quinta-feira, 26 de março de 2009

A Hora das Grandes Decisões nos TACV-I

A sociologia económica (ou a nova sociologia económica) considera que a maior parte das organizações está mais interessada na sobrevivência do que na maximização dos seus resultados.Foi demonstrado que  que esta sobrevivência não está causalmente relacionada com o desempenho ou com a eficiência,mas sim com a legitimidade social conquistada (Paul J. DiMaggio e Walter W. Powell,The New Institutionalism in Organizational Analysis,1991).Isto é,as organizações são mais gestoras de impressões e manipuladoras da aceitação social do que máquinas que conquistam a eficiência económica,baixando os custos e aumentando as receitas.O choque entre as lógicas de sobrevivência e da eficiência pode facilitamente ser avaliado pela observação de mercados,indústrias e empresas.A explicação crucial é,então,dada pela legitimidade social das práticas e pela capacidade de encontrar ou gerar redes de alianças que sustentem as actividades.Deste modo,empresas falidas podem sobreviver,caso os seus proponentes ocupem lugares centrais em redes políticas e a sobrevivência  da empresa possa ser considerada como um activo crítico nas batalhas política que se avizinham.Uma empresa pública gigante pode ser mantida,apesar de ineficiente,sempre que os custos sociais e simbólicos associados ao seu desaparecimento possam ser factores pertubadores da ordem pública ou possam comprometer as agendas políticas dos actores relevantes.A legitimidade social e os custos simbólicos são cruciais para entender o porquê da sobrevivência de transportadoras aéreas de bandeira,quando a aplicação de uma estrita lógica económica as conduziria à morte.A nova sociologia económica acredita que as questões sociais de legitimação e de controlo politico-cultural são mais decisivas para a sobrevivência organizacional do que o jogo económico.Eis porquê,contra todas as evidências dos modernos modelos de gestão,os TACV sobreviveu num espaço contrário à teoria económica.

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