terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sociólogos em potência...


Dizem-me alguns amigos que temos excesso de licenciados e que temos excesso de oferta de,por esta ordem,juristas,economistas,gestores e sociólogos (provávelmente,daí a relativa perda de relevância no mercado de emprego).Não acho necessário debater questão desse tipo porque penso que esse fenómeno está ligado ao crescimento de qualquer país e irá acontecer com qualquer área do saber.Contudo,no que diz respeito à CV,não posso deixar de constatar um fenómeno interessante: todos,ou pelo menos a maioria,poetas,engenheiros,juristas,jornalistas,gestores e economistas,linguistas e outros,quando chamados a apresentarem a sua visão sobre um problema qualquer,não se furtam a apresentar a sua visão sociológica do problema.Ou seja,apesar da nossa formação de base,todos somos sociólogos em potência e somos capazes de elaborar uma e sempre uma explicação sociológica das "coisas":a velha e útil teoria da dominação simbólica e desigualdade social.Nada que me espante,afinal,nada nos impede de ler um ou dois sociólogos estrangeiros de renome e,como ser social que todos somos,podemos sempre todos brincar de "ser sociólogo".Até penso que isso não é uma exclusividade nossa uma vez que também acontece em outras passagens.Mas,é isso,agora qualquer estudo do INE que não demonstra que somos maioritariamente sociólogos é pura ficção...ou pelo menos esse seria um tema interssante para mais uma das perguntas cafeanas do João Branco...que dizes, Redy?

1 comentário:

Redy Wilson Lima disse...

Bourdieu disse uma vez que escrevia difícil para se distanciar daquilo a que chamou de sociologia portátil (que é a tal visão sociológica ou apenas conversas de café). Para mim é muito simples: todos nós, por sermos um ser social dado à interração com os outros temos visões do mundo e das coisas do mundo. A diferença entre o sociólogo e os demais e/ou o sociólogo e o licenciado em sociologia está na capacidade de ter a imaginação sociológica de que fala Wrhite Mills.