segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ecologia da População Organizacional

Na teoria organizacional existe uma perspectiva muito desenvolvida pela sociologia denominada ecologia da população organizacional que se inspira fortemente em analogias com a biologia,sendo as organizações encaradas como espécies de populações que habitam diferentes ecologias ou ambientes.As organizações podem prosperar ou decair,sob condições ambientais particulares,à semelhança das espécies de flora ou fauna.Na ecologia natural,quando as ofertas de alimentos de uma dada microecologia são ultrapassadas pelas procuras das várias criaturas em competição por esses mesmos alimentos,regista-se um processo de selecção natural das formas de vida envolvidas na luta pela sobrivivência num dado nicho.Enquanto uns sucumbirão,outras acabarão por migrar para outros contextos,tentando a sobrivivência numa ecologia menos familiar.Os teóricos dos estudos organizacionais defendem que as organizações,à semelhança das espécies naturais,passam por diferentes etapas de desenvolvimento.Por exemplo,pode analisar-se a frequência com que as novas organizações surgem ou desaparecem numa dada população - o advento dessas novas organizações tenderá a acelerar-se a partir da primeira edificação,desde que exista espaço no nicho.Todavia,esta aceleração não pode ser ilimitada: os nichos acabarão por ficar saturados ou repletos,e nem todos os participantes que pretendiam estabelecer-se conseguirão sobriviver.Nesta altura,ocorre um "esvaziamento",o que leva a um decréscimo no índice de fundação de novas organizações,permitindo estabilizar a população.Os indices de desistência ou de "mortalidade" organizacional crescem com o aumento de número de organizações de uma população,acabando por permancer apenas as que melhor se adequam às condições de sobrevivência do nicho.
O que poderá nos dizer os dados do mais recente recenceamento empresarial elaborado pelo INE à luz da ecologia organizacional?Certamente que os teóricos da ecologia organizacional nos diriam que,se deixarmos de lado a simpatia partidária,nem sempre a quantidade de empresas criadas e a quantidade de empresas fechadas (e as consequentes variações na taxa de emprego e de desemprego) dependem unicamente da acção governativa e respectivas políticas mas sim da saturação do espaço-nicho organizacional...

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