segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Que modelo de desenvolvimento?

Nos anos 90 o MPD apostou na privatização e no turismo;o PAICV têm vindo a apostar nas obras oúblicas e no turismo.Após as eleições de 2011,qual vai ser o modelo de desenvolvimento económico que o novo governo vai implementar?Ou mehor,qual é o melhor modelo de crescimento económico que o país deve apostar?Entre o liberalismo+liberalismo do MPD e o liberalismo+obras públicas do PAICV,qual é o mais adequado?Haverá outras que não modelos "importados" do velho continente?Teremos capacidade de "encontrarmos" o nosso próprio modelo de desenvolvimento?

O empreendedorismo em CaboVerde é elevado ou baixo?

Numa conversa de café,ou mesmo em algumas conferências,fóruns e debates,é habitual ouvirmos que "em Cabo Verde não existe empreendedorismo" ou,numa posição mais simpática que àquela,que "em Cabo Verde,o nível de empreendedorismo é muito baixo".
Perante a pergunta, «qual é o nível de empreendedorismo em Cabo Verde», só podemos responder com base em "palpite" ou intuição (infelizmente, o recenseamento empresarial do INE dá-nos, por enquanto, apenas pistas). A nível internacional, a taxa de empreendedorismo é medido com base no estudo anual efectuado em vários países (onde está incluído Portugal, Brasil e Angola) pelo consórcio,liderado pela Babson College e London Business School, denominada GEM (Global Entrepreneurship Monitor).Esse estudo analisa o empreendedorismo na sua vertente de criação de empresa e divide o fenómeno em 2 tipos conforme a motivação do empreendedor:temos assim o empreendedorismo por necessidade (quando,por ex.,a empresa foi criada por um desempregado como forma de auto-emprego) e o empreendedorismo por oportunidade (quando um quadro superior,de uma empresa ou da função pública, cria uma empresa como consequência do reconhecimento de uma oportunidade).Mesmo sem números e sem estudos,"desconfio" que em Cabo Verde o empreendedorismo por necessidade é elevado (temos por ex. o caso dos "viradores",no Brasil, e de "rabidância" em Cabo Verde) e o empreendedorismo por oportunidade,este sim, muito mais baixo. Portanto,não podemos dizer com segurança se o empreendedorismo no global é alto ou baixo.Eventualmente,temos alto taxa de empreendedorismo por necessidade e uma taxa baixa de empreendedorismo por oportunidade.Quando ouvimos a habitual resposta "o empreendedorismo em Cabo Verde é baixo" é porque a pessoa está,geralmente,a pensar no empreendedorismo de base tecnológica (ao que parece,para algumas pessoas,a "essência" para um novo modelos de desenvolvimento económico).

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Política sem ideologia-por João Cardoso Rosas

"(...) Mas por que razão são os nossos principais partidos tão avessos a uma definição ideológica mínima, pelo menos idêntica àquela que têm os partidos congéneres na Europa? Talvez a explicação resida no facto de os partidos portugueses não serem muito diferentes dos portugueses.Uma das consequências da nossa política sem ideologia é que ela impede os grandes partidos de discutirem seja o que for de relevante: que tipo de sociedade queremos para o pós--crise; como pretendemos que seja a relação entre o Estado e a sociedade civil; que Estado social desejamos; como nos posicionamos quanto à imigração ou à discriminação de minorias; qual a nossa visão dos dilemas bioéticos, etc. Em vez disso, as questões centrais da política portuguesa são do tipo: a realização ou não de obras públicas, a intervenção nos bancos fraudulentos, os apoios às PME, e outras coisas do género. O problema é que mesmo estas questões, que têm uma elevada componente técnica, são também políticas e só podem ser devidamente esclarecidas se formos capazes de responder às questões anteriores, respeitantes ao tipo de sociedade em que queremos viver.Apesar desta evidência, muitos dos nossos comentadores e agentes políticos - incluindo o mais alto magistrado da nação - pregam a irrelevância do pluralismo ideológico, ou consideram-no uma "distracção" face aos problemas do país. Não vêem que a ocultação, ou mesmo a neutralização, do posicionamento ideológico dos principais partidos acaba por bloquear uma discussão séria desses mesmos problemas e por esvaziar de sentido o processo político democrático. E são os mesmos que vêm depois verberar a abstenção dos eleitores e verter lágrimas pelo decréscimo da qualidade da nossa democracia".

