segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Os TACV e a perspectiva da Governança Empresarial

Não acho que o governo possa ser considerado o culpado da situação difícil dos TACV.Muito menos o único culpado.A falha deste governo,como de todos os outros anteriores governos,em relação aos TACV,e a outras empresas públicas,são principalmente falhas relativas ao corporate governance (governação empresarial).A governabilidade empresarial,enquanto tema relacionado com as funções,missão e controlo dos gestores (partilha do poder),em sentido lato,é o conjunto de mecanismos e práticas institucionais da empresa que permitem legitimar as funções de autoridade exercida directamente pelos gestores.Estes mecanismos de governabilidade empresarial compreendem os orgãos de representação (ex:assembleia-geral de accionistas),os órgãos executivos (ex:Conselho de Administração) e os órgãos de controlo (ex:Conselho Fiscal,Auditores).
Uma empresa pode ser descrita a 2 níveis:quanto à sua forma de governo (mecanismos que legitimam a função de Administração e o seu controlo,ou seja,o poder de decisão delegado aos gestores funcionais) e quanto ao seu modelo de gestão (exercicio efectivo do poder).O modo como os accionistas orientam,controlam e legitimam os gestores não é um detalhe na vida das empresas:é um dos elementos que determinam a sua eficácia e a sua estratégia.O governo,como "accionista" da empresa,não soube "lidar" com o problema do principal/agente (os gestores são agentes trabalhando para desenvolver o interesse dos principais,os accionistas,mas,devido a informação priveligiada de que dispõem,são tentados a perseguir os seus próprios interesses em termos de poder e remuneração,mesmo que seja em detrimento dos interesses dos accionistas).Um bom governo das empresas exige que os gestores prestem contas da sua gestão e dos seus objectivos.O governo também poderia ter representantes numa assembleia geralde modo a que tenha uma participação efectiva no "desenho" da estratégia da empresa (suponho que não existe esse mecanismo nos TACV).A criação de condições para uma responsabilização financeira dos gestores de modo a que estes não sejam os únicos actores a sair ganhadores em situações de recessão económico,enquanto todos os outros perdem,é uma prioridade.

ps: este é apenas um dos ângulos por onde pode ser analisado o case-study que representa os TACV.È claro que fica ainda muito por dizer sobre anos e anos de incompetência de gestão ou até práticas de gestão pouco transparente...

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