domingo, 2 de agosto de 2009

Criar um Clima Favorável ao Empreendedorismo

«O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, tinha razão quando no debate com Carlos Veiga promovido pelo Jornal A Semana, no passado ano, afirmou que se fosse feito um inquérito na camada jovem sobre o local onde pensa exercer, que a cerca de 90% responderia na função pública em vez de abrir a própria empresa. Pois, nesta investigação pudemos constatar de facto esta tendência. A grande maioria dos inquiridos pretende ingressar na função pública depois da formação superior, seguido daqueles que preferem trabalhar numa empresa privada. Há uma demarcação clara dos nossos futuros empreendedores. São na maioria os provenientes da via técnica» (in Ku Frontalidade).
Sendo uma evidência,importa questionar: porque isto é assim em Cabo Verde?O que se tem feito - ou,o que se pode fazer-,através das políticas públicas,para alterar esse cenário?
O primeiro passo para fomentar o empreendedorismo,e incrementar a criação de novas empresas,consiste em criar um clima geral,na sociedade,favorável ao fenómeno.A sociedade valoriza o empreendedor?Distingue-o pela sua importância para o desenvolvimento,criação de emprego e criação de riqueza,ou penaliza aqueles que enveredam por esta via com uma imagem de «explorador da classe operária»,típica do século XIX?Somos uma sociedade que aclama e «heroifica» os empreendedores ou será que só falamos nas empresas quando estas despedem pessoas,quando registam salários em atraso ou quando encerram?
A forma como a sociedade valoriza o papel do empreendedor também se expressa pela falta de divulgação da ideia de criar a própria empresa.Fala-se assunto nas escolas do ensino primário,secundário e universitário?A acção juntos dos mais novos é fundamental para alterar,a longo prazo,a imagem negativa que é associada ao empresário na nossa sociedade.É preciso tambem acabar com a forte penalização social do insucesso no país que faz com que «crucifiquemos» os fracassos empresariais e fazer com que essas experiências que corram mal sejam vistas como particularmente enriquecedoras para os empreendedores,que não sejam ostracizados por causa de uma iniciativa fracassada.Não só não valorizamos a experiência adquirida como tratamos de imediatamente criar uma «etiqueta» que vai tornar muito dificil qualquer nova iniciativa daquelas pessoas,sendo que o sistema financeiro tem nessa «crucificação» um papel central.
Inversamente,também não valorizamos os sucessos empresariais.Os casos de sucesso raramente são motivo de notícia nos meios de comunicação social.Até os próprios empreendedores revelam geralmente pouca vontade de dar a conhecer o seu sucesso,dando a ideia de terem medo da inveja que isso poderá criar.
Criar um climá favorável e promover o empreendedorismo passa por perceber as implicações que o fenómeno tem em diversas áreas da sociedade e procurar que todas elas contribuam nesse sentido.Para que o empreendedorismo se desenvolva torna-se fundamental que a academia introduza o tema nos programas da educação dos diversos níveis de ensino,que o sistema financeiro disponibilize instrumentos adequados para financiar a criação de novas empresas (capital de risco,business angels,bancos,fontes informais,etc.).Para que o meio ambiente seja propício ao desenvolvimento do empreendedorismo em Cabo Verde é necessário promover o apoio dos líderes políticos,sociais e empresariais ao espírito empreendedor,reequilibrar os riscos,realização de campanhas a favor dos espírito empresarial,alterar leis e instituições,lançar programas para mudar as atitudes vigentes na sociedade.No fundo,fomentar uma cultura de empreendedorismo na sociedade.

1 comentário:

Anónimo disse...

é o que eu digo: caboverdianos e cabo vderde é só farol! mas que diabo, o primeiro ministro nao disse nada de novo e nada de original; toda a gente que sabe pensar sempre soube que todos os jovens querm ser funcionarios; e nao é um caso à parte de cabo verde; é conhecido mundialmente que os jovens em tempo de crise querem ser todos funcionarios, mesmo nos estados unidos da américa; e tradicixoanalmente mesmo quando nao ha crise, nos paises de cultura latina, portugal, italia, frança e nos paises nordicos, os jovens querem ser todos funcionarios; é por isso que esses paises adoram o estado e o tesouro publico; querem todos viver à mama...