È consensual a ideia que o actual estado do desenvolvimento turístico em CV não é o ideal nem o desejável sendo apontado,por um lado,o pouco impacto que o turismo teve ainda no desenvolvimento regional (os turistas não fazem compras e não usufruem da oferta cultural fora do hoteis) e,por outro lado,os maléficios inevitáveis do turismo de massa (prostituição,deliquência juvenil,drogas,etc).Paradoxalmente,essa massificação não se vê pelas ruas,montanhas,restaurantes ou bares do país porque permitiu-se a oferta abusiva,por parte das empresas turisticas,de pacotes em que os turistas não tem de sair dos hoteis;inclusive empresários estrangeiros que "compraram" parte "pedacinhos do mar criolo" (tarrafal de santiago) e hotéis onde não pode entrar caboverdianos (boavista).Ou seja,desde cedo,pelo menos nesses 2 casos,o desenvolvimento turistico foi sinónimo de privatização do espaço público.Por outro lado,a nível institucional,existe uma completa sobreposição de funções entre a Cabo Verde Investimentos e a Direcçao Geral de Turismo (este,funcionando apenas com 2 funcionários) sendo que,muitas vezes,a 1ª faz o trabalho que deveria ser feita por esta última.Essa sobreposição ou,se quisermos,a indefinição de quem deve fazer o quê,verifica-se também na promoção do país enquanto destino turístico.Caberá à CaboVerde Investimentos a promoção do país para atrair investimento estrangeiro em qualquer sector económico e caberá à Direcção Geral de Turismo as campanhas publicitárias internas e externas do país para atrair turistas estrangeiros e nacionais.Sendo que essas campanhas têm custos elevados,acho que seria razoável fazer um acordo entre o estado e as empresas/agentes do sector para se criar um fundo aútonomo destinado a gastos com promoção do país enquanto destino turístico.Talvez a partir daqui poderemos criar e elaborar campanhas publicitárias e um roteiro turístico mais profissional.È importante uma redifinição de papeis para estas duas 2 instituições estatal e é preciso urgentemente uma separação entre o turismo e as questões dos terrenos,que tem minado não só a economia mas também a sociedade.Também é consensual entre todos a aposta que o país deveria fazer:turismo cultural,turismo rural,turismo de montanhas/desporto radical,etc.Ao fim e ao cabo,isso tudo,a meu ver,significa isto:turismo de qualidade em detrimento do turismo de massa.Turismo de qualidade suportado por profissionais da área também de qualidade (daí a importância da escola profissional do turismo que deverá abrir brevemente).Felizmente que,aqui e ali,temos tido alguns casos de turismo de qualidade:veja-se o caso do hotel do empresário conhecido por "Tatone",em Santo Antão,um exemplo a seguir e que merece maior atenção.Porque devemos começar a valorizar o que é bem feito pelos caboverdianos e para Cabo Verde.
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