quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ProvoKason!

Vários blogues deram imenso destaque ao texto "E se Obama fosse Africano?" do Mia Couto,inclusive o nosso Café Margoso.No entanto,quando uma outra africana,também ilustre,escreve um outro texto,claramente contrariando o Mia Couto,dizendo que existem "vários Obamas" em África e salientando a necessidade de olhar para África sem preconceito,o destaque foi completamente diferente.Principalmente daqueles que antes enalteceram o texto do Mia Couto.Do nosso lado tenho de parabenizar o "Os Momentos" e a "Igualdade na Diferença".Sempre gostaria de saber o pensamento dos que antes congratularam o texto do Mia Couto...

5 comentários:

Unknown disse...

Atenção: esse texto já está em maioria, porque o texto do Mia Couto só foi publicado no Margoso, no que a blogosfera crioula diz respeito. Que eu saiba. Eu li esse outro texto - referenciado nos dois blogues que referiste - e continuo a pensar o que pensei antes: que o texto do Mia Couto é excelente e que o autor não tem nenhuma perspectiva preconceituosa do seu continente. Aliás, nada do que Inocência Mata escreve vai contra o que Mia Couto escreveu.

Mia Couto falou dos regimes perpétuos, dando exemplos concretos.
Mia Couto falou dos casos escandalosos como o Zimbabwe ou os Camarões, onde as oposições não tem vez nem voz.
Dá outros exemplos referindo casos concretos. Não falou à toa. Se há coisa que é ridícula insinuar é que Mia Couto não conheça a realidade do seu continente ou que seja preconceituoso,

Há bons exemplos em África, certamente.

Mas o que Mia Couto procurou fazer, no meu entender, foi apanhar a boleia da euforia com Obama para denunciar os muitos desmandos que grassam o Continente Africano.

E fez muito bem.

Abraço fraterno

pura eu disse...

Outros membros da blogosfera crioula tiveram acesso ao texto de Mia Couto, e não o festejaram, eventualmente, por não terem se identificado com ele. No nosso caso, foi o que aconteceu. Discordamos do absolutismo expresso no texto. Vimos naquilo que Inocência da Mata escreveu uma reacção frontal ao texto de Mia Couto, na medida em que apresenta os nossos vários Obamas,(sempre os houve) e, sobretudo, desmistifica a ideia do poder reduzido à esfera política, (o que no caso africano sempre produziu outros "regimes perpétuos", políticos, ou não).

Cumprimentos

Nhu Naxu disse...

João,acho que não leste com "olhos de compreender" o texto da professora Inocência Mata...

Principalmente na parte que a Margarida menciona no comentário dela...

O texto de um diz que,em África,não existe possibilidade de surgir um Obama e o outro diz que,pelo contrário,em África já existe muitos Obama..antes do próprio Obama aparecer!
Duas ideias antagónicas...

Abraço

Eurídice Monteiro disse...

Ninguém questiona a qualidade e as verdades do texto do Mia Couto, mas também sabemos como o seu texto serve-lhe bem. Ninguém questiona as capacidades ou os conhecimentos do Mia Couto, mas sabemos o que vale ver as coisas com um olho e fechar o outro. O texto do Mia Couto aponta o dedo na ferida. E nisso é meritório. Há coisas que acontecem em África que deixam muito a desejar... Sim, o Zimbabué. Mas então só agora é que a cambada de “…” se apercebeu que o Mugabé não serve para o povo zimbabueano? Porque será que querem a cabeça do ditador? Claro, Mugabé está a “bulir” nos interesses de muita “boa gente”. Não quero defender o ditador – que afinal já está mais do que na hora dele desaparecer de cena – pois não podemos fechar os olhos em relação às imposições que acontecem em África – tanto as imposições internas, como as externas. Mia Couto fala dos Bushs de África e não questiona todo o apoio que os nossos Bushs têm do Ocidente quando os nossos Bushs são amigos dos interesses ocidentais. Não quero apoiar nenhum Bushs de África, pois o que não tolero mesmo são os Bushs.

Quanto à Inocência, para além dos pontos que a Margarida ressaltou, gostei sobretudo da conclusão dela de que mais facilmente haverá um Obama africano do que um Obama europeu e isso não é apenas na política – é a nível económico, cultural e social. Já agora porque será que os Obamas da Europa certamente não teriam damas negras?

Nhu Naxu disse...

Uma pergunta para o João Branco responder...