quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"Arte africana e arte europeia"

"A mim, europeu agredido pelas idiotias multiculturalistas da UNESCO e quejandas instâncias, sob a égide do politicamente correcto, e seguidas por muitos ingénuos por esse mundo fora, a mim, com todo o respeito e interesse por formas de expressão artística não europeias, o que me interessa salientar é que não se pode nivelar tudo em nome do dito multiculturalismo. Esse é um expediente na linha dos esquerdismos históricos da UNESCO desde o famigerado Sr. M'Bow, para desvalorizar tudo o que de grande a Europa e a civilização ocidental vieram fazendo ao longo de milénios.
Sem negar a esta exposição a fascinante dignidade que tem enquanto manifestação humana, e admitindo mesmo que haja uma prioritáriaveleidade artística em muitas daquelas peças (o que é mais do que duvidoso), confirma-se que
a tradição da criação cultural europeia engendrou, em todos os campos, valores, concepções estéticas, práticas, técnicas e sobretudo obras executadas que são muito superiores às que se inscrevem em quaisquer artes tribais ou primitivas, quer de África quer de outros continentes. Um europeu não pode pôr no mesmo plano, enquanto arte, a Pietà de Miguel Ângelo e a Maternidade da Costa do Marfim (p. 253 do catálogo), por muitas voltas, contravoltas e contorções que se introduzam na discussão do assunto."
Vasco Graça Moura,in Diário Notícias.

O que pensa os nossos homens da cultura sobre isso?

1 comentário:

http://kauverdianu.blogspot.com/ disse...

Vamos trocar os protagonistas:
"Um africano não pode pôr no mesmo plano, enquanto arte, a Maternidade da Costa do Marfim e a Pietà de Miguel Ângelo e (p. 253 do catálogo), por muitas voltas, contravoltas e contorções que se introduzam na discussão do assunto." É VERDADE, na medida em que me parece que a arte materializa simbolicamente a depuração de um conteúdo cultural por um artista para a fruição da humanidade numa dada época. Arte é arte!
PS: É um artigo que já tinha sido publicado no jornal "Público".