Uruguai aprova adopção por casais homossexuais

Brincando a Analista Politico

Se eu fosse como o João Dono,se tivesse às suas capacidades de previsão política;ou melhor,se o João Dono estivesse hoje no PAICV,como já esteve,ele teria avançado com a seguinte hipótese sobre a actual situação interna do MPD: "a estratégia do MPD é avançar com Carlos Veiga,um candidato forte nas eleições,para ganhar e manter-se como 1º ministro até as presidênciais,cujo candidato seria de novo o próprio Carlos Veiga deixando como 1º ministro o Jorge Santos- daí a ilusão do consenso para a lista única do próximo congresso do partido.É esse o `pagamento´ que fez o Jorge Santos desistir tão fácilmente de continuar como líder do MPD".
Como não sou advinho,não tenho ambição de ser político e nem tenho a experiência em "jogadas de bastidores",prefiro esperar sentado para ver o resultado.Desconfio que hei-de-me divertir muito.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Entregar ouro ao bandido

O problema da concessão do terreno da Prainha ao presidente da Bolsa de Valores é,a meu ver,muito mais que uma questão jurídica de saber se o governo podia ou não autorizar a concessão daquele terreno. O governo pode ou não ter a verdade jurídica do seu lado; isto, deve ser os juristas especialistas em direito administrativo e/ou constitucional a dar o seu parecer (é verdade que, se quisermos, à semelhança do que acontece com analistas políticos e fazedores de opinião, podemos encontrar especialistas para validar cada uma das posições antagónicas nesta questão).O governo defende que tomou a decisão que tomou porque estamos perante um projecto de grande utilidade turística mas, na minha ignorância, estava convencido que este tipo de projecto tinha de ter a aprovação da Direcção Geral do Desenvolvimento Turístico e/ou do Cabo Verde Investimento.Algumas pessoas defendem que, independentemente da boa intenção do governo, o resultado final só foi uma: “uma ajudinha a um amigo”. Mas aqui coloca-se a questão de sabermos se chegaríamos à mesma conclusão se o principal beneficiado, no lugar do Veríssimo, fosse alguém ligado ao MPD…enfim, uma coisa é certa: a aparência dos procedimentos é tão importante quanto à respectiva legalidade. E foi isto que o governo não cuidou.Estando num período que a oposição anda a procura e o Liberal quer "fabricar" a todo o custo escândalos" de corrupção,o governo,neste caso,entregou o "ouro ao bandido".

sábado, 22 de agosto de 2009

Duplicidade de Critérios

Uma coisa curiosa,ou nem tanto,que todos nós fazemos,eu inclusive,e todos os partidos o fazem,consoante estão na oposição ou no poder,é a duplicidade dos critérios na avaliação da gestão de empresas:
  1. perante uma empresa estatal mal gerida,a culpa é do Estado (o accionista) e não dos gestores
  2. os "louros" de uma empresa estatal bem gerida é dos gestores e não do Estado

