segunda-feira, 4 de maio de 2009

Bilinguismo


provavelmenti discuson sobri lingua i sampadjudu ku badiu ta termina so ku proxima gerason...

7 comentários:

Anónimo disse...

Oh Naxu diz-me la o que é lingua sampadjudu?

Para te ajudares vou-te confidenciar um segredo: sabias que eu descobri que era sampadjudu so depois da independência, quando fui dar a minha contribuiçao para o desenvolvimento da Praia?

Sim, sim, em Soncente, nunca tinha ouvido a palavra sampadjudu. O que a gente ouvia dizer no Liceu era que fulano de tal era das ilhas, de Sintanton, de SANiculau, do Fogo, da Praia ou badiu.

Honestamente, a minha geraçao dizia badiu, como sinonimo de preto, como a gente dizia preto-mercóne, com bazofaria, quer dizer um homem forte, que nao brincava em serviço.

Foi ja na Praia e começando a analisar as subtilidades ouvidas aqui e acola e claro com o discurso nacionalista revolucionario do PAIGC é que comecei a penetrar-me da coisa vendo aqui e ali discriminaçoes, gozos, palhaçarias etc e tal.

Nao, Naxu, o que ha é lingua caboverdiana, ou crioulo se quiseres com as suas diferentes variantes ou sotaques.

Agora lingua sampadjudu, caramba que ja aprendi mais uma. Afinal sou sampadjudu como homem e falo sampadjudu como lingua. E o curioso é que nunca li um livro em sampadjudu e nao sei escrever sampadjudu. Deixa estar que assim como as cosias vao nem numa geraçao como dizes.

Tenho ouvido dizer à distância, que os regionalismos estao cada vez mais exacerbados na minha terra tao pequenina, e estou a ver que com esssas palhaçadas nao haverá grandes circos entre badius e sampadjudus.

Alias ja que estou com a coisa em maos, devo dizer ainda que quando comecei a descobrir na Praia que eu era (também) sampadjudu, o conto volta um bocadinho atras, primeiro comecei por entender que sampadjudu, era o pessoal do Fogo, mas depois fui compreendendo que era o pessoas todo das outras ilhas, logo que eu era sampadjudu! A verdade é que eu nunca me defini como sampadjudu, mas sim como crioulo ou caboverdiano. Em contrapartida, reparei que o o badiu sempre se definia como badiu e muitas vezes com grande orgulho, com vaidade, mostrando-me o peito enchido!...

Baboseiras, nao?!....

Al Binda

Nhu Naxu disse...

Al Binda,
corrigi a frase...queria dar outro sentido à frase,foi falta de atenção da minha parte...sampadjudu ku badiu,filhos de europeus e filhos de africanos,mulatos e pretos...é como disseste,baboseiras que não nos levam a lado nenhum...do resto,acredito piamente que,principalmente os politico,não estamos preparados,se calhar nem interessados,em discutir a questão da oficialização do crioulo...

Anónimo disse...

Bom, eu tenho que te dizer Naxu, que eu nao sou pela oficializaçao do crioulo, por ora, mas sim, pelo ensino do crioulo ja amanha, na escola primaria.

E pela publicaçao de livros em crioulo ja amanha.

Oficializaçao, so daqui a 20 anos, quando esses meninos estiverem ja formados e com livros em crioulo.

Para nós que sabemos ler, sabemo-lo em português e nunca tu aprendeste porra nenhuma de crioulo na escola para estares por exemplo a impingir-me a tua maneira de escrever, como eu também nao teria que te impor o meu. Bom, eu alias, nao sei escrever em crioulo e ja estou velho demais para estar a matar os meus neronios com isso.

Eu defendo o meu falar crioulo no dia a dia, o ouvir a nossa musica, ouo outra arte qualquer, como o teatro, mas em matéria de escrita e leitura, defendo o portugues. Fui educado em português e sei pensar e reflectir é em portugues.

Tenho duas linguas: crioulo e portugues. Alias, hoje em dia a viver ha varios anos em varios paises, tenho outras linguas, que sao minhas linguas de leitura. Mesmo que eu soubesse ler em crioulo, nao poderia aquilo que me interessa em crioulo, porque nao ha livros de filosofia, direito, ciencias cognitivas e politica em crioulo. Logo...

Al Binda

Anónimo disse...

Naxu, eu escrevi esta pérola algures que repito aqui para o debate:

Sr Montrond, resolveu escrever em português. Nao é a primeira vez. Sempre que ele tem uma mensagem a passar e que ele quer ter a certeza de que vai ser lida ele escreve em português.

Porquê? Porque o Sr Montrond sabe que é uma pequena minoria que pretende saber ler em crioulo.

EU ESCREVI em tempos aqui neste jornal, algo que tem a ver com os nossos neurónios, a nossa arquitectura mental, os circuitos neurais e as línguas. Quer dizer sobre as capacidades cognitivas e a aprendizagem de linguas, o bilinguismo, o falar uma lingua, o escrever uma lingua, e a leitura de uma lingua.

Andamos aqui a brincar com coisas sérias. A questao aqui, nao é uma birra contra o badiu. Apesar de compreender a esmagadora maioria dos caboverdianos que é contra a oficializaçao do crioulo porque pensa ir ser obrigada a falar, escrever e ler o badiu. Alias é de perguntar: porquê esta sanha de Manuel Veiga e os seus apoiantes na imposiçao do badiu?

