Google lança novo browser e quer mudar a forma como o mundo usa os computadores
"A empresa promete uma experiência personalizada e proteger a privacidade do utilizador, mas o Chrome não é apenas mais um programa para navegar na Internet
A A Google deu mais um passo para mudar a forma como o mundo utiliza os computadores. A empresa lançou ontem o seu próprio browser, ou seja, um programa que permite navegar na Web, à semelhança do Internet Explorer (da Microsoft) ou do Firefox, os dois programas do género mais usados em todo o mundo.As funcionalidades oferecidas por este Chrome não são radicalmente diferente das que já existem noutros programas. Mas a imprensa especializada e os analistas estão entusiasmados com as características técnicas do projecto, que passam despercebidas à maioria: a forma como o programa está construído torna-o ideal para levar a cabo na Web as tarefas que tradicionalmente são executadas em programas instalados no computador do utilizador."Nos primórdios da Internet, as páginas Web tinham pouco mais do que texto, mas hoje a Internet está envolvida numa poderosa plataforma que permite aos utilizadores estarem ligados com amigos e colegas, através de e-mail e outras aplicações, editar documentos, assistir a vídeos, ouvir música, gerir finanças e muito mais". Esta explicação, dada em comunicado pela empresa, é um resumo daquilo a que se chama cloud computing (literalmente, computação na nuvem) e que tem sido anunciado como o próximo estádio na utilização dos computadores pessoais.A Rede é o computadorNo modelo de cloud computing, em vez de ter os ficheiros guardados na sua própria máquina, cada pessoa passa a ter os ficheiros nos computadores de grandes empresas, acessíveis a partir de qualquer dispostivo ligado à Internet (já acontece com os serviços de e-mail ou com os vídeos no YouTube, por exemplo); em vez de usar programas instalados (como o muito popular Microsoft Word), o utilizador recorre a aplicações na Web (espécie de páginas sofisticadas, como o Google Docs, que é gratuito e permite criar documentos de texto, à semelhança do Word).Mais do que ameaçar apenas o Internet Explorer, o Chrome é uma ameaça ao próprio sistema operativo Windows e pode ter um papel importante na transformação do paradigma de utilização do computador pessoal, notou o especialista Nicholas Carr no seu blogue, numa argumentação que está em linha com a avalancha de reacções publicadas ontem em sites especializados.Para além disto, o Chrome é um browser de código-fonte aberto. Qualquer pessoa ou empresa pode pegar na tecnologia, modificá-la e usá-la para proveito próprio (o Internet Explorer, pelo contrário, é um programa fechado).Esta opção, notaram já os analistas, significa que a Google não está tão interessada em concorrer por uma fatia do mercado dos browsers (ver caixa) como em acelerar a adopção de tecnologias que permitam a mais cibernautas usar aplicações on-line - precisamente o tipo de aplicações que a Google tem vindo a desenvolver e que pretende rentabilizar, quer cobrando para acesso a funcionalidades extras (como a assistência técnica) ou através do recurso àquele que é o grande negócio do gigante da Internet: a exibição de anúncios publicitários.Do ponto de vista do utilizador, as novidades face à concorrência são nas área em que a Google se especializou: o Chrome armazena informação sobre os hábitos de cada cibernauta e integra várias funcionalidades para acelerar o acesso a sites já visitados e para repetir pesquisas anteriormente feitas em motores de busca ou em serviços como a Wikipedia ou a loja on-line Amazon. O objectivo é criar uma experiência tão personalizada quanto possível.À semelhança do que a Microsoft está a fazer no Internet Explorer, também foi dada atenção à privacidade: é fácil navegar sem deixar rasto no computador que se está a usar, funcionalidade útil sobretudo para quem partilha um computador".
in Público
Sem comentários:
Enviar um comentário