A pressa em criticar deturpa a mente

A propósito do estudo Universidade: verdades e percepções na hora da escolha” elaborado pela Centro de Pesquisas e Estudos Avançados da Universidade de Santiago (CEPEA – US) e que foi objecto de reportagem do Jornal «A Nação»,diz o João Dono que uma das conclusões do estudo é que as "Dificuldades no financiamento de estudos obrigam a prostituição e criminalidade".A pressa em criticar o Governo por tudo o que mexe e pelo o que não mexe pode pregar algumas partidas a nossa capacidade de racíocinio.É que nem é preciso ler o estudo em causa,basta ler a reportagem do jornal para vermos que a peça da mesma reportagem intitulada "Nas malhas do narcotráfico" é uma peça da responsabilidade do jornal e não uma das conclusões do estudo em causa.Nem podia ser e,pelo que conheço de alguns dos autores desse estudo,até eles devem ter ficado "espantados" com a associação que se fez entre aquele problema social e o estudo.Deve ser por defeito de formação,uma vez que não podemos exigir a um jurista que tenha conhecimentos em metodologias e técnicas de investigação das várias ciências sociais,mas acho que é lógico depreender do título do estudo que a população inquirida no estudo foi estudantes pré-universitários e,como tal,não estudantes universitários que "tiveram de se prostituir e enveredar pelos caminhos do tráfico de droga para financiar os estudos".Logo,a essa conclusão o estudo não poderia chegar.Não é que esteja a negar a existência desse problema social em Cabo Verde;esse problema é uma realidade no país assim como em Portugal,no Brasil,em Espanha,na Inglaterra,nos EUA,enfim,um pouco por todo o mundo.Em muitos desses países esse problema deve-se ao facto das propinas universitárias serem realmente muito elevada.Se,como diz a reportagem,a Universidade de Cabo Verde pratica a propina mais barata (cerca de 9 contos comparativamente a das universidades privadas,cuja propina mais baixa ronda os 14 contos) o problema não é exclusivamente das propinas altas mas sim da pobreza do país.Mais uma vez: o João Dono não leu como deveria ter lido porque uma das conclusões a que chegou não fazia parte do estudo.Ou seja,associou erradamente uma peça do jornalista ao estudo em causa.Desse mesmo estudo o que,a meu ver,reclama a intervenção do Estado ou,eventualmente,a intensificação das políticas é na questão do "estado ser visto como principal empregador".Quanto ao facto das famílias constituirem como principal financiador das propinas,não vejo mal nenhum nisso.Bem sei que os media possuem uma grande influência no processo da construção social da realidade.Mas apenas os menos avisados é que não conseguem escapar a essa lógica ou apenas os "bem intencionados" é que fazem uma leitura acrítica de noticias escolhidos à dedo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bússola Eleitoral

Queres saber de qual partido político estás mais próximo e mais afastado?Estou mais próximo do PS e mais afastado do PNR...podem fazer o vosso teste aqui,na bússola eleitoral.
Não aparece nenhum informático em Cabo Verde para criar uma página igual mas com partidos e políticos caboverdianos?

Coisas do Jogo Política

Independentemente da veracidade dos factos,tenho para mim que vários dos supostos casos de corrupção,tráfico de influência,"cunhas" e "apadrinhagem" envolvendo o Estado que tem vindo ao público deve-se ao facto do governo querer e ter como prioridade o combate ao desemprego (seria educativo para os leitores se alguns jornais e blogues fizessem a diferenciação entre corrupção e o tráfico de influência,mas entendo a intenção política).É a ânsia em fazer diminuir o desemprego em mais uns pontinhos ou décimas percentuais que explica a pressa em aprovar vários projectos,mesmo à custa do ambiente e de regras e procedimentos legais.Já se apercebeu quais vão ser as armas que o MPD vai utilizar para o combate político até as legislativas: a corrupção (e por isso há que se fabricar e dar a conhecer casos) e o desemprego (basta dizer que ela é alta sem se preocupar em informar quais são as suas ideias para a fazer baixar).E da parte do PAICV,para além da boa governação,o resgate do prestígio internacional,o equilibrio das contas públicas e as políticas sociais.Não sou analista político,nem tenho as capacidades do João Dono,para dizer qual é a melhor estratégia ou qual delas vai garantir as eleições.Muito menos para "advinhar" quem vai ganhar e ser o próximo governo.O que me parece óbvio é que as próximas eleições não vão ser nada "limpas",de um lado e do outro.

