quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A Vivência do Desemprego

Geralmente,pessoas com poucas ou nenhum conhecimento em ciências sociais (mesmo a maioria dos economistas,que também são cientistas sociais) costumam ter relutância em relação aos programas de protecção social como o subsídio de desemprego,o salário mínimo ou principalmente em relação a programas tipo Rendimento Social de Inserção.Na maior parte das vezes o argumento utilizado contra esses programas é o de "subsídio à preguiça".Isto é assim porque essas pessoas têm uma visão meramente financeira do salário.
Contudo,"sabe-se que ser desempregado não é simplesmente estar desocupado ou estar privado de um emprego.É também ser reconhecido como tal e vivenciar a experiência subjectiva do desemprego.As recentes investigações sociológicas realçam a desestruturação da vida pessoal,familiar e social daqueles que estão privados de um emprego por um longo período.Ou seja,o desemprego causa não apenas a privação de um salário como também causa fragilidades de sociabilidade que se observam a vários níveis.Para as pessoas que vivem o desemprego,as suas causas podem alicerçar-se sobretudo na percepção de um fracasso pessoal,de uma degradação da qualidade de vida,de uma quebra das relações de amizade e de companheirismo.O desemprego simboliza uma ruptura nas trajectórias socioprofissionais,com impactos diversos na vida pessoal,colectiva e institucional dos indivíduos.

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