-CV). Esqueci de acrescentar lealdade, o que é muito importante na coisa política, e é nos Jotas que isso pode ser demonstrado.
Os Jotas dão uma outra visibilidade e os partidos políticos funcionam como a Máfia (ou vice-versa), começa-se por baixo a fazer os pequenos trabalhos para o bem da família maior (neste caso o partido).
Os Jotas sempre funcionaram assim e continuaram a funcionar desta forma por muito mais tempo. Cada um luta com as armas que têm e os Jotas são uma grande arma para quem quer ter ambições de vir ser PM.
No desporto temos os iniciados, os os juvenis, os juniores e os séniores. Na política é a mesmíssima coisa portanto, os jotas são úteis, embora não cncordo com muitos dos seus propósitos. Depois um partido sempre precisa do seu claque e quem melhor que os Jotas para organizar isso?

Edy disse...

Lá está Redy,tudo o que disseste que as Jotas podem fazer pode ser feito pelos jovens dentro do partido principal.O que é que,por ex,a JSD ou a JS faz que os jovens do BE não fazem?Nada...o BE apear de não ter uma Jota,também tem o seu claque.O que falta acontecer,é os partidos se abrirem não só para os jovens mas para a sociedade civil,para os independentes.Eu ainda tenho aquela visão romantica da politica como serviço publico e nao como carreira profissional,por isso lido mal com aquilo que caracterizaste como uma "arma para quem quer ter ambições de vir ser PM".

Redy Wilson Lima disse...

Uma coisa eu concordo: de facto os partidos devem abrir as portas à sociedade civil (embora, não acredito na sociedade civil cabo-verdiana, mas é só a minha opinião).
Os Jotas são apenas um nome para dar aos jovens dentro dos partidos. Pelo menos em CV tem sido assim.