Filosofando

Hoje em dia é do senso comum dizer que "não deve ser o Estado a criar emprego mas sim as empresas";contudo,é curioso que aceitamos essa posição como se fosse inquestionável.Ou seja,deveríamos questionar: essa posição é técnica ou ideológica?Se é técnica,porqué o Estado não deve criar empregos em pé de igualdade com o sector privado?A questão do défice orçamental é suficiente para fundamentar àquela posição?E num país como Cabo Verde,o Estado deverá ou não ter um papel activo no emprego?A resposta,independentemente de ser positiva ou negativa,será uma posição fundamentada na ideologia ou na técnica?

"Gringo na Laje:Produção,Circulação e Consumo da Favela Turística"

Encomendei hoje via internet o livro "Gringo na Laje",acabadinho de ser editada pela Editora FGV (Fundação Getúlio Vargas),que é fruto de uma investigação sociológica sobre as favelas e a pobreza desses espaços como fonte de atracção turística (o objecto do estudo foi a favela da Rocinha,onde o turismo como fonte de rendimento dos moradores é uma realidade com cerca de 10 anos).Como diz a reportagem do Público online,onde tive conhecimento do livro,"a pobreza já se transformou numa atracção turística, em que as agências vendem o “exótico” para atrair os que procuram “experiências inusitadas” nas favelas (bairros de lata), afirmou a socióloga Bianca Freire-Medeiros".Conforme nos diz a socióloga Bianca Freire-Medeiros,que é,a propósito,uma especialista em sociologia do turismo (o que,para o meu amigo Redy,não faria dela uma pessoa capacitada para fazer um bom lugar como,por exemplo,directora-geral do turismo do estado dela por ser formada em sociologia e não em turismo),“a curiosidade não é nova, mas eu tento entender o que muda. O turismo na favela tem razão de ser, porque é diferente, uma experiência em primeira mão com uma dimensão de aventura. Há uma questão mercadológica de compra e venda com investimento em marketing”,sendo que o risco (assaltos,violência e tiroteios) faz parte da atracção turística.

Senado colombiano aprova referendo para que Uribe possa candidatar-se a terceiro mandato

"O Senado colombiano aprovou por maioria um projecto-lei para que se realize um referendo a perguntar ao eleitorado se deseja modificar a Constituição e permitir assim que o Presidente Álvaro Uribe Vélez, de 57 anos, se candidate em 2010 a um terceiro mandato.Esta iniciativa legislativa deve passar agora para o Congresso, de modo a que os representantes digam se também concordam com um referendo sobre a possível revisão constitucional. E o ministro do Interior e da Justiça, Fabio Valencia, adiantou esperar que, na próxima terça-feira, se efectue aí uma votação no mesmo sentido da do Senado.(...).Se os representantes se juntarem aos senadores, será depois o Tribunal Constitucional quem deverá estudar a legalidade de um referendo".

Em 1º lugar o Senado e,se for aprovado por todos orgãos institucionais,o projecto-lei passará,por essa ordem,pelo Congresso,Tribunal Constitucional e,por fim,será efectuado o referendo.Tudo conforme manda os bons "costumes" democráticos.Como disse o Edson Medina,tudo para "Entregar o poder ao povo para decidir sobre alterações à sua constituição é perfeitamente legítimo, principalmente porque o momento actual da política latino-americana evoluiu em relaçao aos anos 80, da redemocratização, em que a reeleição não era uma realidade política. Poder-se-à pôr em causa os mecanismos utilizados para legitimar a revisão, mas ela é legítima e adequa-se aos dias de hoje".Comparativamente,Zelaya só podia ter 1 mandato e queria a possibilidade de poder usufruir de 2 mandatos;Uribe tem 2 e quer um 3º mandato.Alguém vai dizer que este amigos dos americanos é mais um ditador?Alguém vai reclamar que é mais uma tentativa de golpe de estado?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ecologia da População Organizacional