Como é evidente, o badiu, por ser a maioria da populaçao, mesmo que nao haja uma sua imposiçao politica, com a oficializaçao do crioulo, um dia será a vertente imposta às outras Ilhas. O Manuel VEIGA quando fala, fala é o seu badiu, que ele estudou inclusivé cientificamente; logo, como é evidente, e normal, ele vai fazer tudo por tudo para impor o seu crioulo que é o badiu. Ele nao fala o meu crioulo de Soncente, logo, ele nunca, até porque nao o sabe, ele nao vai dedicar-se à imposiçao do crioulo de Soncente.

Mas eu dizia mais acima, isto nao é apenas uma birra. E’ que a esmagadora maioria dos caboverianos em idade de ler, nao sabe ler crioulo. Temos que aprender. Mas porque ha uma revolta contra a imposiçao, ha um choque a nivel dos nossos neuronios que nos bloqueará na aprendizagem do nosso crioulo oficializado. Na mente do caboverdiano, crioulo é para falar, fazer amor, ouvir musica, mas nao para ler e escrever. Ou quando para escrever, é ao nivel de letra de musica.

Como lingua de escola e de saber, o crioulo tem de ser ensinado aos nossos filhos que estao a nascer na escola primaria, sem imposiçao, à livre escolha. Hao-de ver que as escolas estarao às moscas.

E’ altura de deixarmos de brincar e passarmos a ouvir especialistas de neurologia, de ciências cognitivas e nao ideólogos com algumas noçoes de linguística que nos querem lobotizar o cérebro, sem conhecer o seu funcionamento.

Aposto que a maioria dos defensores do crioulo, nao percebe nada de sinapses, células neurais, neurónios, ciências grafológicas, distúrbios grafo-mentais, displalias, disléxicos, desortográficos, enfim, todo um rol de conceitos que têm a ver com a nossa problematica do crioulo, do português e do biliguismo, ou mesmo multilinguismo.

A brincar, a brincar, esses ditadores do crioulo nao sabem que estao a criar um grande monstro, uma autêntica catástrofe mental com essa merda da imposiçao do badiu. O que temos de impor em Cabo Verde, é a liberdade de escolha, é a aprendizagem livre de linguas. Aposto, que a esmagadora maioria escolheria, português, inglês, francês, espanhol, para estarem em sintonia com o mundo global, mas quase nunca o crioulo. O crioulo é-nos intrínseco, faz parte do nosso ser e do nosso corpo, logo, a sua aprendizagem é automatica e nunca passará pela escola. Escola a sério, claro!

A prova é o Montrond ter sentido a necessidade de escrever em português para ser entendido. Eu nunca leio os textos em crioulo desse senhor. Leio apenas uma linha para tentar perceber a sua mensagem e depois desisto; nao é ma vontade, é porque nao sei ler em crioulo, ainda por cima um crioulo que nao é a minha variante.

E repito: nao é ma vontade, porque eu sou um leitor excepcional. Um leitor excepcional, para aqueles que nao sabem, é aquele que lê em varias linguas e lê quase o dia todo. Ha apenas 0,0005 por cento de leitores excepcionais no mundo.

Ps: Carlos Veiga só ganhará as eleiçoes se ele tiver ja de entrada uma posiçao clara sobre o crioulo; Ele tem de prometer ao povo que anulará todos os decretos impostos sobre a oficializaçao do crioulo e deixar livre escolha a cada familia crioula nessa matéria.

PS2: o Baltazar-Malato escreveu também ha tempos sobre essa matéria do crioulo no retrato do professor Macedo na Semana e no amidjabraba.com!

Anónimo disse...

O anterior post é meu, claro, Naxu!

Sou inconfundivel! Acho que vou passar a nao assinar, porque os meus leitores ja me conhecem pela minha escrita!

Mesmo assim assino!

Al Binda

Nhu Naxu disse...

Al Binda,
a parte dos teus textos onde dizes que "Oficializaçao, so daqui a 20 anos, quando esses meninos estiverem ja formados e com livros em crioulo" e que "Como lingua de escola e de saber, o crioulo tem de ser ensinado aos nossos filhos que estao a nascer na escola primaria, sem imposiçao, à livre escolha" adapta-se na perfeição com a imagem do meu post...aliás,no post era para deixar só a imagem,pq ela diz tudo para quem tem alguma noção de semiótica...quanto a "imposição do badiu",digo-te que não é só os criolos do barlavento que se tem sentido "violado";uma boa parte dos "badius de praia" partilham desse sentimento (por ex.,eu como um praiense de gema,nunca hei de habituar-me a falar e a escrever Kauberdi em vez de KabuVerdi,mesmo que for com K,ou mesmo KabuBerdi...ainda não me explicaram porque retiraram o B)..à dias o meu colega do blogue,o Edy,estava a dizer-me que ele tem uma ex-colega do liceu que está a fazer um doutoramento nos EUA em neurologia cujo objectivo será estudar a o bilinguismo em Cabo Verde com base na neurologia;vai no seguimento daquilo que disseste sobre o assunto...abraço

Anónimo disse...

eu sei, eu sei, naxu!
sou de soncente e como tu sabes somos todos bazofos!

so que eu posso como a minha bazofaria!

al binda