sexta-feira, 24 de junho de 2011

Má língua

"Quando só se tem um martelo, todos os problemas parecem um prego.Esta frase, espirituosa, descreve bem a propensão que temos para reduzir qualquer questão à nossa área de saber ou interesse. Ou seja, para simplificar o que é complexo. Veja-se, a título de exemplo, o debate sobre o nunca resolvido tráfego automóvel nas cidades. Para um arquiteto o problema resolve-se com o desenho urbano; para um engenheiro com túneis e viadutos; para um académico com um modelo estatístico; para um ambientalista eliminando os carros; para um economista com taxas; para um político com discursos.(...).Embora não pareça, vem isto a propósito das primeiras declarações do novel secretário de estado da cultura, o escritor Francisco José Viegas. Afirma ele que vai dar prioridade à promoção da língua e do livro. Ou seja, temos martelo.Homem da escrita e dos livros é perfeitamente natural que considere a língua como a coisa mais importante da política cultural do Governo.(...).Há muito que a língua deu lugar à comunicação. Num ambiente tecnológico de permanentes contaminações e mutações, a língua pensada como identidade não existe mais. Hoje pouco importa em que língua se escreve ou se fala, ou tão-pouco como se escreve ou se verbaliza. A comunicação é tudo. Pode ser produzida de múltiplas maneiras, combinando línguas e linguagens, misturando palavras e imagens, criando situações e interações.(...).Por isso nunca entendi esta obsessão na promoção da língua portuguesa que tanto anima a vasta maioria da nossa intelectualidade. Julgo que se deve, paradoxalmente, à decadência cultural. A esse caldo de ideias, entre o saudosismo piegas e o reacionarismo rude, que se deleita na evocação dos descobrimentos, dos grandes feitos de antanho e da língua pátria de Fernando Pessoa, mas se recusa a encarar o presente.(...).Contudo, nestas coisas é bom ser pragmático. A questão não está em escrever ou falar português, mas em dizer o quê?(...).A promoção da língua, como trave mestra de qualquer política cultural, representa uma forma de reducionismo da complexidade cultural em que vivemos. Em si não representa nada, nem alcança nada. O que importa mesmo é o que temos para dizer e não a língua em que o fazemos". Leonel Moura

1 comentário:

Anónimo disse...

Falacias, falacias deste teu "amigo"! Ele deve estar a contar estória estória à propria cabeça!

So um português poderia escrever uma asneira desse tamanho, e ser copiado por um crioulo, apreciador de estórias da carochinha!

Porque é que entao o tuga nao escreveu esse mesmo texto em inglês, alemao ou francês? Alias mesmo em espanhol?

Sabes porquê?Precisamente por causa do tao "o quê" que ele escreveu. Foi a conteudo mais imporante de todo esse texto de um megalomano. Exacto foi "o quê", a coisa mais imporante que ele debitou.

Efectivamente o que interessa é o conteudo, é a mensagem que se passa e isso em qualquer lingua, mesmo naquela que a gente domina melhor.

Ora bem, a maioria da pessoas, nao consegue traduzir uma mensagem numa lingua estrangeira, com sumo, com conteudo, com o tal "o quê".

Repito o tal tuga seria incapaz de escrever esse mesmo texto em inglês.

Duma maneira geral as pessoas quando dizem que sabem inglês, por exemplo, sao frases feitas, pedaços de frases soltas, sem uma logica, sem um raciocinio, sem um discurso com conteudo.

Apenas, baboseiras, como Hello guy, how are you? what ar'you doing?; cool man, you're the best, bye, 'till tomorow... e larachas do género.

Mas na realidade, quando tu dizes a esse gajo para ouvir a conferência em inglês publicada aqui por Edy, poucos vao compreender, e se for entao para ler um texto sobre a filosofia do direito, entao é o fim da macacada.

Bem, para quê ir buscar um texto filosofico, basta um jornal como The Guardian ou The Observer

Se for francês é a mesma coisa; as pessoas nao lêem se quer LE MONDE e LE FIGARO, quanto mais agora um texto original de Foucault.

Bem, Edy, ja te provei que uma vez mais te deixaste ser levado na cantiga.

Ha ler e ler, ha escrever e escrever e a conversar e conversar. A maioria dos portugueses é por exemplo incapaz de ter uma conversa séria de uma hora sobre politica, direito ou filosofia, em espanhol, rapaz!

E quando digo isto nao é sequer a marioria do povo, mas sim a maioria dos escolarizados e doutores portugueses. E' tudo fantochada!

Termino com uma anedota de um tuga que pediu trabalhou numa empresa pra trabalhar nomeadamente com o inglês, depois de ter feito um concurso, que ele passou nao sei como, dizia no primeiro dia do trabalho, deram-lhe um texto de politica para traduzir num tempo estipulado, e ele entrou em pânico, porque de repente ele descobriu que o inglês que pensava saber, nao chegava para fazer o job.

Entao ele volta-se para outroe pede ajuda e o gajo pergunta-lhe mas entao tu mentiste ao concorreres para esse posto. E eu voltei para os dois e disse, "ele nao é culpado, culpado foi quem deu luz verde ao seu concurso e deixou-lhe começar a trabalhar sem saber com certeza as suas capacidades".

Oh Edy o mundo està cheia de gente assim! E crioulo gosta muito de bazofos!!!