Na teoria organizacional existe uma perspectiva muito desenvolvida pela sociologia denominada ecologia da população organizacional que se inspira fortemente em analogias com a biologia,sendo as organizações encaradas como espécies de populações que habitam diferentes ecologias ou ambientes.As organizações podem prosperar ou decair,sob condições ambientais particulares,à semelhança das espécies de flora ou fauna.Na ecologia natural,quando as ofertas de alimentos de uma dada microecologia são ultrapassadas pelas procuras das várias criaturas em competição por esses mesmos alimentos,regista-se um processo de selecção natural das formas de vida envolvidas na luta pela sobrivivência num dado nicho.Enquanto uns sucumbirão,outras acabarão por migrar para outros contextos,tentando a sobrivivência numa ecologia menos familiar.Os teóricos dos estudos organizacionais defendem que as organizações,à semelhança das espécies naturais,passam por diferentes etapas de desenvolvimento.Por exemplo,pode analisar-se a frequência com que as novas organizações surgem ou desaparecem numa dada população - o advento dessas novas organizações tenderá a acelerar-se a partir da primeira edificação,desde que exista espaço no nicho.Todavia,esta aceleração não pode ser ilimitada: os nichos acabarão por ficar saturados ou repletos,e nem todos os participantes que pretendiam estabelecer-se conseguirão sobriviver.Nesta altura,ocorre um "esvaziamento",o que leva a um decréscimo no índice de fundação de novas organizações,permitindo estabilizar a população.Os indices de desistência ou de "mortalidade" organizacional crescem com o aumento de número de organizações de uma população,acabando por permancer apenas as que melhor se adequam às condições de sobrevivência do nicho.
O que poderá nos dizer os dados do mais recente recenceamento empresarial elaborado pelo INE à luz da ecologia organizacional?Certamente que os teóricos da ecologia organizacional nos diriam que,se deixarmos de lado a simpatia partidária,nem sempre a quantidade de empresas criadas e a quantidade de empresas fechadas (e as consequentes variações na taxa de emprego e de desemprego) dependem unicamente da acção governativa e respectivas políticas mas sim da saturação do espaço-nicho organizacional...

A Nova Teoria da Conspiração:Obama não é americano!

"Obama não é americano, por isso não pode ser Presidente. Quando é que sabemos que estamos diante de uma teoria de conspiração? Quando tudo já foi desacreditado mas há quem continue a acreditar. Cenas dos últimos capítulos.
Deve ser duro ser um comediante americano por estes dias. A realidade (se deu na CNN, deve ser realidade) é simplesmente inultrapassável.Barack Obama não pode ser Presidente dos Estados Unidos. Ele não nasceu no Havai, um estado americano, e o certificado de nascimento divulgado publicamente pela sua campanha eleitoral não passa de uma fraude. Obama nasceu no estrangeiro - no Quénia, país natal do pai - e foi depois levado clandestinamente para os Estados Unidos para obter a naturalidade americana. Mesmo que tivesse nascido no Havai, isso não mudaria as coisas: o pai não era americano mas um nativo de uma colónia britânica, logo Obama não pode ser considerado um americano nato, puro e duro, inquestionável. Um "natural-born citizen", como manda a Constituição americana.Não é um sketch nem uma piada de um programa de humor em formato de noticiário da televisão americana. São as alegações, tão sérias quanto possível, de um movimento de pessoas cunhadas de birthers que nas últimas semanas saltaram do subterrâneo da blogosfera para o noticiário mainstream americano. Oh, claro que ninguém acredita nisto, como ninguém acredita em bruxas, mas elas existem - e 24 por cento dos americanos, segundo as últimas sondagens, acham que elas existem".(Público online)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Equívocos sobre ideologias da Esquerda e da Direita

