sexta-feira, 20 de março de 2009

Questionando o Alupec

Tenho para mim que o Alupec está insuficientemente socializado,i.e.,há mais dúvidas do que "clarezas".Por outra lado,essa fraco conhecimento por parte da sociedade ajudou e muito a que o Alupec seja "metido" no meio duma espécie de "guerra" pelo poder simbólico.A mim,não sendo um especialista,parece-me que o Alupec,ou os seus defensores,têm de responder uma pergunta essencial,capaz de "clarificar à água": o Alupec vai ou não uniformizar a escrita das palavras que se pronunciam de maneira diferente não só entre as ilhas como também dentro duma mesma ilha?
(a mesma palavra pronuncia-se diferente,por ex.,na Praia e numa zona qualquer do interior de Santiago.Não se pode defender,por ex.,o uso da letra k por razões estéticas;a estética é para a arquitectura,design,etc;não para a linguística).
Sou a favor da oficialização do crioulo,nas escolas,nas repartições públicas e nos meios de comunicação social;mas essa oficialização não pode nem deve ser uma imposição da maioria,do mais histórico,do mais "puro" ou do mais tradicional.Fazer isto não seria repetir a imposição da lingua portuguesa que nos foi imposta desde a descoberta?Deixaria-me triste ver um compatriota meu do Barlavento a não entender ou a não conseguir ler um jornal ou um livro porque foi escrito em "badiu de praia" ou vice-versa.
Contudo,a oficializar a "fala" não é a mesma coisa que oficializar a escrita do crioulo;por isso,tendo em conta a realidade do país e o desenvolvimento ciêntifico do crioulo,por enquanto,sou a favor duma escrita não uniformizado do crioulo.

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