quarta-feira, 6 de julho de 2011

PAICV vs. Aristides Lima

De tanto ouvir e ler,de uma lado,o argumento de que Aristides Lima "não cumpriu as regras do jogo democrático" ou de que ele "faltou à palavra dada quando aceitou solicitar apoio na Comissão Nacional do partido" e de tanto ouvir,do outro lado,de que "Aristides Lima não foi pedir autorização à CN mas sim apoio" já era altura de alguém esclarecer: o regulamento da CN previa ou não a desistência do pré-candidato que não obtivesse o apoio do partido?Antes da votação,ficou claro que aqueles que não conseguissem o apoio deveriam desistir da sua candidatura?
Não é o resultado dessa reunião que está em causa;o que está em causa é a legitimidade do cidadão Aristides Lima candidatar-se ou não (e,já agora,também de David H. Almada).Ora,se no regulamento não é referenciado a desistência daqueles que não conseguirem apoio do partido,porquê a acusação de "falta de palavra" por parte de AL?Afinal,a palavra dada era apenas sujeitar-se à um processo de escolha do candidato a apoiar.A provar que não existia essa regra,os apoiantes do candidato apoiado pelo PAICV perdem a razão e legitimidade de acusar AL de "falta de palavra";podem acusa-lo de traição ao partido,mas não de falta de palavra.É,por isso,incompreensível essa estratégia do partido;mas valia centrar a atenção no candidato que apoia em detrimento da "marcação cerrada" ao AL (aliás,é compreensível se tivermos em conta que o que está em jogo é muito mais do que a "rebeldia" de um militante).Se,pelo contrário,era do conhecimento dos 3 pré-candidatos que quem não conseguisse o apoio tinha de desistir e,mesmo assim,AL avançou com a candidatura,a única saída que lhe restava,a ele AL, era desvincular-se do partido.Afinal,o partido não pode estar sempre e em qualquer circunstâncias acima do cidadão - precisamente, o tema principal que o candidato Aristides Lima vem explorando, a dignidade humana, no fundo, tem a ver com essa dialéctica partido/indivíduo.O que temos visto é que os partidos não deixam espaço para o livro arbítrio,e lidam mal com isso.Mas,infelizmente,isso não é novidade nenhum!

2 comentários:

Anónimo disse...

O que é anti-etico e anti democratico na minha opinião, é não respeitar as regras do jogo democratico, que o que dizem é que quem decide quem se candidata ou não se candidata são os cidadãos. Querer cercear a liberdade dos cidadãos de se candidatarem ou de exercerem um direito politico - isso sim é anti etico!

É anti etico e anti democratico também chantagear os cidadãos com cenarios apocalipticos para não votarem no seu candidato de predilecção. Uma candidatura (MIS) já fez isso, parece que não deu certo... outra candidatura - JCF ( não aprendeu a lição) e ensaia os primeiros passos neste sentido!

Não digo que as pessoas não devam ser informadas e que os candidatos não devam "desconstruir" o discurso do outro. Mas isso a meu ver, passa longe de "ou votas em mim, ou está tudo acabado"!M

Edy disse...

Tens toda a razão minha amiga...