Ainda bem que é o próprio Milton a dizer que ele mesmo pode estar equivocado.Pelo menos,numa ideia ele está mesmo errado: "A esquerda pode ser liberal na sua visão dos direitos sociais, dos trabalhadores e desfavorecidos".Se há coisa onde a esquerda não é liberal é nas questões da defesa dos trabalhadores (não vou falar aqui sobre a ligação entre ideologia e a defesa dos desfavorecidos porque este é uma área que tem muito por se dizer).Contudo,é precisamente na área do trabalho que a esquerda se mostra conservadora (vide Bloco de Esquerda por exemplo).Se nos basearmos no princípio filosófico da esquerda e da direita e na base filosófica do conservadorismo e do liberalismo,compreenderíamos facilmente porquê a esquerda é conservador no que diz respeito a defesa dos trabalhadores.Ao fim e ao cabo,estou quase a crer que afinal o Redy tinha razão.

Excesso de Doutores?


"ter uma licenciatura continua a ser importante para entrar no mercado de trabalho e, não menos importante, é uma garantia de que se terá um emprego com mais estabilidade, melhor remuneração e com maiores possibilidades de progressão na carreira do que um não licenciado. Ao que acresce que um licenciado, quando fica desempregado, tende a ficar menos tempo sem trabalho do que um não licenciado.Nada disto impede que,para quem investiu numa licenciatura, o desemprego ou um emprego desajustado às suas qualificações gere um sério problema de gestão de expectativas. Ainda assim, por muito que isso frustre as expectativas dos próprios, colectivamente temos a ganhar se mesmo profissões que tradicionalmente não requerem licenciaturas forem desempenhadas por licenciados. É uma situação difícil de gerir para quem a vive, mas, por exemplo, um taxista licenciado em direito desempenhará melhor a sua profissão do que um taxista com problemas de literacia ou incapacidade de falar línguas estrangeiras e ter uma licenciatura ajudará, certamente, a que tenha expectativas realistas de mobilidade profissional. O problema não é haver muitos juristas, é continuarmos a pensar que todos os juristas vão ser advogados ou juízes".

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Obama,The Joker

Apoiantes de Obama dizem que essa imagem é uma provocação ou mesmo que é um acto de racismo enquanto os opositores espalham a imagem na internet e vendem t-shirts e canecas com essa mesma imagem...

Clinton As sete vidas do ex-presidente mais popular do mundo

«George Washington foi fazendeiro depois de abandonar a política, Ronald Reagan e mais 13 ex-presidentes norte-americanos tornaram-se escritores e Thomas Jefferson foi isso tudo e ainda reitor da Universidade de Virginia. Outros, oito até à data, morreram no exercício das suas funções, mas a maioria teve uma segunda vida longe dos holofotes, passada num escritório de advogados, num rancho ou a caçar animais em África, como Theodore Roosevelt.Não é o caso de William Jefferson Clinton, chefe da Casa Branca entre 1993 e 2001. Desde que trocou Washington por Nova Iorque, já foi enviado especial da ONU, activista ambiental, conferencista, angariador de fundos a favor das vítimas da sida, tsunamis e furacões, assistente durante as primárias democratas e agora negociador ao serviço do homem que derrotou a sua mulher, Hillary Clinton.Ontem aterrou em Los Angeles com uma vitória valiosa: a liberdade de duas jornalistas condenadas pela Coreia do Norte a 12 anos de prisão e trabalhos forçados por entrarem ilegalmente no país, em Março. Os passageiros do avião privado foram recebidos por um enxame de jornalistas e familiares emocionados. "Pensámos que estavam a enviar-nos para um campo de trabalho, mas de repente fomos levadas para uma sala de reuniões e quando a porta se abriu vimos ali... o presidente Clinton. Ficámos comovidas e soubemos que o pesadelo das nossas vidas tinha chegado ao fim", contou ao chegar a repórter Laura Ling, de 32 anos.»

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Hillary Clinton em CV

Será que o Jorge Santos,presidente do MPD,vai reclamar o seu "direito" de fazer parte do protocolo durante a visita da senhora a CV?Se não for convidado para nenhum encontro,será que ele vai-se queixar à embaixada dos EUA?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Políticas da Extrema-Direita em Cabo Verde?

"Em Cabo Verde, apesar dos dois partidos que se vêm alternando no governo se identificarem como sendo de centro direita (MPD) e centro esquerda (PAICV), ambos têm desenvolvido políticas que se aproximam das linhas com que se cosem os partidos de extrema-direita".
Estando fora do país a muito tempo,o máximo que já ouvi é que tanto o MPD como o PAICV,variando em graus,implementaram políticas liberais (ou neoliberais).Que os dois partidos desenvolveram politicas da extrema-direita,isto é uma grande novidade para mim!Desconfio que o Baluka quis dizer que os dois partidos desenvolveram politicas liberais e,erradamente,associou o liberalismo (ou o neo-liberalismo) com a extrema-direita.Pelo contrário,a extrema-direita identifica-se por ser ultra-conservador,anti-imigração,anti-liberalismo e pelo nacionalismo exacerbado.É uma corrente político-ideológica que,felizmente,não fez lugar ainda em Cabo Verde.A não ser que os anos fora do país esteja a pregar-me partidas,importam-se de me indicar uma ideia ou política da extrema-direita implementada ou defendida por um dos dois partidos?

BlogJoint:Estado da Nação


O desenvolvimento económico não tem um sentido único;isto é,um país pode avançar e recuar no seu processo de desenvolvimento.Aqui vemos que os deputados não tem feito o trabalho de casa:desde a independência,passando pela abertura política e económica,quais foram os anos em que o país desenvolveu?Quem foi os principais beneficiários desse desenvolvimento?Quais foram os anos em que o país recuou no seu desenvolvimento?São sempre os mesmos a "sofrer" as consequências desses momentos menos bom?Quais são os sectores da nossa vida económica e social que têm desenvolvido mais e quais têm densenvolvido menos carecendo,por isso,de mais "atenção"?Quais são as políticas mais adequadas para incrementar o desenvolvimento económico e quais as mais adequadas quando o desenvolvimento recua?É preciso salientar que estou a falar do desenvolvimento económico e não do crescimento económico.
São questões com respostas óbvias?Talvez!Mas era uma discussão sobre essas questões que eu gostaria de ouvir no debate sobre o Estado da Nação.Entra ano sai ano,os debates sobre o Estado da Nação resumem-se a 2 posições: de um lado temos o grupo dos "crentes" e do outro lado o grupo dos "ateus" (onde também podemos encontrar alguns "agnósticos")...no fundo,cada um dos lados cumprem o seu dever.Cabe a cada cidadão "comprar" a versão que melhor se adequa à avaliação que faz do Estado da Nação.Certamente que,se quisermos ser rigoroso,o retrato da nação estara algures entre as duas versões.Pessoalmente,acho mais interessante analisar em perspectiva o desenvolvimento do país (como era antes e como é hoje).Fazendo isso,acho que já era altura de alterarmos as prioridades das politicas públicas: priorizar a "qualidade"em detrimento da "massificação" do impacto das políticas públicas.Ou seja,em vez de apostarmos na abrangência devemos agora apostar na intensificação da políticas públicas.Quanto ao debate em si,não sei correcto ou não,fico sempre com uma leve sensação de estar a assistir a um dos filmes dos Monty Python (que,para mim,tem mais qualidade).

domingo, 2 de agosto de 2009

Criar um Clima Favorável ao Empreendedorismo

«O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, tinha razão quando no debate com Carlos Veiga promovido pelo Jornal A Semana, no passado ano, afirmou que se fosse feito um inquérito na camada jovem sobre o local onde pensa exercer, que a cerca de 90% responderia na função pública em vez de abrir a própria empresa. Pois, nesta investigação pudemos constatar de facto esta tendência. A grande maioria dos inquiridos pretende ingressar na função pública depois da formação superior, seguido daqueles que preferem trabalhar numa empresa privada. Há uma demarcação clara dos nossos futuros empreendedores. São na maioria os provenientes da via técnica» (in Ku Frontalidade).
Sendo uma evidência,importa questionar: porque isto é assim em Cabo Verde?O que se tem feito - ou,o que se pode fazer-,através das políticas públicas,para alterar esse cenário?
O primeiro passo para fomentar o empreendedorismo,e incrementar a criação de novas empresas,consiste em criar um clima geral,na sociedade,favorável ao fenómeno.A sociedade valoriza o empreendedor?Distingue-o pela sua importância para o desenvolvimento,criação de emprego e criação de riqueza,ou penaliza aqueles que enveredam por esta via com uma imagem de «explorador da classe operária»,típica do século XIX?Somos uma sociedade que aclama e «heroifica» os empreendedores ou será que só falamos nas empresas quando estas despedem pessoas,quando registam salários em atraso ou quando encerram?
A forma como a sociedade valoriza o papel do empreendedor também se expressa pela falta de divulgação da ideia de criar a própria empresa.Fala-se assunto nas escolas do ensino primário,secundário e universitário?A acção juntos dos mais novos é fundamental para alterar,a longo prazo,a imagem negativa que é associada ao empresário na nossa sociedade.É preciso tambem acabar com a forte penalização social do insucesso no país que faz com que «crucifiquemos» os fracassos empresariais e fazer com que essas experiências que corram mal sejam vistas como particularmente enriquecedoras para os empreendedores,que não sejam ostracizados por causa de uma iniciativa fracassada.Não só não valorizamos a experiência adquirida como tratamos de imediatamente criar uma «etiqueta» que vai tornar muito dificil qualquer nova iniciativa daquelas pessoas,sendo que o sistema financeiro tem nessa «crucificação» um papel central.
Inversamente,também não valorizamos os sucessos empresariais.Os casos de sucesso raramente são motivo de notícia nos meios de comunicação social.Até os próprios empreendedores revelam geralmente pouca vontade de dar a conhecer o seu sucesso,dando a ideia de terem medo da inveja que isso poderá criar.
Criar um climá favorável e promover o empreendedorismo passa por perceber as implicações que o fenómeno tem em diversas áreas da sociedade e procurar que todas elas contribuam nesse sentido.Para que o empreendedorismo se desenvolva torna-se fundamental que a academia introduza o tema nos programas da educação dos diversos níveis de ensino,que o sistema financeiro disponibilize instrumentos adequados para financiar a criação de novas empresas (capital de risco,business angels,bancos,fontes informais,etc.).Para que o meio ambiente seja propício ao desenvolvimento do empreendedorismo em Cabo Verde é necessário promover o apoio dos líderes políticos,sociais e empresariais ao espírito empreendedor,reequilibrar os riscos,realização de campanhas a favor dos espírito empresarial,alterar leis e instituições,lançar programas para mudar as atitudes vigentes na sociedade.No fundo,fomentar uma cultura de empreendedorismo na sociedade.

sábado, 1 de agosto de 2009

Novo Horário da Função Pública

O horário de funcionamento da função pública é uma varável importantíssima para a qualidade dos serviços públicos e,por isso,em boa hora chega essa experiência de manter "aberta" a função das 8 horas às 17 horas uma vez que muita gente só tem disponibilidade de se deslocar a um organismo público para tratar de um assunto qualquer precisamente na horário de almoço (entre as 12 e às 14 h).Esse novo horário é muito mais "útil" do que o tradicional horário único do mês de Agosto (das 8 h às 15 h).Falta agora avançar com medidas que toquem directamente nas outras variáveis da qualidade de serviço na função pública,tais como o absentismo e atraso,a produtividade e o atendimento,entre outros.